Foliculite queloidiana da nuca: causas, sintomas, prevenção e tratamento
Embora não apresente riscos à saúde, a foliculite queloidiana da nuca pode gerar um incômodo considerável.
A falta de uma abordagem correta leva ao agravamento do quadro e aumenta ainda mais o transtorno.
O que é foliculite queloidiana da nuca?
A inflamação do folículo piloso se chama foliculite.
Já queloide é uma cicatriz na qual o tecido fibroso extrapola os limites iniciais da lesão, formando grandes massas.
Dessa forma, a foliculite queloidiana da nuca é uma doença inflamatória cicatricial crônica dos cabelos da região posterior do couro cabeludo.
Nessa foliculite, a inflamação dos folículos pilosos leva à queda de cabelo com formação de cicatrizes altas.
Portanto, a foliculite queloidiana da nuca também é um tipo de alopecia cicatricial.
De acordo com a literatura médica, o quadro é mais comum em homens jovens afrodescentes.
As causas da foliculite queloidiana da nuca ainda não são claras, com possíveis participações de bactérias, genética, traumas e hormônios.
Sinais e sintomas da foliculite queloidiana da nuca
A apresentação inicial da foliculite queloidiana da nuca se dá por meio de espinhas no pé do cabelo. Em geral, além das lesões, há queixas como coceira e irritação após corte ou contato com capacete, por exemplo.
Com o tempo, as espinhas vão se tornando carocinhos duros, vermelhos, com tamanhos variáveis. As lesões podem ou não apresentar pus e sangramento. Essas pequenas pápulas então vão se agrupando em cicatrizes maiores até formar grandes nódulos fibróticos.
Além das protuberâncias com pus e sangue, o quadro também cursa com alopecia local.
Diagnóstico
O diagnóstico da foliculite queloidiana da nuca é clínico através da sua apresentação, bem característica.
Como se trata de uma doença exclusivamente cutânea, ou seja, restrita à pele, não é necessário fazer exames de sangue.
Entretanto, em casos de dúvida ou de uma apresentação atípica, a biópsia do couro cabeludo pode ajudar.
Prevenção
Não é possível prever quem vai ou não desenvolver foliculite queloidiana da nuca.
Por isso, não dá para impedir o aparecimento das lesões em quem tem predisposição a esse tipo de foliculite.
Entretanto, mesmo não havendo como evitar a doença, existem formas de minimizar as chances da ocorrência de novas lesões.
Uma delas, por exemplo, é evitar raspar o cabelo muito rente ou usar acessórios que causem atrito na nuca.
Além disso, outra medida seria procurar um médico especialista o quanto antes possível. Isso porque o diagnóstico e tratamento precoces podem ajudar a evitar a evolução para formas protuberantes mais graves.
Como tratar a foliculite queloidiana da nuca?
A foliculite queloidiana da nuca não tem cura.
A doença, de evolução crônica e progressiva, é de difícil manejo, alternando períodos de remissão e recorrências.
Contudo, existem opções terapêuticas para atenuar o quadro e prevenir o surgimento de novas lesões.
A lista de remédios para foliculite queloidiana da nuca incluem antibióticos, corticoides e retinoides, tópicos ou orais.
A primeira linha de tratamento para quadros leves costuma ser o uso de medicações tópicas por períodos variáveis.
Casos de cicatrizes um pouco mais exuberantes, porém ainda bem localizadas, podem se beneficiar de injeções intralesionais de corticoide.
Uma outra abordagem possível é a terapia sistêmica com uso prolongado de antibióticos.
Essa opção é particularmente indicada quando há muita secreção nas lesões.
A fototerapia e o laser são alternativas complementares, podendo ser incluídas junto às outras abordagens.
O tratamento cirúrgico da foliculite queloidiana é reservado para casos mais resistentes ou com lesões de tamanho mais significativo.
No caso da opção pela cirurgia, a proposta é retirar o máximo de tecido fibrótico possível.
A avaliação da elasticidade da pele no local e os cuidados pós-operatórios são fundamentais para uma boa cicatrização.
Além disso, é importante haver o mínimo possível de lesões purulentas e secretantes na hora de se operar.
Foliculite queloidiana da nuca: o que fazer?
O primeiro e mais importante passo para condução desse tipo de foliculite é fazer o seu diagnóstico precoce e correto.
Uma vez se estabelecendo com certeza de que se trata dessa condição, a próxima etapa é tratar.
O tratamento para foliculite queloidiana da nuca visa amenizar as lesões cutâneas e o incômodo provocado por elas.
A perda de cabelo na região da doença é permanente, como ocorre em outros tipos de alopecia cicatricial.
Portanto, o tratamento não recupera os cabelos.
Mas mesmo assim é fundamental tratar, pois há uma maior tendência à formação de novas lesões na região.
Além disso, abordagens inadequadas podem resultar no agravamento das lesões, com necessidade de intervenções mais intensas posteriormente.
Por isso, não é bom retardar a busca por ajuda médica.
Também é indispensável fazer o acompanhamento do quadro e adotar cuidados adicionais para evitar a progressão da doença.
Como essa condição causa muito desconforto, o seguimento médico se torna essencial para garantir melhor qualidade de vida ao paciente.
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Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621