Fatores de risco para queda de cabelo por falta de nutrientes
O cabelo pode cair por diversas causas. Uma delas é a queda de cabelo por falta de nutrientes.
Para se ter fios saudáveis é fundamental ter um bom aporte de vitaminas, minerais e macronutrientes como, por exemplo, proteínas.
Por isso, é importante verificar como estão as reservas desses elementos quando o cabelo está caindo.
Após realizar exames e realmente se detectar queda de cabelo por falta de nutrientes, pode ser preciso suplementar a dieta.
Entretanto, embora útil, nem sempre a suplementação nutricional é uma boa opção.
Pelo contrário, sem uma indicação e orientação corretas, ela pode, inclusive, até agravar o quadro.
Queda de cabelo por falta de nutrientes
O déficit nutricional prejudica o bom funcionamento do organismo como um todo.
Nesse contexto, a queda de cabelo por falta de nutrientes é apenas uma das diversas manifestações do estado carencial.
Aliás, em boa parte dos casos, o cabelo é um dos primeiros a sofrer quando há deficiência alimentar.
Isso porque quando um nutriente está em falta no organismo, suas reservas acabam sendo direcionadas à manutenção de funções vitais.
Como o corpo entende o cabelo como sendo algo não essencial ao seu funcionamento, ele logo abre mão dos fios.
Dessa forma, a queda de cabelo por falta de nutrientes passa a ser um sinal premonitório de outras manifestações sistêmicas.
Papel dos nutrientes na saúde capilar
O cabelo sinaliza o estado de saúde da pessoa. Por isso, ele também passa a ser sensível a agravos ao organismo.
Assim, mesmo indiretamente, alterações em diferentes minerais e vitaminas interferem na vitalidade do cabelo.
Alguns dos mais importantes nutrientes para o cabelo serão descritos a seguir.
Queda de cabelo por falta de nutrientes: ferro
Quando se pensa em queda de cabelo por falta de nutrientes, logo vem à mente a carência de ferro.
Embora a comunidade médica tenha divergências sobre valores, há consenso sobre o fato da ferropenia afetar a saúde capilar.
O ferro participa de diversas reações fundamentais à sobrevivência do ser humano como, por exemplo, imunidade e produção de energia.
A diminuição dos níveis de ferro resulta na redução da hemoglobina, molécula responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. Esse quadro é conhecido como anemia ferropriva.
Sem ferro, o cabelo fica fraco, opaco desbotado e seco, resultando na queda.
As situações de risco para déficit nutricional por ferro incluem:
- mulheres com fluxo menstrual intenso;
- idosos com perda gastrointestinal por câncer de intestino;
- condições que geram má-absorção: doença celíaca, retocolite ulcerativa, doença de Crohn;
- uso crônico de remédios para estômago (bloqueadores de H2) como: ranitidina, cimetidina, famotidina e nizatidina;
- após cirurgia de bypass gástrico;
- gestante ou lactante;
- veganos e vegetarianos.
Mas não é só a falta desse elemento que provoca perda dos fios.
O excesso de ferro, ou hemocromatose, também pode desencadear a queda de cabelo.
Queda de cabelo por falta de nutrientes: zinco
O zinco é um mineral necessário para o funcionamento de mais de 100 enzimas no organismo.
Ele contribui para a formação das proteínas e para a regulação da expressão gênica.
A deficiência de zinco pode ocorrer nas seguintes situações:
- doença genética: acrodermatite enteropática;
- doenças de má-absorção intestinal;
- após cirurgia bariátrica;
- câncer;
- disfunção renal ou do fígado;
- alcoolismo;
- uso de remédios como o ácido valpróico ou alguns anti-hipertensivos;
- gestante ou lactante;
- veganos e vegetarianos.
Os sintomas da falta de zinco incluem diarreia, desordens na imunidade e dificuldade na cicatrização de feridas, por exemplo.
Seu papel exato no cabelo não é claro. Mas se acredita que o zinco contribua para o crescimento capilar por atuar na síntese de proteínas e divisão celular.
Assim, o déficit de zinco pode resultar em fios quebradiços e queda de cabelo por eflúvio telógeno.
Além disso, estudos científicos apontam a influência do zinco na evolução de quadros de alopecia areata.
Embora esse mineral seja essencial à saúde capilar, sua suplementação em pacientes sem déficit não interfere no crescimento do fio.
Pelo contrário, a suplementação do zinco nesses casos pode levar à toxicidade com consequente queda de cabelo.
Queda de cabelo por falta de nutrientes: biotina
A biotina, ou vitamina B7, B8 ou H, faz parte do complexo B.
Além dessa vitamina, esse grupo inclui a tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), ácido pantotênico (B5), ácido fólico (B9) e cobalamina (B12).
Em comum, todas essas vitaminas participam da produção de energia através do metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras.
Dentre todas elas, no entanto, somente a biotina tem sua deficiência comprovadamente associada à queda de cabelo.
Sintomas da falta de biotina incluem lesões cutâneas, alopecia e conjuntivite.
O déficit de biotina é raro, pois as bactérias intestinais são capazes de produzir essa vitamina.
Mas em algumas situações a carência de biotina pode ocorrer. Dentre essas condições, tem-se:
- mudança da flora intestinal por uso de antibióticos;
- dieta com alta ingesta de clara de ovo crua, por conta da avidina;
- uso de antiepilépticos;
- doenças congênitas.
Apesar da possibilidade de queda de cabelo por falta de biotina, tomar doses extras sem ter déficit não faz o cabelo crescer mais.
Sendo assim, não há indicação de suplementar biotina em quem não tem falta dessa vitamina.
Queda de cabelo por deficiência de nutrientes: vitamina D
O papel da vitamina D ou calciferol no desenvolvimento dos cabelos ainda não está totalmente claro.
Estudos em animais sugerem uma possível ação da vitamina no ciclo capilar.
Essa conclusão se baseia em alguns resultados de pesquisas e testes em laboratório.
Observou-se, por exemplo, que ratos com falta de vitamina D apresentaram aumento da queda dos pelos.
Além disso, pesquisas também mostram uma maior quantidade de receptores de vitamina D em folículos em crescimento.
Dessa forma, a falta de vitamina poderia, em tese, causar rupturas no ciclo capilar e aumento da queda.
O déficit de vitamina D é mais recorrente em:
- pessoas com exposição solar insuficiente;
- pele escura;
- obesos;
- após bypass gástrico;
- portadores de condições com má-absorção de gorduras.
De acordo com estudos, assim como o zinco, a vitamina D também parece interferir na evolução da alopecia areata.
Queda de cabelo por deficiência de nutrientes: proteínas
Quadros de desnutrição proteica como marasmo ou Kwashiorkor podem resultar em mudanças como afinamento dos fios e queda de cabelo.
As proteínas são compostos estruturais, ou seja, elas são como tijolos na formação das estruturas do corpo humano.
Tanto é que o principal componente do fio de cabelo é uma proteína, a queratina.
Ela é responsável, dentre outros, pela forma e força do cabelo.
A queratina está presente no Pantogar enquanto os demais suplementos apresentam outras fontes de aminoácidos como colágeno e complexos marinhos.
Apesar de vital para o fio, entretanto, não há um consenso sobre efeitos da suplementação proteica para queda de cabelo.
Vitamina A
A vitamina A compreende um grupo de compostos como o retinol, retinal, ácido retinóico e carotenóides.
De acordo com os estudos, a falta dessa vitamina não faz cair cabelo, mas o excesso pode precipitar a queda.
A hipervitaminose A pode ser decorrente de algumas situações, dentre elas a suplementação excessiva de vitaminas.
A toxicidade por vitamina A tem como sintomas a queda de cabelo, alterações na pele, visão e ossos.
Selênio
O selênio é um mineral capaz de atuar na formação do fio e também na sua proteção contra radicais livres.
Ratos com níveis baixos de selênio apresentam pelos esparsos e queda.
Em humanos, entretanto, há poucas pesquisas relacionando a falta de selênio à queda de cabelo ou alopecia.
Um desses relatos é de uma criança com cabelos ralos e selênio baixo que obteve melhora após reposição do mineral.
Os fatores de risco para carência de selênio são hemodiálise, HIV e doenças de má-absorção.
Apesar da baixa evidência científica sobre queda capilar por selênio baixo, a maioria dos suplementos para cabelo contém esse mineral.
Isso é preocupante porque o excesso de selênio causa queda de cabelo.
Além disso, a seleniose pode gerar lesões bolhosas na pele, sintomas gastrointestinais e dificuldade de memória.
Vitamina E
Os tocotrienóis e tocoferóis são membros da família da vitamina E.
Essa vitamina se destaca pelos seus potentes efeitos antioxidantes.
O déficit da vitamina E pode resultar em quadros de anemia hemolítica, ressecamento da pele e alterações neurológicas.
Enquanto isso, o excesso pode comprometer o funcionamento da tireoide e induzir sangramentos.
No caso do cabelo, nem o déficit nem a hipervitaminose E se relacionam diretamente à queda de cabelo.
Vitamina K
Classicamente a vitamina K é associada à coagulação.
A falta dessa vitamina pode provocar desde sangramentos mais leves até hemorragias internas graves.
Além disso, outras propriedades recentemente associadas à vitamina K são: formação de osso, combate ao câncer e à calcificação de vasos.
Do ponto de vista capilar, os estudos não mostram um benefício claro de suplementar vitamina K.
Ácidos graxos
Os ácidos graxos poliinsaturados são um tipo de gordura presente em alimentos com capacidade de proporcionar benefícios à saúde.
Nesse grupo, incluem-se o ácido alfa-linolênico (ômega 3) e o ácido linoleico (ômega 6).
A deficiência de ácidos graxos pode ocorrer em casos de nutrição parenteral incorreta e doenças de má-absorção.
Dentre os sinais de falta dessas gorduras está a perda de cabelos, sobrancelhas e clareamento dos fios.
Alguns possíveis mecanismos de ação dos ácidos graxos no cabelo apontados por estudos incluem modulação androgênica e proliferação folicular.
Apesar dessas possibilidades, no entanto, há limitação quanto a informações sobre sua suplementação.
Doenças ou fatores de risco para queda de cabelo por falta de nutrientes
Quando o cabelo começa a cair, logo vem à mente a hipótese de queda de cabelo por falta de nutrientes.
Apesar de se ter a impressão de que o cabelo está caindo por deficiência de vitaminas, não é comum isso ocorrer.
Entretanto, em algumas condições há maior risco de haver queda de cabelo por falta de nutrientes, como as citadas na tabela abaixo.
FATORES DE RISCO PARA QUEDA DE CABELO | ||
Nutrientes em falta | ||
Perda de sangue menstrual ou intestinal | Ferro | |
Doenças de má-absorção: Crohn, retocolite ulcerativa, doença celíaca, pancreatite | Deficiência de múltiplas vitaminas | |
Gravidez | Ferro, ácido fólico, zinco | |
Alcoolismo | Ácido fólico, zinco, niacina (vitamina B) | |
Câncer | Ferro, zinco e outros dependendo do tipo de tumor | |
Insuficiência renal | Selênio, zinco | |
Uso de antiepilépticos por convulsão ou transtornos psiquiátricos | Biotina, zinco | |
Anti-hipertensivos | Zinco | |
Uso prolongado de antibióticos | Biotina | |
Pouca exposição solar | Vitamina D | |
Dieta vegana ou vegetariana | Ferro, zinco | |
Ingestão excessiva de clara de ovo | Biotina | |
Desnutrição | Deficiências de múltiplas vitaminas |
Queda de cabelo por falta de nutrientes: quando se recomenda suplementar?
A carência de algumas vitaminas e minerais contribuem para a queda de cabelo.
Portanto, quando o cabelo estiver caindo e exames de sangue apontarem falta de um nutriente, é necessário repor esse elemento.
A reposição pode ser feita através de ajustes na dieta ou por meio de suplementação.
Existem diversas opções de suplementos para reposição de aminoácidos, vitaminas e minerais.
Como é comum se associar a queda de cabelo com deficiências nutricionais, muitas pessoas recorrem à suplementação por conta própria.
Entretanto, estudos científicos sustentam não haver benefícios à saúde capilar em decorrência da suplementação quando não há deficiências.
Dessa forma, suplementos alimentares não melhoram o crescimento e fortalecimento dos cabelos em pessoas sem carências nutricionais.
Muito pelo contrário, a reposição indevida de multivitamínicos contendo vitamina A, zinco e selênio podem, na verdade, aumentar a queda.
Assim, o manejo do balanço nutricional é fundamental para a saúde capilar. Independentemente do estado nutricional, é sempre válido dosar os níveis dos nutrientes através de exames.
Eles são importantes não só para avaliar a necessidade de reposição, como para acompanhar sua evolução.
Então, a suplementação só deve ser feita com prescrição médica e seguida conforme orientação do especialista.
A automedicação, mesmo através de suplementos alimentares, pode trazer riscos à saúde e provocar queda de cabelo.
Por isso, se deseja tomar vitaminas para ter cabelos bonitos e saudáveis, consulte um médico especialista.
A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.
Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.
Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621