Hipotricose: o que fazer quando se tem pouco cabelo?

Existem algumas possíveis causas para se ter cabelos ralos e finos, sendo uma delas a hipotricose.

O que é hipotricose?

Hipotricose quer dizer pouco cabelo.

Portanto, esse termo engloba diversas condições genéticas responsáveis pela escassez ou ausência de fios e pelos.

De acordo com dados científicos, o couro cabeludo normal contém entre 100 a 150 mil fios de cabelo.

Já densidade capilar média de um adulto no Brasil, segundo pesquisa, é de cerca de 215 fios/cm².

A baixa densidade capilar da condição pode ser evidente desde o nascimento ou desenvolver-se mais tarde, após os 5 anos.

Chama-se de hipotricose congênita quando a pessoa tem pouco cabelo de nascença.

Além de esparsos, os cabelos costumam ser crespos, curtos, claros, secos, ásperos e frágeis.

As alterações também podem ocorrer nas sobrancelhas, cílios e outros pelos corporais.

Causas de hipotricose

A maioria dos casos de hipotricose se deve a alterações genéticas ou defeitos no desenvolvimento embrionário.

Em muitas delas, além da falta de cabelo, observam-se ainda outros problemas físicos ou do sistema neuropsicomotor.

Dentre as diversas condições com hipotricose estão, por exemplo:

  • hipotricose simples;
  • síndrome de Ofuji;
  • hipotricose de Marie Unna;
  • hipoplasia do cabelo-cartilagem;
  • hipotricose de Jeanselme e Rime;
  • síndrome de Graham-Little;
  • condrodisplasia metafisária.

Diferença entre alopecia e hipotricose

Nem todas as pessoas que têm pouco cabelo possuem hipotricose.

Muito pelo contrário, a maior parte dos casos de cabelo fino e ralo masculino ou feminino são por alopecia androgenética.

Por isso, é fundamental diferenciar hipotricose e calvície, pois cada condição tem suas causas e tratamentos específicos.

Na hipotricose, há um defeito embrionário responsável pela menor quantidade total de fios.

Portanto, um indivíduo com hipotricose já cresce tendo pouco cabelo.

Por sua vez, a alopecia androgênica envolve a perda gradual e progressiva dos fios por fatores genéticos e hormonais.

Dessa forma, os pacientes com alopecia vão ficando cada vez com menos cabelo a partir da puberdade.

Assim, se a pessoa sempre teve muito pouco cabelo, provavelmente ela tem hipotricose. 

Já quando se nota uma redução do cabelo ao longo do tempo, possivelmente se trata de alopecia.

Hipotricose: o que fazer?

Antes de pensar em como se tratar a falta de cabelos, é preciso saber as causas dessa rarefação.

Desse modo, o primeiro passo é consultar um médico especialista para obter um diagnóstico correto e recomendações de tratamento. 

Embora não haja uma cura definitiva para a hipotricose congênita, é possível gerenciar a condição. 

Dependendo do seu tipo, em alguns casos, pode-se prescrever medicamentos tópicos e orais para estimular o crescimento do cabelo.

Existem alguns relatos de caso de melhora com minoxidil tópico e oral na literatura.

Infelizmente o transplante capilar não é uma boa opção terapêutica para pacientes com hipotricose porque falta uma área doadora.

Assim como ocorre no transplante feminino, a rarefação capilar difusa dessa condição inviabiliza o procedimento.

Na calvície masculina, o transplante cirúrgico é possível graças ao não acometimento das laterais e nuca, geralmente áreas doadoras.

Além das opções de tratamento médico, existem estratégias e adaptações de hábitos para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

Cuidados pessoais e recursos cosméticos

Pessoas com pouco cabelo precisam evitar situações que possam reduzir ainda mais a cobertura capilar.

Dessa forma, pacientes com hipotricose devem cuidar para que seus fios não caiam excessivamente ou se danifiquem.

Portanto, é recomendável adotar os seguintes cuidados:

  • ter uma alimentação saudável;
  • lavar os cabelos com a frequência e produtos corretos;
  • tratar dermatites no couro cabeludo;
  • evitar química forte, ou seja, produtos com amônia, água oxigenada ou alisantes;
  • hidratar os fios para evitar a quebra por ressecamento;
  • proteger a cabeça com acessórios para prevenir queimaduras solares no couro;
  • fazer revisões de saúde periódicas.

Do ponto de vista estético, recursos como, por exemplo, maquiagem ou pó para couro cabeludo podem ajudar.

Alguns casos bem particulares podem ainda se beneficiar da micropigmentação.

Já para pessoas com hipotricose severa, a indicação e para o uso de próteses capilares.

Apoio psicológico e social

O impacto da falta de cabelo pode causar desconforto para o paciente com pouco cabelo.

Os efeitos psicológicos vão desde questões de autoestima, até depressão, ansiedade e fobia social.

Por isso, o apoio psicológico, seja através de terapia ou grupos de apoio, pode ser crucial.

A conexão com outras pessoas com a mesma condição pode oferecer um valioso senso de comunidade e compreensão.

Novas perspectivas em pesquisa e tratamento

A ciência está constantemente revelando novas informações sobre a hipotricose e suas várias formas.

Isso inclui estudos sobre a eficácia de tratamentos existentes, bem como o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. 

Tratamentos experimentais, incluindo terapias genéticas e células-tronco, estão em desenvolvimento, embora ainda estejam em estágios iniciais.

Além disso, novas pesquisas sobre bases genéticas e desenvolvimento embrionário podem proporcionar abordagens para prevenir e tratar a hipotricose.

Observações finais

Viver com hipotricose requer adaptação e resiliência. 

Com o apoio adequado e recursos corretos, as pessoas com pouco cabelo podem ter uma vida plena e satisfatória. 

À medida que as pesquisas avançam, cresce a esperança por novas estratégias para lidar com os desafios dessa patologia.

A hipotricose é uma condição complexa que exige uma abordagem multiprofissional. 

Ao abordar a situação com empatia, compreensão e suporte médico, podemos ajudar a melhorar significativamente a vida daqueles afetados por essa condição.

Caso você tenha pouco cabelo e precise de ajuda, venha nos visitar!

A Clínica Doppio  possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621


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2 Responses

  1. Drº Bom dia.
    Por favor observe, tenho no centro da cabeça, precisamente, no lado direito, tipo uma rodela que, ali incha, escama e da coceira sai pus e no final sangue e, isso tem mais de 20 anos. Já usei até remédios caseiros, enquanto não coça é um incomodo, após coçar alivia, mas não dura nem um mes, volta novamente, e assim se torna repetitivo a dêsenios assim se repete …

    1. Olá, Jaime

      Sugiro que quando você estiver com a rodela, agende uma avaliação para saber do que se trata e se é possível impedir que ela volte.
      Caso queira mais informações, entre em contato conosco pelo número (11) 38539175.
      Estamos à disposição para ajudá-lo.

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