Fototerapia capilar: ações, indicações, efeitos e resultados

As diversas possibilidades de uso da fototerapia capilar justificam seu crescente emprego na medicina.
O laser vem se mostrando um recurso cada vez mais útil graças as suas capacidades terapêuticas e bom perfil de segurança. Por isso, é interessante ter mais informações sobre esse tipo de tecnologia.
O que é fototerapia capilar?
A fototerapia capilar ou fotobiomodelação é uma modalidade de tratamento para doenças do cabelo e couro cabeludo através da luz.
O feixe luminoso é composto por diversas frações com cores e tamanhos de ondas distintos.
Dessa forma, cada cor representa um segmento particular, com as suas próprias características.
Os principais tipos de laser da fototerapia capilar e seus respectivos comprimentos de onda são:
- luz vermelha: ~600–750 nm;
- faixa próxima ao infravermelho (NIR): ~750–1100 nm.
Além desses dois componentes clássicos, há ainda outros elementos em estudo, como, por exemplo:
- ultravioleta (UV): ~315-400 nm;
- luz azul: ~400–500 nm.
Na fototerapia capilar, a aplicação desses diferentes espectros da luz é feita através de aparelhos de diodo.
Outro nome popular desse tipo de laser é LED, do inglês Light-emitting diode.
Os diodos emitem a radiação em potências mais baixas, daí o nome laser de baixa potência.
Embora trabalhe em baixa potência, cada aparelho entrega uma quantidade de energia diferente, variando desde equipamentos profissionais até domésticos.
Atualmente, existem algumas opções de fototerapia capilar como, por exemplo, pentes, bonés e capacetes para uso em casa.
Além da diversidade de formatos, há variações em alguns aspectos técnicos em cada tipo de LED.
Desse modo, há distinções quanto aos comprimentos de onda, frequência da radiação, energia, tempo irradiação e área coberta pelo aparelho.
Tipos de laser x profundidade na pele
O comprimento de onda das diferentes frações do laser define a profundidade de penetração e ação da radiação.
Quanto mais longa é a onda do LED, mais profundo ela chega.
Desse modo, enquanto a luz azul penetra apenas 1 mm na pele, a vermelha aprofunda 3 mm e o infravermelho até 5 mm.
Ao atingir diversas alturas da derme, o laser policromático acaba abrangendo folículos capilares de vários tamanhos e fases de desenvolvimento.
Além disso, cada tipo de laser, representado por uma cor, atua de forma particular sobre os bulbos capilares.
Mecanismos de ação da fototerapia capilar
Os estudos sobre fotobiomodulação mostram que a terapia promove a regeneração capilar por:
- inibir a inflamação;
- melhorar a circulação sanguínea do couro;
- aumentar a expressão de fatores de crescimento;
- incrementar a produção de adenosina trifosfato (ATP), ou seja, aumentar o fornecimento de energia para o folículo.
Teoria dos radicais livres para cabelo
Além desses efeitos, uma outra vertente sobre a ação da fototerapia capilar diz respeito aos radicais livres.
Os radicais livres são moléculas de oxigênio reativo formadas a partir do estresse oxidativo.
Esses compostos promovem danos ao material genético das células causando envelhecimento, doenças autoimunes e câncer, por exemplo.
Mas nem sempre é assim.
Existe uma hipótese de que, em pequenas quantidades, os radicais livres podem ser benéficos.
Isso porque, teoricamente, a liberação de poucas moléculas de oxigênio reativos provocaria danos mínimos e pontuais em tecidos saudáveis. Essas lesões, no entanto, seriam capazes de liberar citocinas e induzir a proliferação celular, visando reparar os danos.
Dessa forma, haveria um desenvolvimento capilar secundário ao aumento de citocinas como os fatores de crescimento.
Por outro lado, se passar da conta, as mesmas moléculas podem danificar as células, alterando suas funções ou mesmo matando-as.
De acordo com essa teoria, no caso, o laser teria uma dupla função. Além de gerar pequenas quantidade de radicais livres em tecidos saudáveis, ele diminuiria sua produção em tecidos com inflamação.
Desse modo, o LED limitaria a ação dos radicais livres somente na quantidade e local favoráveis ao crescimento do cabelo.
Para que serve a fototerapia capilar?
A ação terapêutica do LED se baseia nos efeitos biológicos decorrentes de suas propriedades físicas.
O laser desempenha diversas ações na pele do couro e no folículo piloso como, por exemplo:
- controle de dermatites e outros processos inflamatórios;
- analgesia, ou seja, redução da dor;
- cicatrização de tecidos;
- inibição da proliferação de bactérias;
- estímulo ao crescimento capilar;
- espessamento dos fios;
- controle da queda de cabelo.
Embora compartilhem alguns efeitos biológicos semelhantes, cada cor de LED tem algumas propriedades mais proeminentes.
A fototerapia capilar com luz vermelha e infravermelho, por exemplo, estimula a proliferação de células da raiz do cabelo.
Por sua vez, a luz azul tem uma ação mais superficial, contribuindo para o controle de condições inflamatórias e infecciosas do couro.
Além disso, baixas doses de ultravioleta poderiam gerar radicais livres e citocinas capazes de regenerar o cabelo na alopecia areata.
Com bases nesses efeitos da fototerapia capilar, surgem múltiplas possíveis aplicações dessa tecnologia na área tricológica.
Quais são as indicações de tratamento com LED capilar?
O fato de haver diversos comprimentos de onda na fototerapia capilar amplia o espectro de ações da técnica.
Dentre as indicações do laser capilar estão:
- alopecia androgenética;
- eflúvio telógeno;
- alopecia areata;
- líquen planopilar;
- alopecia de tração;
- queda de cabelo após quimioterapia.
Além de possibilitar o estímulo e crescimento do fio de cabelo, o laser também age mais superficialmente.
Assim, a luz azul, isolada ou junto às outras, atua no tratamento de quadros inflamatórios e infecções no couro. Isso ajuda no controle da dermatite seborreica, micose e foliculite, por exemplo.
Fototerapia capilar funciona?
Existem inúmeros trabalhos científicos descrevendo resultados positivos do tratamento com o laser capilar.
Uma das compilações desses estudos é a meta-análise de 2022, na qual se revisou 29 artigos sobre fotobiomodulação capilar
De acordo com a revisão, a luz vermelha e o infravermelho são efetivos para tratar a alopecia androgenética.
Até aí, nenhuma novidade. Afinal de contas, a maior parte dos aparelhos de laser capilar trabalham com essas 2 fontes luminosas.
A primeira informação nova do estudo foi de que as ondas próximas ao infravermelho também atuam na alopecia areata.
Aliás, além do NIR, outra notícia interessante foi que a radiação ultravioleta também pode ser útil para a alopecia areata.
Aqui cabe uma observação.
Um erro conceitual é achar que toda radiação ultravioleta faz mal por alterar o DNA das células e induzir mutações.
Na verdade, isso ocorre com UVC (~100-280 nm) e UVB (~280-315 nm).
O UVA (~315-400 nm), no entanto, produz radicais livres que, em pequenas quantidades, podem ser benéficos.
Além de descrever a ação de cada tipo de LED para o cabelo, a revisão ainda vai além.
Segundo sua base de dados, a combinação de múltiplos espectros de luz também poderia produzir uma resposta mais satisfatória.
Como exemplo, eles citam um trabalho de 2017 no qual obteve-se resultados superiores com a associação entre luz vermelha e infravermelho.
Por fim, os autores comentam que além do comprimento de onda, há outros fatores determinantes para o sucesso terapêutico. Dentre eles, destacam-se: energia, tempo de irradiação, área coberta pelo laser, número e intervalo das sessões.
Laser capilar x minoxidil
A título de comparação, um estudo de 2017 testou a fototerapia capilar com o minoxidil.
Na pesquisa, dividiu-se os participantes em 3 grupos de tratamento:
- laser;
- minoxidil;
- laser + minoxidil.
A conclusão dos testes apontou uma pequena vantagem da resposta do LED sozinho sobre o minoxidil. Entretanto, o resultado mais significativo foi o da associação do laser capilar e minoxidil.
Efeitos colaterais da fototerapia capilar
Nenhum trabalho científico descreve efeitos colaterais graves ou complicações severas do laser capilar.
Mesmo efeitos adversos leves são raros.
Os poucos relatos incluem ressecamento do fio, dor de cabeça, sensibilidade, irritação, ardência, vermelhidão, espinhas e queda de cabelo inicial.
Contraindicações do laser capilar
Por não gerar efeitos indesejáveis ou riscos consideráveis à saúde, há poucas restrições à fototerapia capilar.
Uma das raras situações mencionadas na literatura médica é a presença de um câncer no couro cabeludo.
Como o LED estimula a proliferação celular, o receio seria ter uma progressão mais rápida do tumor com a radiação.
Por isso, a recomendação de se evitar fotobiomodulação nesse caso.
Outras situações que precisam ser avaliadas pelo médico seriam:
- doenças com fotossensibilidade;
- uso de medicações fotossensibilizantes como lítio, isotretinoína, antipsicóticos, melatonina e certos antibióticos.
Há poucos dados sobre segurança do laser capilar na gravidez.
Um estudo de revisão bibliográfica de 2021 sugere ser seguro usar terapias com laser na gestação.
Na literatura médica, no entanto, ainda se encontram orientações de evitar seu uso pela falta de dados conclusivos.
Benefícios do laser capilar
A fototerapia capilar traz uma série de benefícios como, por exemplo:
- procedimento não invasivo, ou seja, sem cortes;
- bem tolerável, pois não dói;
- não atrapalha a rotina, porque não exige tempo para recuperação;
- quase não há efeitos colaterais;
- risco de complicações muito baixo;
- recupera a força, comprimento e calibre do fio de cabelo.
Como tratar diferentes condições do couro cabeludo?
Ainda que a luz possa contribuir no tratamento de diversas patologias do cabelo e couro, é preciso associar recursos.
Desse modo, a abordagem terapêutica como um todo costuma incluir medicações tópicas ou orais em conjunto com a fototerapia capilar.
Além disso, é importante considerar os diferentes comprimentos de onda para determinar qual protocolo é mais satisfatório para cada caso.
Assim, a etapa de diagnóstico da condição do couro cabeludo é indispensável para definição do tratamento com fototerapia capilar.
Portanto, o primeiro passo antes da adesão a qualquer tipo de esquema terapêutico é passar por uma avaliação médica especializada.
A partir do diagnóstico, o especialista avalia a necessidade e benefícios de cada tipo de tratamento para o paciente.
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