Impacto emocional da queda de cabelo em pessoas com problemas capilares

Médicos e outros profissionais da área capilar estão lidando cada vez mais com o aspecto emocional da queda de cabelo.

Qual o impacto emocional da queda de cabelo?

A maior exposição e valorização da imagem pessoal por mídias sociais têm feito com que os problemas psicológicos associados à queda de cabelo venham se tornando cada vez mais evidentes e frequentes.

Apesar disso, a maior parte dos estudos científicos sobre queda de cabelo, alopecia ou calvície parecem andar à deriva dessa tendência.

Poucos abordam a questão emocional da queda de cabelo ou o comportamento dos pacientes com alopecia, apesar da importância do tema.

Quando investigado, o impacto emocional da queda de cabelo geralmente é tratado de forma superficial e em um segundo plano.

Em geral, as pesquisas são mais focadas em tratamentos ou outros aspectos clínicos dos problemas capilares.

Na prática, no entanto, o comprometimento psicológico da alopecia na qualidade de vida dos pacientes parece bem mais significativo do que sua abordagem científica.

Parte dessas pessoas, inclusive, apresentam sofrimento emocional, com sequelas pessoais, sociais e profissionais associadas à queda de cabelo.

Assim, não é de se estranhar que transtornos psiquiátricos também sejam mais frequentes em pessoas com alopecia.

É relatado, por exemplo, que pacientes com queda de cabelo acentuada têm maiores chances de desenvolver:

  • quadro depressivo grave;
  • transtorno de ansiedade;
  • fobia social;
  • distúrbio paranoico;
  • transtorno de personalidade.

E não para por aí. Alguns pacientes com alopecia relatam sensação contínua de perda, semelhante a observada em períodos de luto.

Ansiedade e depressão também são mais frequentes em homens e mulheres com queda de cabelo.

O impacto emocional da queda de cabelo ainda inclui redução da autoestima, piora na qualidade de vida e prejuízos à própria imagem corporal.

Quando a queda atinge a sobrancelha e cílios, como no caso da alopecia areata, podem ser desencadeados ainda problemas e identidade e personalidade.

Transtorno de personalidade

Para avaliar o influência dos cabelos no desenvolvimento de doenças psiquiátricas, um estudo italiano

acompanhou 285 homens e mulheres com alopecia (20,7%) ou queda de cabelo (79,3%).

Os resultados do estudo mostraram que 75% das mulheres participantes apresentavam sinais de transtorno de personalidade.

Para fins comparativos, a taxa média do transtorno na população italiana é de cerca de 10%.

Consequências da alopecia para mulheres

A alopecia também gera impactos emocionais aos homens, mas diversos fatores fazem com que eles sejam mais expressivos no universo feminino.

A relação entre cabelo, identidade e feminilidade é muito forte.

Isso faz com que as mulheres com perda de cabelo tenham reações emocionais mais exacerbadas.

Na pesquisa britânica Understanding alopecia, 40% das mulheres com alopecia relataram problemas conjugais, enquanto 63% afirmaram terem sido prejudicadas profissionalmente.

Entre as mulheres em tratamento oncológico, a perda cabelo também foi associada a uma pior avaliação da própria imagem corporal.

Além disso, aspectos emocionais transitórios, como o estresse, também são relatados.

E aqui cria-se um ciclo vicioso: o estresse causa queda de cabelo e a queda de cabelo causa estresse.

Estudos mostram que mulheres com altos níveis de estresse são até 11 vezes mais propensas a apresentar queda de cabelo do que aquelas sem estresse.

Consequências da alopecia na infância

Além das mulheres, as crianças também são mais propensas a apresentar uma elevada carga emocional associada à queda de cabelo.

Alguns estudos científicos abordam o tema.

Um estudo sobre aspectos psicológicos da alopecia areata na infância, por exemplo, identificou que as crianças com queda de cabelo tinham mais tendência a problemas psicológicos, incluindo:

● ansiedade;

● depressão;

● retração/fobia social;

● agressividade.

Outro fato interessante observado no estudo é que, assim como ocorre com adultos, mesmo na infância, as meninas apresentaram maior impacto emocional da queda de cabelo do que os meninos.

A relação entre queda de cabelo na infância e distúrbios psicológicos também foi observada em outra pesquisa científica publicada em uma revista americana de distúrbios psiquiátricos em crianças e adolescentes.

Nessa pesquisa, verificou-se que 58% das crianças com alopecia areata apresentavam transtornos de ansiedade.

Como minimizar o impacto emocional da queda de cabelo e alopecia?

Estudos científicos reforçam os prejuízos psicológicos e emocionais decorrentes da queda de cabelo.

O rápido reconhecimento do problema, buscando suporte especializado, aumenta as chances do diagnóstico precoce e a eficiência do tratamento.

Dessa forma, perceber os sinais iniciais da queda de cabelo torna-se imprescindível para minimizar danos emocionais associados ao agravamento do quadro.

O acompanhamento psicológico também pode ser importante para combater possíveis sentimentos negativos associados à queda de cabelo e depreciação da imagem corporal.

O tratamento clínico recomendado vai depender do diagnóstico.

Dessa forma, o paciente deve buscar um médico especializado em cabelo assim que observar alterações significativas ou queda persistente.

O atendimento com acolhimento apropriado é essencial para aliviar o desconforto e angústia do paciente.

A Clínica Doppio possui uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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