Problemas de saúde associados à calvície
Uma série de estudos científicos têm apontado doenças associadas à calvície que vem mudando a visão que se tinha sobre a queda de cabelo.
Alopecia androgenética
A calvície, também chamada alopecia androgenética, é uma condição muito frequente na população.
Estima-se que mais de 80% dos homens e até 40% das mulheres sejam acometidos em alguma fase da vida.
A alta prevalência da alopecia na população tem chamado a atenção de pesquisadores para possíveis doenças associadas.
Doenças associadas à calvície
A calvície foi, por muito tempo, considerada apenas um problema estético restrito aos cabelos.
Estudos recentes, no entanto, têm apontado uma série de condições e doenças associadas à calvície, abrindo novas perspectivas.
Segundo esses estudos, a calvície poderia ser considerada como marcador de uma série de alterações no organismo.
As principais serão descritas a seguir.
Síndrome metabólica
O grupo de doenças associadas à calvície com maior grau de evidência científica é o da síndrome metabólica.
Pessoas com síndrome metabólica têm duas vezes mais chances de morrer do que a população normal. Se forem consideradas apenas causas cardiovasculares esse risco passa a ser até 3 vezes maior.
A síndrome metabólica caracteriza-se por um conjunto de condições que têm em comum a resistência à insulina.
A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas responsável pelo controle do nível de açúcar no sangue.
Além do açúcar, a insulina também participa do metabolismo de gorduras e de outros elementos importantes para o organismo.
Quando há aumento da resistência à insulina, há uma maior dificuldade para a ação desse hormônio.
Assim, a desregulação provocada por essa condição gera uma série de problemas com o metabolismo em geral.
Alguns, inclusive, responsáveis pelo aumento da mortalidade nos portadores da síndrome.
O principal fator associado à resistência insulínica é a obesidade, sendo que pessoas obesas geralmente apresentam resistência aumentada.
Segundo o Consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica, o diagnóstico da síndrome ocorre quando há 3 dos 5 critérios:
- Obesidade central: cintura maior do que 88 cm na mulher e 102 no homem;
- Hipertensão arterial: pressão arterial acima de 13 x 8 (130 x 85 mmHg);
- Diabetes ou glicemia alterada;
- Triglicérides alto;
- Colesterol alterado: HDL, ou colesterol bom, baixo.
Na presença desses fatores, aumenta-se consideravelmente o risco de vir a ter um enfarte ou derrame cerebral.
Calvície e síndrome metabólica
Ainda não se sabe ao certo qual o mecanismo de ligação entre a calvície e a síndrome metabólica.
Entretanto, estudos científicos têm fortalecido cada vez mais essa associação.
Um dos primeiros e maiores estudos a esse respeito foi realizado pela Harvard e publicado em 2000.
Essa pesquisa avaliou aspectos da saúde de mais de 22 mil homens entre 40 e 84 anos durante mais de 11 anos.
Uma das constatações foi de que pessoas com calvície na “coroa” têm 23% mais risco para doença cardíaca. Em pessoas completamente calvas, esse risco aumenta para 36%.
Diversos outros estudos feitos na França, Espanha e Estados Unidos, dentre outros, mostraram associação entre pessoas com alopecia, tanto em homens quanto em mulheres, com um risco aumentado para síndrome metabólica, doença vascular ateromatosa e morte por doença cardiovascular.
Um estudo realizado na Alemanha em 2017, publicado na Nature Communications, com 22 518 participantes confirmou os achados dos estudos anteriores.
Calvície e câncer
Outra constatação dos estudos é a maior ocorrência de câncer de próstata em pessoas com alopecia.
Nesse sentido, uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, avaliou 4500 homens entre 25 e 75 anos.
Os resultados revelaram um maior risco de câncer de próstata entre homens calvos sem história familiar para tal câncer.
Esses resultados foram confirmados por outros estudos, que sugerem a associação principalmente quando a calvície acomete entradas ou a “coroa”.
Outras doenças associadas à calvície
Algumas outras condições apresentam evidências menos significantes ou resultados conflitantes quanto à associação com a calvície.
São elas:
- Infertilidade;
- Hiperplasia benigna prostática: aumento da próstata;
- Urolitíase: “pedra nos rins”;
- Câncer de intestino.
Doenças associadas à calvície: o que fazer?
A ciência tem estabelecido cada vez mais ligações entre entidades antes consideradas isoladas.
Nesse sentido, tem sido relatado uma série de doenças associadas à calvície.
Não por acaso, parte dos medicamentos usados para tratar a calvície eram primariamente usados no tratamento dessas condições associadas. A finasterida e o minoxidil são alguns exemplos.
Dessa forma, fica cada vez mais evidente a necessidade de uma avaliação completa de pessoas com queda de cabelo ou alopecia androgenética.
A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.
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Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621