Estágios e sinais da alopecia feminina

Embora ainda não seja cultural, as mulheres também precisam ficar atentas aos sinais da alopecia feminina.

Afinal de contas, segundo um estudo brasileiro, cerca de 8% da população feminina brasileira apresenta calvície antes dos 30 anos. Considerando-se a faixa entre 60 e 75 anos de idade, 68%  das mulheres do Brasil apresentam algum grau de alopecia.

Os sinais da calvície feminina são mais evidentes após a menopausa porque há diminuição dos hormônios femininos estrógeno e progesterona. 

Sem o contrapeso deles, os andrógenos, ou seja, os hormônios masculinos testosteronadihidrotestosterona (DHT), ficam mais atuantes.

Dessa forma, a evolução da calvície torna-se mais rápida e os sinais da alopecia feminina mais evidentes.

Estágios da calvície feminina

Assim como no homem, a mulher também apresenta uma progressão da calvície em etapas.

Ao contrário da calvície masculina, no entanto, a rarefação capilar das mulheres costuma ser mais lenta e difusa.

O homem perde cabelo só no topo da cabeça enquanto a calvície feminina atinge todo o couro cabeludo.

Por ser difusa, a alopecia androgenética feminina demora para deixar buracos ou falhas no cabelo.

Caracteristicamente, ela abre um espaço entre os fios no meio da cabeça quando se reparte o cabelo com o pente.

Visto por cima, essa abertura sem cabelos se assemelha à imagem de uma árvore de Natal.

Esse mesmo alargamento é o critério da escala de Ludwig, tabela internacional de classificação da alopecia feminina.

estágios da calvície feminina

Pela figura se observa que quanto mais larga é a risca central, mais avançada é a calvície na mulher.

Contudo, não é preciso esperar o couro cabeludo ficar aparente para se detectar a calvície.

Aliás, o ideal é reconhecer a redução capilar antes disso, pois quanto mais precoce, mais efetivo é o tratamento.

Quais são os sinais da alopecia feminina?

Embora a mulher se preocupe mais com os cabelos, é mais difícil para elas reconhecerem a calvície.

Em partes, a dificuldade se deve à falta de conhecimento sobre o tema por questões culturais.

A calvície faz parte do universo masculino, sendo dessa forma, mais característica de homens.

Outro fator de confusão para as mulheres é o fato de frequentemente ter outras parentes com cabelo fino e ralo.

Como na calvície feminina há um afinamento progressivo e lento dos fios, muitas consideram isso normal da família. 

Ainda mais se tratando de um processo difuso, no qual não se tem uma referência de comparação como nos homens.

Primeiros sinais da alopecia feminina

A calvície nas mulheres difere-se da masculina pela recorrência na população, intensidade da perda capilar e formas de manifestação.

Entretanto, mesmo sendo distinta, também é possível se reconhecer a perda de cabelo em mulheres precocemente.

Para isso, basta reconhecer os primeiros sinais da alopecia feminina, como:

  • queda de cabelo;
  • aumento do frizz;
  • afinamento das pontas do cabelo;
  • mudança nas características do fio;
  • aumento de cabelinhos ou baby hair;
  • cabelos progressivamente mais claros;
  • maior tendência a embaraçar e formar nós.

Intensificação da queda de cabelo

Muitas mulheres se impressionam com a quantidade de cabelo no ralo do banheiro ou na escova de pentear.

Mas na maioria das vezes, não se trata de um problema.

Isso porque é normal cair até 100 fios de cabelo ao dia em todas as idades.

Essa queda ocorre devido ao ciclo natural do cabelo.

Entretanto, quando a queda de cabelo se torna mais intensa, esse pode ser um dos sinais da alopecia feminina.

Em geral, nesses casos, as mulheres observam fios pela casa, no travesseiro ou na roupa, por exemplo.

Sendo assim, é bom ficar atenta a presença e quantidade de fios em locais não usuais.

Mudança no formato e textura do cabelo

Um dos mais precoces sinais da alopecia feminina é a mudança na curvatura e  textura do cabelo.

Embora seja comum o cabelo ficar diferente, geralmente as mulheres têm mais dificuldade em notar a diferença.

Parte da dificuldade vem da falta de uma referência, já que o cabelo afina como um todo na calvície feminina.

Quem faz química no cabelo ainda tem mais um fator de confusão. Como esses procedimentos modificam os fios, há uma maior tendência a atribuir a alteração dos fios aos produtos.

Portanto, não é fácil mesmo perceber os cabelos ficando mais finos ou sem forma.

Em geral, a mudança se torna mais perceptível após períodos de grande queda, como por exemplo, após o parto.

Isso porque na calvície, ao cair, os fios novos vêm cada vez mais finos. 

Dessa maneira, além de mais ásperos e secos, os cabelos lisos, com ondas ou cachos perdem a definição.

O resultado é a famosa frase: “depois da gravidez meu cabelo nunca mais foi o mesmo”.

Cabelos cacheados vão ficando mais lisos e por sua vez os lisos se tornam mais armados ou “assanhados”.

Portanto, ao perceber essas alterações, é sempre válido questionar a possibilidade de esse ser um dos sinais da alopecia feminina.

Cabelos mais claros

A calvície não altera só a curvatura e aparência do fio, mas também sua cor.

Por isso, um dos primeiros sinais da alopecia feminina consiste no clareamento natural e progressivo do cabelo.

A haste capilar é composta por camadas sobrepostas de células contendo pigmento, como uma casca de cebola.

Desse modo, ao ficar mais fino, menos lamelas vão se posicionando umas sobre as outras.

O resultado então é a descoloração gradual dos fios com o passar do tempo.

Fios mais embaraçados

Cabelos finos embaraçam com mais facilidade.

Assim, o afinamento dos fios devido à miniaturização capilar aumenta a tendência à formação de nós e embaraçamento dos cabelos.

Portanto, não se deve ignorar a crescente dificuldade em desembaraçar os fios.

Afinal de contas, fios com nós ou embaraçados pode ser um dos sinais da alopecia feminina.

Baby hair

Baby hair consiste naqueles fios mais finos e com aspecto de novos presentes principalmente na parte frontal do couro cabeludo.

O termo científico para designar esses cabelinhos é pelo velus.

A presença deles na franja chama a atenção de muitas mulheres ao prenderem o cabelo para trás.

Boa parte delas fica feliz ao acreditar que aqueles sejam todos fios que vêm crescendo.

Entretanto, passa o tempo e a percepção é de que eles não saem do lugar, ou seja, não crescem além daquilo.

Pois é bem isso mesmo, muitos desses fios não crescem e podem inclusive ser um dos sinais da alopecia feminina.

O pelo velus é muito comum em bebês.

Conforme a criança vai crescendo, no entanto, esses pelos vão dando lugar aos fios terminais, mais longos e grossos.

Alguns pelos velus ainda persistem na zona de transição, região da linha de implantação capilar. Isso é normal tanto em homens quanto em mulheres.

Entretanto, o aumento dos velus ou baby hair também é um dos sinais da alopecia feminina.

Isso porque o pelo velus pode ser resultado do processo de miniaturização dos fios pela alopecia androgenética.

Na calvície, além de mais finos, os fios também vão ficando mais curtos até sumirem.

Portanto, nem sempre cabelos pequenos são fios novos. 

Em parte dos casos, os chamados fiozinhos novos podem ser, na verdade, fios miniaturizados da calvície.

Aumento do frizz

É normal pessoas com cabelos mais longos perceberem frizz no topo ou laterais da cabeça.

Afinal de contas, sempre há fios de diferentes formatos que não se encaixam em mechas e fios novos crescendo.

O frizz se torna ainda mais evidente quando se faz uma escova com secador ou quando se está em um ambiente com umidade.

Entretanto nem sempre é normal ter frizz, especialmente em quem percebe queda ou perda de volume capilar.

Existem diversas razões para se ter frizz no cabelo, sendo uma delas a calvície. 

Na alopecia, o efeito frizz se deve tanto ao encurtamento dos fios quanto às alterações na sua forma e textura.

Fios mais curtos e rebeldes tendem a não se alinhar com o restante do cabelo, tornando-se aparentes.

Portanto, o frizz também pode ser um dos sinais da alopecia feminina.

Comprimento do cabelo com pontas finas

Cabelos com pontas finas e desalinhados também são sinais da alopecia feminina

Com o passar do tempo, a miniaturização do cabelo deixa o fio mais fino e curto.

Consequentemente, chega uma hora que esse processo afeta também o comprimento do cabelo.

Como cada fio sofre miniaturização de forma independente, a tendência é que o cabelo atinja comprimentos diferentes.

O resultado então passa a ser cabelos mais curtos, com pontas finas e desalinhadas.

Clássicos sinais da alopecia feminina

Embora menos comuns e típicos do que em homens, alguns indicativos de calvície em mulheres também merecem destaque.

Diminuição do volume capilar

Cabelos volumosos não necessariamente são cheios.

O volume do cabelo obviamente depende da densidade capilar, ou seja, da quantidade de fios, mas não é só isso. A curvatura e calibre da haste capilar também são fatores determinantes para se ter volume.

Assim, cabelos cacheados ou ondulados tendem a ser mais armados e, portanto, mais volumosos.

Por outro lado, a miniaturização reduz o volume capilar, pois afeta diretamente todas as variáveis responsáveis por essa característica.

A calvície afina os fios, modifica seu formato e, por fim, reduz o número total de fios na cabeça.

Portanto, a perda de volume capilar é um dos sinais da alopecia feminina.

Às vezes, a mulher demora para perceber o cabelo mais murcho.

Se não visualmente, uma forma de notar a perda do volume capilar é através do rabo de cavalo. A necessidade de dar mais voltas com o elástico para prender o cabelo é um sinal claro de perda volumétrica. 

Dessa forma, um rabo de cavalo mais fino pode ser um dos sinais da alopecia feminina.

Couro cabeludo aparente

A perda progressiva dos cabelos e afinamento do diâmetro capilar faz a mulher com calvície enxergar mais o couro cabeludo. 

Embora a alopecia feminina afete todo o cabelo, a rarefação do topo e laterais da cabeça geralmente são mais evidentes.

Assim, o couro se torna mais perceptível ao repartir o cabelo no meio ou quando ele está preso.

Por isso, não é incomum ver mulheres com alopecia dividir os cabelos puxando os fios para o lado.

Dessa forma, elas disfarçam um pouco mais as falhas do centro da cabeça.

Nos casos mais graves de calvície, as mulheres costumam pentear o cabelo todo para trás, prendê-lo e passar gel.

Outro recurso também frequente em mulheres com calvície avançada é o uso de faixa ou bandana para prender o cabelo.

Quanto mais ralo ele vai ficando, no entanto, mais difícil se torna para disfarçar as áreas calvas.

Isso porque dependendo do penteado, os buracos na cabeça podem ficar ainda mais visíveis.

Entradas e aumento da testa

O recuo da linha de implantação capilar leva à formação de entradas e sensação de aumento da testa.

Em geral, nas mulheres a linha capilar costuma ser mais redonda e uniforme.

Mesmo sendo menos comum do que em homens, no entanto, os recessos capilares laterais também podem ocorrer em mulheres.

Mas, assim como em homens, nem sempre as entradas são indicadores de calvície.

Na puberdade é normal ter uma retração dos cabelos da linha de frente.

Esse avanço forma as chamadas entradas do desenvolvimento, típicas da adolescência.

O formato e profundidade dessas entradas são imutáveis e dependem das características genéticas de cada família.

Com o passar da adolescência, elas tendem a se estabilizar.

Entretanto, se houver aumento das entradas ou da testa na vida adulta, é preciso ficar alerta para a possibilidade de calvície.

A alopecia feminina pode deixar a testa grande e gerar entradas capilares.

Outras evidências de calvície em mulheres

Além dos típicos sinais da alopecia feminina, existem ainda outros indícios da perda capilar.

Mesmo que considere normal ter cabelos finos e ralos, a mulher deve ficar atenta se:

  • notar ardência e descamação na cabeça após exposição solar; 
  • ao olhar fotos antigas, ficar com a sensação de redução do volume capilar;
  • ouvir comentários de amigas, familiares ou do cabeleireiro sobre a mudança dos seus cabelos.

Queimaduras no couro cabeludo

Devido ao afinamento e perda de cabelo, as mulheres com calvície são mais suscetíveis a apresentar queimaduras no couro cabeludo.

A queimadura solar costuma ser notada pela descamação, vermelhidão ou queimação do couro cabeludo após exposição ao Sol.

Por isso, ela pode ser considerada indiretamente como um dos sinais de alopecia feminina.

Evidência fotográfica

Quando há dúvidas se está ocorrendo perda cabelo, uma dica é olhar fotografias antigas.

Ao comparar o cabelo atual com os registros anteriores, fica mais fácil perceber a rarefação ou recuo da linha capilar.

Em geral, os cabelos do início da adolescência costumam ser bem fartos.

Assim, eles se tornam uma boa referência e parâmetro de comparação.

Aviso de pessoas conhecidas

Para parte das mulheres, as mudanças capilares são difíceis de perceber.

Algumas vezes, até existe uma impressão de cabelos mais finos e minguados, mas não a certeza.

Nesses casos, a ajuda pode partir de pessoas próximas ou mesmo daquelas que já não se vê já algum tempo.

Por isso, é bom ser aberta a alertas da mãe, irmãs, amigas e do cabeleireiro sobre seu cabelo.

Aproveitar esses avisos pode reforçar a impressão pessoal e auxiliar na busca por uma orientação médica precoce. 

Calvície feminina: o que fazer?

Nem sempre é fácil para mulheres aceitarem a perda capilar.

Afinal de contas, o cabelo faz parte da identidade visual das pessoas.

Por isso mesmo, a tendência é que as mulheres tendam a ignorar os sinais da alopecia feminina, tentando justificá-los

Mas, por outro lado, conhecer esses sinais torna possível uma busca precoce por ajuda.

Como se trata de um quadro de perda progressiva dos cabelos, é fundamental agir o quanto antes.

Dessa forma, ao reconhecer os sinais da alopecia feminina, entre em contato conosco!

A Clínica Doppio  possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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