Controvérsias no uso da flutamida para alopecia feminina

O tratamento com a flutamida para alopecia ou queda de cabelo é controverso.

Indicada por alguns médicos no passado, ela vem sendo cada vez menos prescrita com o passar do tempo.

E os motivos para isso são a sua falta de regulamentação nas agências de saúde e, principalmente, o seu perfil de segurança.

O que é flutamida?

A flutamida é um medicamento antiandrogênico, ou seja, capaz de bloquear os efeitos dos hormônios masculinos no organismo.

Trata-se de um composto não-esteroidal com capacidade de se ligar  competitivamente aos receptores androgênicos de todo o corpo. 

Dessa forma, a medicação impede a ligação e ação dos hormônios masculinos como a testosterona e a diidrotestosterona (DHT) nos diferentes tecidos corporais.

O nome comercial de referência da flutamida é Eulexin, sendo Teflut o nome do remédio similar.

Além desses, a flutamida também está disponível na forma de medicamento genérico e manipulado.

Cada comprimido de flutamida contém 250 miligramas da substância. 

De acordo com a bula, a recomendação de uso da medicação é de 3 vezes ao dia.

Para que serve a flutamida?

A indicação de bula da flutamida é para tratar o câncer de próstata, especialmente em estágios avançados como o  metastático.

A proposta é barrar a progressão da doença por diminuir o estímulo da testosterona ao crescimento tumoral. 

Por conta do seu efeito antiandrógeno, surgiram outros usos para a medicação.

É o caso, por exemplo, de dar flutamida para alopecia androgenética feminina, hirsutismo, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e acne.

Entretanto, seja nos EUA ou no Brasil, a flutamida tem registro apenas para tratamento oncológico.

Tanto o FDA quanto a ANVISA não aprovam o uso da flutamida para alopecia ou queda de cabelo.

Aliás, a ANVISA soltou um parecer técnico em 2004 condenando o uso da flutamida para tratar cabelo, acne ou hirsutismo.

A decisão da agência levou em conta casos de óbitos de brasileiras pela uso da medicação.  

Efeitos adversos: por que não usar flutamida para alopecia ou queda de cabelo?

O principal receio do uso da flutamida para alopecia feminina é o risco de  desenvolver insuficiência hepática grave, com hepatite fulminante e óbito.

Além das brasileiras, há outros relatos de casos fatais na literatura médica.

Justamente por causa desse perigo, a ANVISA restringe o uso da flutamida para alopecia, acne ou outras condições não oncológicas. A única indicação da medicação, de acordo com o órgão regulador, é para tratar o câncer de próstata.

Mas os efeitos indesejados desse remédio não param por aí.

De acordos com estudos, além dos danos ao fígado, a flutamida possui outros efeitos colaterais, dentre eles:

  • ondas de calor em mais de 50% dos pacientes;
  • redução da libido: 36% dos casos;
  • impotência em 31%;
  • diarreia, náusea e vômito: 10% dos pacientes;
  • ginecomastia: 9% dos casos.
  • outras ocorrências menos comuns: perda do apetite, inchaço, baixa imunidade e lesões cutâneas.

Quais são as alternativas ao uso da flutamida para alopecia ou queda de cabelo?

As mortes por uso da flutamida para alopecia ou outras condições dermatológicas inviabiliza sua indicação nesses casos.

A toxicidade da medicação faz com que os possíveis benefícios do tratamento não compensem seus riscos.

Ainda mais tendo outras opções de medicações antiandrogênicas para  tratamento da alopecia feminina mais seguras.

Esse é o caso, por exemplo, de alguns tipos de anticoncepcionais.

Mesmo para quem não pode usar hormônios, também há outras alternativas.

A espironolactona é uma delas.

Esse diurético é capaz de bloquear receptores de hormônios masculinos sem os riscos do uso da flutamida para alopecia.

Como é definido o tratamento para alopecia?

A restrição do uso da flutamida para alopecia visa não somente atender as determinações da ANVISA, mas também preservar a saúde das pacientes.

Existem diversas outras medicações para tratar a calvície, sendo algumas delas por via tópica, oral ou injetáveis.

Além disso, o emprego da tecnologia veio para colaborar no tratamento e diminuir a sobrecarga de remédios no organismo.

A definição de qual esquema terapêutico é o mais adequado depende da avaliação de cada caso.

Dessa forma, o especialista buscará alternativas mais seguras e com bons resultados.

Quer saber como tratar a alopecia feminina de forma eficaz e segura?

Então, faça-nos uma visita!

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

 

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621


Posts Relacionados

Nanotecnologia capilar para tratar calvície e queda de cabelo
Existem muitas frentes de pesquisa buscando inovações na área tricológica. Uma delas é a nanotecnologia... (Leia mais)
Fotoenvelhecimento capilar, calvície, quebra e queda de cabelo: qual a relação?
O comprometimento da saúde e aparência do cabelo pode ter causas intrínsecas, como alimentação, ou... (Leia mais)
Idade capilar: qual é a relação entre idade e calvície?
A idade capilar influencia diversas características responsáveis pela aparência do cabelo das pessoas. Uma delas... (Leia mais)

2 Responses

  1. Dr. estou com uma queda de cabelo muito grande e o dermatologista me passou o uso tópico desses seguintes remédios
    FLUTAMIDA
    MINOXIDIL
    CLOBETASOL
    AUXINA TRIGONENA
    SOLUÇÃO CAPILAR . mas pelo que eu vi esse remedio FLUTAMIDA e contra indicado, só pra ter uma segunda opinião isso procede? seria prejudicial à minha saúde?

Deixe um comentário

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *