Caspa: causas e remédios para tratamento

A busca pelas causas da caspa vem ganhando novos capítulos recentemente.

Conforme as pesquisas sobre o tema avançam, mais perto se fica de descobrir porque ela se forma e como tratá-la.

O que é a caspa?

A caspa é o nome que se dá para a descamação da pele no couro cabeludo.

Do ponto de vista microscópico, a caspa é um aglomerado de corneócitos, ou seja, células mortas da superfície cutânea. Portanto, ela não é um ser vivo.

Segundo dados da literatura médica, uma pessoa normal chega a soltar 487.000 corneócitos/cm² a cada lavagem do couro cabeludo.

Essas células costumam se desprender em placas. 

As escamas, de coloração branca ou amarelada, variam em intensidade e tamanho dependendo da gravidade do problema de base.

Na dermatite seborreica, por exemplo, pode sair até 800.000 células/cm² por lavagem.

Para muitas pessoas a caspa é apenas um desconforto estético. Entretanto, alguns pacientes também relatam sintomas como coceira, dor, ardência ou feridas no couro cabeludo.

Alguns autores distinguem dois tipos de caspa: a oleosa e a seca. A caspa oleosa seria aquela que fica grudada no couro cabeludo, também conhecida como seborreia. Já a caspa seca seria a descamação por outros motivos como irritação, alergia ou queimadura solar, por exemplo.

Causas da caspa

Diversos pesquisadores ao redor do mundo buscam explicar porque há mais descamação em algumas pessoas.

Embora as causas da caspa ainda não estejam totalmente claras, há avanços sobre o tema.

Atualmente, acredita-se que os principais fatores associados à caspa por seborreia sejam os fungos, oleosidade e alterações da resposta inflamatória.

Além desses, outras causas da caspa menos expressivas seriam excesso de lavagem ou escovação, certos cosméticos, poeira, sujeira ou Sol.

Fungos

Uma das principais e mais robustas linhas de pesquisa quanto às causas da caspa diz respeito à população fúngica.

Embora não seja consenso, admite-se que a condição se relacione à proliferação de algumas espécies de fungos do gênero Malassezia.

Colaborando com essa teoria, existe o fato de haver maior quantidade desses fungos durante crises de seborreia. O valor, segundo estudos, pode chegar a ser até 2 vezes maior.

Outro ponto a favor dessa hipótese é o retorno desses valores a níveis normais após uso de xampus antifúngicos.

Oleosidade

O couro cabeludo é um local rico em glândulas sebáceas altamente sensíveis à ação androgênica, ou seja, aos hormônios masculinos.

Na puberdade, há um aumento dos níveis dos andrógenos e da produção de sebo.

Ter cabelos oleosos, no entanto, não necessariamente significa desenvolver dermatite seborreica.

Aliás, a taxa de excreção de sebo em quem tem dermatite é semelhante a pessoas sem a inflamação.

Além disso, muitas pessoas com queixas de oleosidade no couro não apresentam sinais ou sintomas inflamatórios.

Por outro lado, os lipídeos parecem contribuir para criação de um ambiente favorável à proliferação fúngica e dermatite.

Desse modo, a oleosidade seria um facilitador, mas não uma das causas da caspa oleosa.

Imunidade e resposta inflamatória

Boa parte dos pesquisadores consideram a susceptibilidade individual como uma das principais causas da caspa.

No caso, a formação das escamas por inflamação seria resultado de uma resposta do organismo aos outros fatores.

Essa hipótese explicaria porque pessoas com menos oleosidade ou fungos podem apresentar quadros inflamatórios mais severos.

Além disso, essa também seria uma boa explicação para a piora da dermatite em períodos de estresse e baixa imunidade.

Outras causas da caspa oleosa

Embora existam poucas evidências científicas, há ainda outros possíveis motivos para se ter piora da seborreia no couro cabeludo.

Dentre eles, estão, por exemplo: exposição solar excessiva, lavagem e escovação muito frequentes, sujeira, pó e certos cosméticos.

Doenças e outras condições como causas da caspa seca

A principal patologia do couro cabeludo com descamação é a dermatite seborreica. 

Mas além dela, existem outras situações capazes de produzir caspa como a queimadura solar, psoríase, eczema de contato, dermatite atópica e micose. 

Queimadura solar

Não é segredo para ninguém que a radiação solar faz descascar a pele.

Afinal de contas, quem nunca exagerou um pouco no Sol e depois ficou ardendo e descascando?

Pois é, pessoas com alopecia também apresentam queimaduras solares no couro cabeludo após exposição solar intensa.

Homens calvos são especialmente sujeitos a esse tipo de descamação.

O problema, no entanto, não é a caspa em si. A questão é que a queimadura solar é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele.

Portanto, é recomendável sempre proteger o couro exposto ao Sol com boné ou chapéu.

Psoríase

Uma das causas da caspa resistente aos tratamentos convencionais é a psoríase do couro cabeludo.

A psoríase é uma desordem inflamatória com características lesões cutâneas e possíveis manifestações articulares.

A típica lesão elementar da psoríase é uma ou mais placas vermelhas, com superfície áspera e descamativa. Ainda pode haver sangramento e, às vezes, queixas de coceira e ardência no local.

O couro cabeludo é um dos locais com maior frequência de lesões, sendo a caspa um dos seus sinais iniciais.

Dermatite de contato

Produtos químicos como alisantes, água oxigenada, amônia e receitas caseiras podem irritar o couro e gerar descamação.

Não por acaso, a dermatite de contato irritativa é uma das principais causas da caspa, especialmente em mulheres.

Mas além da irritação, cosméticos capilares também podem causar caspa por alergia.

Os agentes causadores de eczema de contato mais comuns são a tintura e o shampoo.

Dermatite atópica

A atopia é um quadro de hipersensibilidade a antígenos ambientais comuns.

Dentre do grupo das doenças com atopia estão, por exemplo, a asma ou bronquite, a rinite e a dermatite.

A dermatite atópica se caracteriza por pele seca, com vermelhidão, descamação e coceira, principalmente em áreas de dobras.

O couro cabeludo não é um local frequente de lesões, mas ele pode ser acometido em casos mais extensos.

Portanto, a dermatite atópica pode ser uma das causas da caspa seca.

Tinea capitis

A Tinea capitis ou micose do couro cabeludo é uma infecção fúngica na qual se formam placas descamativas na cabeça.

As lesões costumam ser redondas, com queda dos fios no local, muitas vezes assumindo o aspecto de cabelo raspado.

A impinge, como é popularmente conhecida, raramente ocorre em adultos, sendo quase exclusiva da infância.

A constituição dos lipídeos do sebo parece ser o principal fator a limitar o crescimento dos fungos nos adultos.

Mas em crianças, a micose deve sempre ser lembrada como uma das possíveis causas da caspa.

Os fungos causadores da impinge podem ser provenientes de outras crianças, do solo ou de animais como cachorros.

A gravidade da infecção é variável, podendo até haver alopecia cicatricial com perda definitiva dos cabelos.

Por que é importante descobrir e tratar as causas da caspa?

Evitar aquele pozinho branco nas roupas escuras por si só já é uma razão para se querer tratar a caspa.

Além disso, muitas vezes também há sintomas como coceira, ardor, queimação, formigamento, sensibilidade, carocinhos e até machucados.

Dependendo do grau de acometimento, essas manifestações podem ser bem incômodas.

Outro importante motivo para se buscar as causas da caspa e tratá-las é a possibilidade de haver perda capilar.

De acordo com artigos científicos, a caspa pode acompanhar ou preceder o eflúvio telógeno e exacerbar a calvície.

Em um estudo comparativo, por exemplo, houve queda de 100-300 fios em pacientes com caspa e 50-100 no grupo controle.

Além de cair mais, cientistas também vêm associando a inflamação do couro com o avanço da alopecia androgenética.

Por isso, torna-se cada vez mais essencial buscar e combater as causas da caspa.

Remédios para tratamento da caspa

Existem muitas opções de produtos anticaspa disponíveis no mercado.

Quase todos visam tratar a causas da caspa por dermatite seborreica.

Assim, as principais estratégias e substâncias presentes nos xampus anticaspa são:

  • agentes queratolíticos;
  • reguladores de queratinização;
  • anti-inflamatórios;
  • antifúngicos.

Os agentes queratolíticos são substâncias capazes de quebrar a queratina contribuindo na esfoliação e remoção do excesso de pele.  

O ácido salicílico é um dos componentes com essa função, sendo, por isso, muito frequente nas fórmulas.

Já os reguladores de queratinização diminuem a produção das escamas por desacelerar a produção da pele. 

O piritionato de zinco e os derivados do alcatrão têm essa função, além de serem agentes antifúngicos.

Por sua vez, uso de corticoides visa controlar a inflamação e, dessa forma, diminuir o estímulo à formação caspa. 

Enfim, existem diversos compostos com ações em diferentes mecanismos capazes de controlar a proliferação dos fungos no couro.

Alguns dos agentes antifúngicos presentes em xampus anticaspa incluem: sulfeto de selênio, ciclopirox olamina, cetoconazol, enxofre e piritionato de zinco. 

Os antifúngicos do grupo imidazol, como o cetoconazol e climbazol, bloqueiam a produção de um componente dos fungos, inibindo sua proliferação;

Já as hidroxipiridonas (ciclopirox), afetam o transporte celular, restringindo o crescimento da colônia fúngica.

Como eliminar a caspa intensa?

A caspa é uma condição muito comum. Na maioria das vezes, basta usar um xampu anticaspa para resolver o problema. 

Entretanto, casos mais severos e resistentes precisam de um tratamento mais específico.

Através de uma avaliação minuciosa, o médico especialista pode definir as causas da caspa contribuindo assim para uma terapia mais assertiva. 

Portanto, se você tem caspa e quer saber como tratá-la, faça-nos uma visita!

A Clínica Doppio  possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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