Calvície e queda de cabelos na menopausa

O início da menopausa é uma data marcante na vida das mulheres devido a uma série de alterações físicas e hormonais que ocorrem nesse período. Um dos mais comuns, porém ainda pouco comentados sinais clínicos, a queda de cabelos na menopausa pode ser devastadora para um grande número de mulheres que sofrem com esse problema.

Calvície na menopausa

Estima-se que até 40% das mulheres pós-menopausa apresentem algum grau de calvície.

Apesar de ser comum, a perda de cabelos muitas vezes não é diagnosticada, uma vez que ela pode não ser notada. Isso ocorre porque ao contrário da calvície masculina, a calvície em mulheres costuma ser mais difusa e de progressão mais lenta, sem as falhas observadas nos homens.

Geralmente ela se torna evidente quando a mulher compara fotos recentes com antigas e percebe a diminuição do volume capilar.

Ao se notar aumento da queda de cabelos na menopausa, algumas medidas podem ser tomadas para tentar atenuar o quadro.

Hábitos de vida

A primeira atitude a ser tomada para controlar o aumento da queda de cabelos na menopausa é avaliar e corrigir alguns hábitos de vida.

Apesar de ser a forma de tratamento de menor risco à saúde, essas mudanças exigem alto grau de disciplina e determinação.

Muitas vezes, algumas medidas simples podem gerar benefícios enormes na luta contra a queda de cabelos e na melhora da saúde em geral.

Dieta

Um ponto particularmente importante na batalha contra a queda de cabelos é uma dieta balanceada. A deficiência de proteínas, vitaminas ou minerais secundária a dietas restritivas podem aumentar a queda dos fios.

É importante incluir na dieta alimentos que promovem o crescimento capilar e previnem a queda dos cabelos, tais como:

  • Proteína: ovos, peixes, carne vermelha, feijão, leite, queijo cottage, iogurte, tofu;
  • Ferro: fígado, carne vermelha, ovos, vegetais de folha verde escura;
  • Biotina: amendoim, nozes, gérmen de trigo, ovos, carnes e leite;
  • Selênio: castanha do Pará, frutos do mar, cereais integrais;
  • Zinco: frutos do mar, carne, ovos, levedo.

Redução do estresse

Algumas medidas para controle do estresse podem ajudar a diminuir seus efeitos deletérios sobre os cabelos.

Assim, recomenda-se:

  • Reduzir o consumo de cafeína ou outros estimulantes;
  • Parar de fumar;
  • Buscar manter a prática de exercícios físicos regulares;
  • Avaliar atividades como ioga e meditação;
  • Reservar um tempo para hobbies e descanso;
  • Estabelecer uma rotina para o sono.

Cuidados com os cabelos na menopausa

Os cuidados com os cabelos em casa ou no salão de cabeleireiro ajudam a preservar a estrutura do fio, diminuindo seu risco de quebra e queda.

Dentre as orientações, destacam-se:

  • Evitar técnicas de coloração, relaxamento ou permanente com substâncias muito fortes.  Para tingir os cabelos, por exemplo, tonalizantes são mais indicados;
  • Restringir a utilização de aparelhos que promovem aquecimento excessivo dos fios, tais como modeladores, pranchas ou secadores. Deixar os cabelos secarem ao natural é a melhor opção, usando o secador somente para finalizar o penteado, quando necessário. Se for preciso usar o secador, procurar secar com a menor temperatura possível;
  • Cuidado para não prender ou fazer penteados muito apertados, pelo risco de provocar o arrancamento e perda dos fios.

Hormônios na menopausa e queda de cabelo

A menopausa é a interrupção natural da ovulação e da menstruação que ocorre em mulheres em torno dos 50 anos.

Do ponto de vista hormonal, observa-se uma queda significativa na produção de estrógeno e progesterona.

Segundo estudos, os estrogênios podem estar relacionados à alterações capilares da menopausa.

O estrógeno é capaz de prolongar a fase de crescimento do fio, a chamada fase anágena. Esse efeito pode ser observado durante a gestação, quando um aumento significativo dos níveis de estrógeno faz com que diminua a queda os cabelos da gestante, por manter o cabelo mais tempo na fase de crescimento.

Por outro lado, após o parto, ocorre queda significativa dos níveis de estradiol, o que induz os cabelos a entrarem em fase de repouso, ou fase telógena, com aumento da queda dos fios.

Baixos níveis de estrógeno ainda geram uma série de mudanças no organismo que podem contribuir para o aumento da queda e da progressão da rarefação capilar. Entre essas alterações, pode-se observar o maior ressecamento da pele, com maior tendência a dermatites, diminuição da vascularização do couro cabeludo e diminuição do efeito protetor contra radicais livres, gerando aumento dos danos provocados pelo estresse sobre as células foliculares.

A progesterona também tem efeito protetor para os cabelos, por ser um anti-andrógeno, ou seja, ela age reduzindo a ação e os efeitos dos hormônios masculinos.

Como a calvície ou alopecia de padrão feminino é causada em partes pelo efeito de hormônios masculinos nos cabelos de pessoas com predisposição genética, a queda da progesterona durante a menopausa tende a acelerar a rarefação dos cabelos nessas pessoas.

Terapia de reposição hormonal (TRH)

A reposição hormonal não deve ser indicada  para a queda de cabelos e calvície em mulheres após a menopausa.

Mesmo com evidentes efeitos benéficos na teoria, ela deve ser evitada por conta dos riscos à saúde associados.

Entre os riscos, por exemplo, estão a maior chance de ter trombose e de desenvolver câncer de mama e útero.

Queda de cabelos na menopausa: o que fazer?

A maioria das mulheres não querem ficar sentadas esperando seus cabelos se desfazerem lentamente sem tomar nenhuma atitude.

Medidas como mudanças nos hábitos de vida podem ser eficazes no controle da queda de cabelos na menopausa.

Entretanto, para algumas mulheres, o quadro pode ser mais severo, o que requer um tratamento mais amplo.

Antes de iniciar qualquer medicamento, é recomendado consultar um médico para entender melhor riscos e benefícios  desses tratamentos.

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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