Antioxidantes: qual o seu papel na queda de cabelo e calvície?

A busca da ciência por meios de evitar a queda, perda e embranquecimento dos cabelos traz continuamente novas revelações. Uma das atuais estratégias de prevenção de agravos capilares é o uso de antioxidantes para queda de cabelo.

Para que serve um antioxidante?

Antes de comentar sobre o papel dos antioxidantes para queda de cabelo, é preciso primeiro entender o que são essas substâncias.

Um antioxidante é um composto capaz de combater o estresse do organismo do ponto de vista molecular.

O termo estresse geralmente é empregado para se referir a uma alteração do estado psíquico e emocional.

Variações, como a palavra estressante, também são usadas para definir situações que induzem cansaço físico e mental.

Além de manifestações orgânicas, essas situações e efeitos associados ao estresse também geram reações ao nível molecular no corpo.

O conjunto dessas reações é chamado de estresse oxidativo e está associado ao envelhecimento e comprometimento da saúde e dos cabelos.

O estresse oxidativo gerado por diversos agravos internos ou ambientais levam à formação de radicais livres.

Esses radicais são formados por modificações bioquímicas no átomo de oxigênio, que passa a ficar reativo.

Uma vez formado, o oxigênio reativo pode causar dano direto a estruturas celulares como membranas, lipídeos, proteínas e DNA.

O organismo possui um sistema de defesa próprio capaz de defendê-lo do ataque dos radicais livres.

Essa defesa é feita pelos agentes antioxidantes.

Como os antioxidantes agem para queda de cabelo ?

O corpo possui uma série de antioxidantes.

Parte desses antioxidantes são enzimas que ele mesmo produz como a superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase.

Outra parte desse mecanismo de defesa é composto por moléculas não enzimáticas como, por exemplo, a vitamina A e vitamina E.

Apesar de possuir diferentes estruturas, vias e formas de ação, a maneira como esses antioxidantes protegem o organismo é semelhante.

Os antioxidantes atuam reduzindo ou neutralizando os radicais livres, evitando, assim, que eles reajam e danifiquem estruturas celulares.

Envelhecimento e antioxidantes

Desde que a teoria do “envelhecimento causado por radicais livres” foi proposta em 1956 ela vem sendo muito utilizada para explicar o processo de envelhecimento e suas consequências.

Segundo essa teoria, as alterações celulares provocadas pelos radicais livres desencadeariam parte dos mecanismos responsáveis pelo envelhecimento.

Esses mecanismos tendem a ficar mais evidentes com a idade porque, com o tempo, há um aumento da produção de radicais livres ao mesmo tempo em que há redução dos mecanismo de defesa do organismo.

Esse desequilíbrio entre ataque dos radicais livres e defesa dos antioxidantes seria um dos responsáveis pelo envelhecimento.

Estresse, envelhecimento e queda de cabelos

Estudos têm proposto que o envelhecimento celular possa estarenvolvido no aparecimento de fios brancos, queda de cabelos e calvície.

Nesse sentido, um estudo publicado em 2016 revelou evidências da possível participação do estresse oxidativo na alopecia.

No estudo, 27 pacientes com alopecia androgenética e 25 pessoas sem calvície foram testadas. Os grupos eram formados por mulheres e homens de idade correlacionadas.

Os pesquisadores encontraram uma menor atividade antioxidante no sangue dos pacientes com alopecia quando comparado aos controles.

Dessa forma, os pesquisadores concluíram que pode haver indicadores de alterações associadas ao estresse oxidativo nesses pacientes.

Um outro estudo, publicado em 2017, reforçou a possível participação do estresse oxidativo na dinâmica capilar.

Os pesquisadores demonstraram em laboratório indícios de que a ação dos radicais livres em células do folículo pode se estender para as células-tronco dos cabelos.

As células-tronco são as responsáveis pela origem e desenvolvimento de novos fios de cabelos.

Danos às células-tronco são responsáveis pela queda, diminuição ou até perda completa dos cabelos.

Antioxidantes para queda de cabelo

Com base no conceito intuitivo e em indícios científicos de que o estresse oxidativo, envelhecimento e comprometimento capilar estejam associados, as indústrias têm proposto uma série de antioxidantes para queda de cabelo.

Os principais componentes com propriedades antioxidantes presentes nas fórmulas em suplementos ou produtos de manipulação são:

Minerais

Minerais como cobre, selênio, zinco participam de compostos e de reações químicas do organismo para eliminação dos radicais livres. São, portanto, considerados possíveis antioxidantes para queda de cabelo.

Vitaminas

As principais vitaminas associadas a propriedades antioxidantes são:

  • Vitamina A e seus precursores carotenóides como betacaroteno, zeaxantina, luteína e licopeno;
  • Vitamina C: ácido ascórbico;
  • Vitamina E: tocoferol.

Estudos apontam ainda para possíveis propriedades antioxidantes da vitamina D ou colecalciferol.

Flavonóides

Os flavonóides são substâncias naturais com estruturas químicas variadas encontradas em frutas, vegetais, grãos, sementes, folhas, chás e vinho.

Fazem parte desse grupo, por exemplo, chá verde, uva (quercetina, resveratrol), soja (isoflavona), pomegranate ou romã (punicalagina ou elagitanino) e cacau (teobromina).

Assunto muito comentado pela mídia, os flavonóides também são amplamente abordados por trabalhos científicos como possíveis antioxidantes para queda de cabelo.

Melatonina

A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal que ajuda a regular o ciclo vigília-sono.

Devido ao seu forte poder antioxidante, vem sendo estudado como adjuvante no tratamento da calvície.

Outros: coenzima Q10, Dimpless

A Coenzima Q10 é um outro antioxidante presente em diversas fórmulas de suplementos para rejuvenescimento. Entretanto, benefícios de seu uso para os cabelos ainda não foram investigados.

Supostamente indicado para evitar cabelos brancos, o Dimpless é um composto sintético usado pelas farmácias de manipulação carece de mais comprovação científica.

Antioxidantes para queda de cabelo funcionam?

O aumento na oferta de suplementos contendo antioxidantes para queda de cabelo não é acompanhado pela comprovação científica de seus benefícios.

A maior parte do conhecimento médico sobre o efeito de tais substâncias é baseado em doenças causadas por suas deficiências.

Entretanto, há poucos dados na literatura médica sobre efeitos da suplementação em pessoas sem deficiência.

Além disso, há estudos sugerindo que o consumo de altas doses de antioxidantes pode, na verdade, causar um desequilíbrio e favorecer a produção de mais radicais livres.

Um desses estudos, por exemplo, sugere que altas concentrações de flavonóides pode causar dano ao DNA da célula.

Antioxidantes para queda de cabelo: considerações finais

Considerando que o mercado pressiona pelo consumo de novos suplementos, cabe aos médicos procurar informações com embasamento científico.

Um ponto a ser enfatizado é que o consumo de antioxidantes para queda de cabelo não é isento de riscos.

Em pessoas sem deficiências nutricionais, a suplementação pode, na verdade, prejudicar os cabelos.

É o caso, por exemplo, do excesso da vitamina A, vitamina E, selênio, zinco e outros antioxidantes.

Portanto, caso tenha notado aumento da queda ou rarefação capilar, consulte um médico especialista antes de comprar qualquer suplemento nutricional.

A Clínica Doppio, além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621


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2 Responses

  1. olá, bom dia! meu nome é Marcia e venho sofrendo com uma queda de cabelo a 1 ano, esta bem ralo, consultei um dermatologista , mais de nada adiantou, vc pode me ajudar? obrigada aguardo seu contato.

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