Bolinhas na cabeça: o que pode ser?

Não é infrequente descobrir bolinhas na cabeça quando se lava ou ao passar a mão no couro cabeludo.

Além do desconforto pela lesão em si, ainda pode haver dor, coceira ou inflamação no local.

Algumas pessoas convivem com essa sensação sem se incomodar, mas nem sempre é assim. Em boa parte dos casos, as lesões acabam gerando receio de se tratar de algo mais grave.

Por isso, é bom aprender como identificar os diferentes tipos de bolinhas na cabeça para saber quando recorrer ao especialista.

Causas de bolinhas na cabeça

Existem diversas condições capazes de provocar pequenas elevações no couro cabeludo.

Para facilitar a compreensão e diagnóstico, é possível separar os diferentes tipos de bolinhas na cabeça nos seguintes grupos:

  1. infeccioso ou inflamatório;
  2. tumores benignos;
  3. câncer maligno.

Bolinhas na cabeça por inflamação ou infecção

O grande diferencial desse grupo é geralmente ter sintomas como dor, coceira ou queimação junto aos carocinhos.

O exame do local revela pequenas saliências vermelhas, com ou sem pus.

O tamanho e quantidade das bolinhas na cabeça nesse caso variam de acordo com o estágio e severidade do quadro.

Normalmente, as lesões inflamatórias ou infecciosas não costumam passar desapercebidas.

Os principais tipos de bolinhas na cabeça por inflamação ou infecção são:

  • foliculites bacterianas;
  • pseufoliculite;
  • foliculite queloidiana da nuca;
  • berne.

Foliculite

A foliculite é a inflamação do folículo piloso.

No caso da foliculite infecciosa, o aparecimento de bolinhas na cabeça se deve à infecção da raiz do cabelo por um microrganismo.

De longe, as bactérias são os principais patógenos responsáveis pela foliculite do couro cabeludo

Nesses casos, as lesões têm aspecto de espinhas vermelhas com ou sem pus na base dos fios. Pode haver coceira ou dor na região.

O tratamento da foliculite bacteriana envolve antibiótico por via oral ou tópica, a depender da gravidade da infecção.

Pelos encravados

Os pseudofoliculite é uma outra causa comum de bolinhas na cabeça.

O quadro, mais frequente na barba, também pode ocorrer no couro cabeludo.

A condição acomete principalmente pessoas com fios mais grossos e crespos após raspar os cabelos.

Nesse caso, a origem da lesão se deve à curvatura do fio. Por ser enrolado, ele cresce para dentro da pele, ficando preso e irritando o local.

Com isso, formam-se pequenas pápulas vermelhas com ou sem pus ao redor da raiz. Dor ou coceira de intensidades variáveis podem estar presentes.

Em geral, o quadro se resolve sozinho, com o fio crescendo e achando o caminho para fora da pele. 

Entretanto, ele tende a reaparecer a cada vez que se raspa a cabeça.

Dessa forma, uma das maneiras de se evitar a situação é não aparar o cabelo tão rente à pele.

Além disso, alguns cuidados e produtos tópicos também podem ajudar no controle da irritação.

Foliculite queloidiana da nuca

Nesse tipo de foliculite, os carocinhos se concentram quase que exclusivamente na nuca.

A aparência inicial das lesões é semelhante à da foliculite infecciosa ou da pseudofoliculite.

Entretanto, com a evolução da doença, as bolinhas na cabeça vão ficando duras, crescendo e formando cicatrizes parecidas com queloide.

Nessa fase, além das grandes massas tumorais, há alopecia cicatricial devido à destruição do folículo pela inflamação.

O tratamento da foliculite queloidiana da nuca é complexo e inclui diversas modalidades como pomadas, antibióticos orais e até cirurgia.

Miíase

A miíase, berne ou bicheira é uma causa menos frequente de  bolinhas na cabeça.

Sua apresentação mais típica é de um nódulo único com um pequeno orifício do centro.

A lesão se forma após depósito de ovos da mosca varejeira em uma ferida na cabeça.

Os sintomas são bem variáveis, podendo haver formigamento, coceira, queimação ou sensação de movimento no tecido subcutâneo do couro cabeludo.

Embora não costume apresentar uma evolução grave, é importante buscar resolução para o berne, evitando complicações e os incômodos desnecessários.

O tratamento consiste na retirada das larvas com pinça ou cirurgicamente.

Cistos e tumores benignos

Toda proliferação anormal de células no corpo é um tumor, mas não necessariamente um câncer.

Para ser maligna, além do crescimento, a lesão precisa ter células atípicas e tendência à invasão de outros tecidos.

Assim, todo câncer é um tumor, contudo, nem todo tumor é um câncer.

Existe uma ampla gama de tumores benignos que se manifestam como bolinhas na cabeça. 

No caso, as saliências podem ocorrer pela multiplicação de qualquer célula da pele, incluindo vasos, glândulas, pelos e até tecido adiposo. 

Por sua vez, os cistos são estruturas arredondadas nas quais há um conteúdo central envolto por uma cápsula.

O tamanho, a origem, localização e o conteúdo do material do interior do cisto variam. Por isso, embora até possam ser semelhantes, eles recebem nomes diferentes.

Dentre os principais tipos de cistos e tumores benignos do couro cabeludo que se apresentam como bolinhas na cabeça destacam-se:

  • verrugas;
  • queratose seborreica;
  • nevo rubi;
  • milium;
  • cisto pilar;
  • pilomatricoma.

O tratamento dessas lesões, sejam elas cistos ou tumores, geralmente exige procedimentos como eletrocoagulação ou cirurgia.

Verrugas

As verrugas são saliências que se formam devido à infecção pelo papilomavírus humano (HPV).

Ao penetrar na pele através de um corte ou machucado, o HPV invade as células epiteliais e estimula sua multiplicação.

Desse modo, formam-se pequenos carocinhos que vão crescendo conforme a população de vírus vai aumentando. 

O aparecimento de bolinhas na cabeça por verrugas geralmente se dá por manipulação de lesões, ajudando a espalhar o vírus.

Tipicamente as verrugas são pápulas ou nódulos consistentes, de superfície áspera e cor branca, amarela ou no tom da pele.

O exame com uma lupa muitas vezes revela pequenos pontos pretos, bem característicos.

Queratose seborreica

A queratose ou ceratose seborreica é um tumor benigno de células da epiderme, não contagioso.

Essas lesões geralmente aparecem com o tempo em pessoas com histórico familiar.

A aparência da queratose seborreica, à primeira vista, algumas vezes pode até se assemelhar ao da verruga.

A coloração mais comum da queratose, no entanto, é castanha, marrom ou preta.

Além disso, elas tendem a ser mais macias e com superfície graxenta.

Quanto múltiplas e pequenas, ao toque, elas podem dar a sensação de bolinhas na cabeça.

Nevo rubi

O nevo rubi resulta de uma proliferação anormal de pequenos vasos sanguíneos da pele.

Sua origem vascular, inclusive, justifica sua cor vermelha semelhante à pedra preciosa que lhe dá nome.

O aparecimento do nevo rubi tem caráter genético, com contribuição do envelhecimento e exposição solar.

Com o tempo, essas bolinhas na cabeça podem aumentar de tamanho e sangrar devido a pequenos traumas.

Milium

O milium ou milia são pequenos depósitos de queratina que se formam na superfície da pele.

A queratina é uma proteína, principal componente dos cabelos e unhas. Além disso, ela também preenche as células do estrato córneo, camada externa da pele.

Pequenos traumas, peeling ou abrasões podem fazer com que a queratina adentre o tecido cutâneo.

Quando isso ocorre, esse material fica aprisionado no interior da pele, formando o milium.

Ao exame, essas lesões se apresentam como pequenos carocinhos duros, brancos e superficiais.

Geralmente as bolinhas na cabeça são percebidas ao toque como pequenos grãos, sem haver outros sinais ou sintomas associados.

Cisto pilar

O cisto pilar ou triquilemal se forma a partir de um erro de queratinização do folículo piloso.

Nesse caso, ao invés de vir da superfície, a queratina se forma dentro da pele, a partir do pelo.

Esse material é então envolto por uma cápsula dando origem ao cisto.

Os cistos triquilemais são pequenos nódulos subcutâneos de consistência fibroelástica e móveis à palpação.

As pequenas bolinhas na cabeça são indolores, da cor da pele, com conteúdo líquido, fluido ou pastoso.

Com o tempo eles tendem a crescer formando caroços, podendo ser sede de infecção.

Pilomatrixoma

Além de formar cistos, o folículo piloso também pode dar origem a tumores como, por exemplo, o pilomatrixoma.

O pilomatricoma é um tumor benigno de crescimento lento e consistência variável, de acordo com o grau de calcificação.

O quadro pode se desenvolver secundariamente a um trauma local. 

O diagnóstico muitas vezes depende de exames de imagem complementares, nos quais se observam os depósitos de cálcio subcutâneos.

A evolução costuma ser benigna, sendo muito rara sua malignização.

Câncer de pele

Embora não seja uma apresentação típica, bolinhas na cabeça podem ser uma manifestação de carcinomas cutâneos. 

Em geral o câncer de pele se manifesta como um caroço, mancha ou até ferida.

Aliás, machucados que não cicatrizam ou manchas que crescem, coçam, doem ou mudam de cor são suspeitas e precisam ser examinadas.

A avaliação médica é fundamental, especialmente em pessoas mais idosas ou calvos cuja pele da cabeça fica exposta ao Sol.

Bolinhas na cabeça: o que fazer?

A presença de bolinhas na cabeça nem sempre é alarmante.

Na grande maioria das vezes, trata-se de lesões benignas cuja remoção é mais por um possível incômodo estético ou tátil.

Entretanto, na presença de dor, coceira, vermelhidão, sangramento ou pus, é interessante buscar ajuda médica.

Além disso, o médico também deve ser consultado quando há crescimento excessivo ou mudança na característica das lesões.

Se você tem bolinhas na cabeça e quer saber se está tudo bem, faça-nos uma visita!

A Clínica Doppio  possui uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema na busca de um bom resultado.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621


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