Medicamentos fitoterápicos para tratamentos capilares
A fitoterapia capilar se tornou uma opção de tratamento para pessoas que preferem não usar medicamentos tradicionais.
O que é fitoterapia capilar?
Os fitoterápicos são compostos resultantes da extração de ativos de plantas com possíveis ações medicinais.
Trata-se de uma versão industrializada do produto, garantindo, dessa forma, sua padronização.
Os métodos de separação das substâncias bem como sua forma de apresentação são muito variáveis. Assim, tem-se, por exemplo, fitoterápicos em folhas, pó, solução, óleo e até em cápsulas.
Em geral, a escolha das ervas e suas indicações provêm do conhecimento popular, base da medicina tradicional chinesa.
Além da preparação, a indústria também tem participação na pesquisa e isolamento das moléculas responsáveis pelos efeitos biológicos das plantas.
Por não serem medicamentos, os produtos da fitoterapia não necessitam de receita, exceto nos casos de fórmulas de manipulação.
O fácil acesso e o fato de serem naturais contribuem para tornar os fitoterápicos extremamente populares.
Outro benefício é sua ampla cobertura. Para todo problema de saúde há possibilidade de um tratamento fitoterápico, seja ele profilático, curativo ou paliativo.
Como era de se esperar, a tricologia não poderia ficar de fora.
Portanto, a fitoterapia capilar é uma forma de tratar problemas do cabelo e couro cabeludo através de extratos de plantas.
Principais agentes da fitoterapia capilar
Quando o assunto é cabelo, alguns compostos se destacam em termos de popularidade e busca por informações.
Dentre os clássicos fitoterápicos para queda de cabelo e calvície tem-se:
- Saw Palmetto;
- cúrcuma;
- óleo de semente de abóbora;
- isoflavona;
- feno grego;
- ginseng.
Saw palmetto (Serenoa repens)
A Serenoa repens, Saw palmetto ou Serenoa serrulata, talvez seja o representante mais famoso da fitoterapia capilar. E essa fama vem de muito tempo atrás.
Um estudo laboratorial de 1984 já apontava a ação do extrato da Serenoa repens na inibição da enzima 5α-redutase.
O bloqueio dessa enzima é o principal mecanismo de ação da finasterida, remédio oral para tratamento da alopecia androgenética masculina.
Na época do estudo, aliás, a finasterida ainda nem tinha aprovação dos órgãos de saúde para tratar a calvície.
O tempo passou e o Saw Palmetto nunca conseguiu comprovar sua ação nos testes clínicos para obter regulamentação pelo FDA.
Por isso, ele ainda não se tornou um medicamento.
Assim, a Serenoa repens segue sendo apenas um fitoterápico no tratamento da calvície.
Cúrcuma
A cúrcuma ou açafrão-da-terra é uma planta de nome científico Curcuma aeruginosa.
Do seu caule subterrâneo se extrai um pó amarelo, usado como corante, tempero ou fitoterápico.
O principal ativo da cúrcuma é a curcumina, substância com efeitos antioxidantes, antiinflamatórios e antimicrobiano.
Graças a essas possíveis propriedades terapêuticas, surgiram diversas sugestões de usos medicinais para a cúrcuma, inclusive para fitoterapia capilar.
Entretanto, assim como no Saw Palmetto, também não há dados científicos consistentes sobre a eficácia da curcumina no tratamento capilar.
Dessa forma, a cúrcuma continua não sendo uma medicação, mas uma suplementação natural presente em produtos da fitoterapia capilar.
Óleo de semente de abóbora
A abóbora, nome científico Cucurbita pepo, pertence à família das cucurbitáceas, mesmo grupo da melancia, pepino e abobrinha, por exemplo.
Trata-se de um vegetal rico em betacaroteno, vitaminas do complexo B, C, E, além de fibras.
Por toda essa riqueza nutricional, a abóbora é uma ótima opção de alimento para se adicionar à dieta.
A semente de abóbora, por sua vez, contém zinco, também bom para a saúde.
Mas os benefícios da abóbora não se restringem a sua composição nutricional. Suas sementes, por exemplo, também têm ação anti-helmíntica, ou seja, capaz de combater vermes intestinais.
O óleo da semente da abóbora também faz parte de suplementos de fitoterapia capilar como o Andropill.
Entretanto, os dados científicos existentes não são suficientes para justificar seu uso no tratamento da queda de cabelo ou alopecia.
Isoflavona
As isoflavonas são fitoestrógenos, ou seja, compostos vegetais com uma certa ação de hormônio feminino.
Uma das fontes mais populares de isoflavona é a soja. Além dela, as isoflavonas também estão presentes no Trifolium pratense, ou simplesmente trevo vermelho.
Graças ao efeito hormonal das isoflavonas, elas costumam ser um tratamento alternativo muito comum para sintomas do climatério.
Além disso, a isoflavona também tem sido usada na fitoterapia capilar, em especial no tratamento da alopecia androgenética feminina.
A ideia seria reduzir a ação dos hormônios masculinos responsáveis pela evolução da calvície nas mulheres.
O uso do trevo vermelho para tratamento capilar, no entanto, ainda não tem respaldo na literatura médica.
Feno grego
O feno grego, nome científico Trigonella foenum-graecum, é um extrato vegetal presente em suplementos e tônicos capilares, principalmente fora do Brasil.
Seu uso na fitoterapia capilar tem como base estudos que sugerem possíveis ações antiinflamatória, antioxidante e antimicrobiana do composto.
Essas propriedades do feno grego poderiam ser úteis, por exemplo, para controle da dermatite e queda de cabelo.
No Brasil, no entanto, o feno grego tornou-se mais famoso por seus efeitos anabolizantes.
Ativo frequente em fórmulas de manipulação para ganho de massa muscular, o feno grego é considerado um pré-hormônio ou bioidêntico.
Aliás, existem estudos mostrando um aumento dos níveis de testosterona após suplementação com feno grego.
Dessa forma, não faz sentido ele fazer parte da composição de produtos orais para tratamento capilar.
Isso porque a testosterona e seu metabólito diidrotestosterona (DHT) são os principais hormônios associados à calvície.
Em pacientes predispostos, quanto mais aumenta o nível desses hormônios, mais rápido se perde o cabelo.
Panax ginseng (ginseng vermelho chinês)
De acordo com a medicina chinesa, o ginseng melhora a circulação e metabolismo corporais, trazendo aumento da disposição e humor.
Essa possível ação na irrigação sanguínea e fornecimento de energia motivaram o uso do ginseng na fitoterapia capilar.
A ideia seria estimular o crescimento dos cabelos por aumentar o aporte de nutrientes e a produção de energia nos folículos.
Embora a proposta seja interessante, os resultados do ginseng para saúde capilar não têm um embasamento científico consistente.
Fitoterapia capilar funciona?
Existem muitos produtos à base de plantas disponíveis para compra em sites da internet e até em farmácias.
As promessas são as mais variáveis possíveis: desde crescimento e fortalecimento capilar até tratamento da queda de cabelo e calvície.
Mas será que esses produtos da fitoterapia capilar realmente funcionam?
O acesso a bases de dados científicos e interpretação de seus resultados não são tarefas simples.
Por isso, a principal fonte de informação sobre fitoterápicos acaba sendo mesmo a opinião popular, o famoso boca a boca.
Mas existe uma outra forma mais simples de saber se um produto novo para calvície ou queda de cabelo funciona.
Basta saber qual é o seu registro na ANVISA.
Fitoterápicos não tem regulamentação na ANVISA como medicamento. Em geral, eles se enquadram como cosméticos ou alimentos.
Essas classes de produtos, tais como os suplementos alimentares (Imecap, Exímia, Gummy hair, Neosil), não precisam provar aquilo que anunciam.
Por isso, a cada dia surgem diversos produtos novos prometendo curar a calvície ou controlar a queda de cabelo.
Apesar das promessas, no entanto, suas ações não costumam corresponder às propagandas.
Portanto, desconfie se um produto sem registro como medicamento na ANVISA afirmar tratar a alopecia.
Além de ineficaz, ele pode ainda trazer problemas à saúde das pessoas.
Riscos e efeitos colaterais da fitoterapia capilar
Por serem naturais, os fitoterápicos passam a impressão de não fazer mal nem apresentarem efeitos colaterais como fármacos tradicionais.
Entretanto, o uso incorreto de fitoterápicos pode causar uma série de malefícios à saúde, incluindo:
- intoxicações;
- tonturas e enjoos;
- reações alérgicas e irritações;
- inchaço e outras alterações.
Fitoterapia capilar vale a pena?
O fitoterápico é uma versão industrializada da planta, derivados ou ativos, o que garante sua padronização.
O uso de plantas para alívio de sintomas e doenças demanda conhecimentos específicos para identificação, colheita e preparo apropriado.
Além disso, a produção dos fitoterápicos demanda aprovação da ANVISA.
Entretanto, como não são medicamentos, os fitoterápicos não contêm dados claros sobre eficácia e segurança.
Portanto, antes de optar por medicamentos fitoterápicos, mesmo sendo “naturais”, é importante ter uma orientação médica.
A Clínica Doppio possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.
Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.
Tenho calcificações no fígado de origem residual ,posso tomar saw palmetto?
Olá, Juliana
Antes de tomar qualquer composto, mesmo fitoterápico, é melhor você consultar seu médico do fígado (hepatologista).