Calvície x queda de cabelo: qual a diferença?

Muitas pessoas se confundem e não entendem bem as diferenças entre calvície e queda de cabelo.

Esclarecer essa questão, no entanto, é fundamental para saber quando procurar um médico e iniciar um tratamento capilar.

Diferenças entre calvície e queda de cabelo: causas

Os motivos que levam o cabelo a cair não necessariamente são os mesmos que o levam a sumir.

Enquanto a alopecia androgenética é a principal forma de calvície, a queda muito frequentemente ocorre pelo eflúvio capilar.

Alopecia androgenética

Calvície é o nome popular da alopecia. Ambas significam perda de cabelo.

Existem diversas causas de diminuição da densidade capilar como alopecias cicatricias, tricotilomania, alopecia areata ou de tração, por exemplo.

Entretanto, de longe, a alopecia androgenética é a principal forma de calvície tanto em homens quanto em mulheres.

Por isso, frequentemente se usam as palavras calvície e alopecia androgênica como sinônimos.

De acordo com estudos, a alopecia androgenética acomete cerca de 80% dos homens em algum momento da vida. As mulheres também desenvolvem o quadro, especialmente após a menopausa.

Em pessoas predispostas à calvície genética, os hormônios masculinos testosterona e di-hidrotestosterona (DHT) levam à atrofia progressiva do folículo piloso

Esse processo, chamado de miniaturização, tende a evoluir até a interrupção definitiva da produção de novos fios.

A cada ciclo capilar o cabelo nasce mais fino, até sumir totalmente e a pessoa ficar careca.

Eflúvio capilar

O eflúvio telógeno é um dos principais mecanismos responsáveis pela queda de cabelo.

Nessa condição, há uma alteração do ciclo capilar, resultando em uma queda precoce dos fios.

O ciclo normal de renovação do cabelo pode ser dividido em 3 fases:

  • anágena: fase de máximo crescimento do fio;
  • catágena: quando há involução do folículo;
  • telógena ou de repouso: período de eliminação do cabelo.

Em condições normais, cerca de 85% dos fios encontram-se na fase de crescimento com apenas 10-15% no período de queda.

Entretanto, essa relação pode mudar dependendo da quantidade e intensidade de agravos ao organismo ou ao couro cabeludo. 

As principais injúrias capazes de provocar queda de cabelo por eflúvio capilar são:

  • deficiência ou excesso de ferro, vitaminas ou outros minerais;
  • estresse físico ou emocional;
  • grandes cirurgias;
  • doenças graves ou infecções como, por exemplo, a COVID;
  • alterações hormonais;
  • pós-parto;
  • cigarro;
  • remédios;
  • irritação ou inflamação do couro cabeludo.

A presença desses fatores antecipa a fase telógena, alterando a proporção de fios em cada fase do ciclo.

Assim, parte dos 85% dos fios que deveriam estar crescendo em fase anágena passam precocemente para a fase de queda.

Dessa forma, quando mais de 20% dos fios estão em fase telógena, há queda de cabelo por eflúvio telógeno.

Diferenças entre calvície e queda de cabelo: quadro clínico

Após conhecer os mecanismos da alopecia e eflúvio capilar, fica mais fácil entender as manifestações clínicas dessas desordens.

Assim, por exemplo, o afinamento dos fios pela miniaturização da calvície provoca alterações como:

  • mudança no formato, curvatura, comprimento ou cor do cabelo;
  • couro cabeludo mais aparente, especialmente  quando se molha a cabeça;
  • aparecimento de entradas ou coroa;
  • alargamento da risca quando se reparte o cabelo ao meio;
  • perda do volume capilar;
  • dificuldade de arrumar o cabelo;
  • afinamento dos fios;
  • cabelos embaraçando mais nas pontas;
  • aumento do frizz;
  • queda de cabelo.

Isso mesmo, a alopecia androgênica faz os cabelos caírem mais.

Além de encolher os fios, a calvície genética encurta o ciclo capilar, aumentando a queda.

Mas nem sempre essa queda é perceptível. 

Pessoas com cabelo curto, por exemplo, têm mais dificuldade de perceber os fios caindo.

Além disso, como há graus variáveis na quantidade de fios em queda, às vezes não se nota diferença.

Já no eflúvio capilar, a queda costuma ser a única alteração perceptível. 

Dependendo da quantidade de cabelo que cai e da persistência do quadro, também é possível haver redução do volume capilar. 

Contudo, a rarefação de cabelo no eflúvio costuma ser difusa, ou seja, acometer por igual toda a cabeça. Tudo fica ralo, mas sem formar entradas ou coroa aparentes.

Diferenças entre calvície e queda de cabelo: evolução

O eflúvio capilar é uma resposta do corpo aos agravos contra o organismo.

Portanto, para haver queda de cabelo por eflúvio é preciso ter a ação desses agentes no folículo.

Por sua vez, quando se descobre e corrige esses fatores agressores, o cabelo para de cair.

Portanto, a queda de cabelo pelo eflúvio telógeno é temporária.

A tendência é o cabelo voltar ao normal dentro de 6 meses após se corrigirem as causas da queda.

Já a calvície é diferente.

Como o fator genético é imutável, a menos que se intervenha, o quadro tende a ser progressivo.

Além disso, uma das principais diferenças entre calvície e queda de cabelo é a mudança dos fios na alopecia.

No eflúvio, o fio que cai volta igual; na alopecia, porém, ele volta cada vez mais fino e curto.

Portanto, na calvície, o cabelo vai ficando gradualmente mais ralo e minguado.

Diferenças entre calvície e queda de cabelo: tratamento

A forma de abordar o eflúvio e a alopecia androgenética também são diferentes.

Na calvície, o tratamento inclui dois pilares. 

O primeiro é com medicações que visam minimizar a ação dos hormônios masculinos sobre os folículos pilosos.

Além disso, é preciso utilizar remédios, procedimentos e tecnologias específicas para promover o crescimento capilar.

Por outro lado, na queda de cabelo por eflúvio, o objetivo é descobrir as causas que desencadearam o problema.

O tratamento, no caso, vai depender da causa, podendo até ser desnecessário em algumas situações como, por exemplo, no pós-parto.

Resumo de como diferenciar calvície e queda de cabelo

A partir da análise de diversos parâmetros, é possível resumir as diferenças entre calvície e queda de cabelo em:

  CALVÍCIE QUEDA DE CABELO
     
Mecanismo miniaturização aceleração do ciclo capilar
Causas principalmente genética e hormônios agravos ao corpo ou couro cabeludo
Manifestação clínica entradas, coroa, fios diferentes, couro aparente queda difusa
Duração contínua até 6 meses após correção do agravo
Evolução progressiva com perda definitiva do cabelo recuperação completa dos fios
Tratamento fundamental nem sempre necessário

Quando buscar ajuda especializada?

O fato de poder haver aumento da queda de cabelo na calvície talvez seja um fator de confusão. 

Ao perceberem os fios caindo e ficando mais ralos, as pessoas passam a sempre associar queda com alopecia.

Contudo, a queda não necessariamente leva à perda definitiva dos fios.

A queda de cabelo faz parte do ciclo natural de renovação capilar, não sendo necessariamente um motivo para preocupação.

Assim, cair entre 100 a 150 fios por dia é normal.

No paciente com calvície, essa queda diária de cabelo pode até estar dentro do esperado.

O que caracteriza a condição é a miniaturização, ou seja, o fio nascer mais fino a cada novo ciclo capilar. 

Portanto, a queda nem sempre é um sinal de alerta e não é porque não cai que está tudo bem.

É importante ficar atento, por exemplo, a fios mais finos, couro cabeludo aparente e entradas mais recuadas.

No entanto, caso a queda de cabelo seja excessiva, também é importante investigar.

Isso porque no eflúvio, a queda só vai parar quando se descobrir e tratar suas causas.

Além disso, na calvície, a queda acelera a progressão do quadro, reduzindo rapidamente os cabelos restantes.

Portanto, o ideal é sempre buscar auxílio especializado para diagnóstico e tratamento, permitindo uma assistência de maior qualidade.

O médico pode, por exemplo, apontar as diferenças entre calvície e queda de cabelo no seu caso, orientando o que fazer.

Assim, não perca tempo e faça-nos uma visita!

A Clínica Doppio  possui uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621


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