Mineralograma capilar: é confiável dosar minerais no fio?
Exames como o mineralograma capilar podem ser utilizados para investigação de alguns aspectos da saúde do paciente.
Antes da solicitação do exame, no entanto, é preciso ponderar a necessidade e a confiabilidade do método.
O que é o mineralograma capilar?
O mineralograma capilar é um exame de análise quantitativa feito a partir de pequenas amostras de fio de cabelo.
O objetivo do teste é dosar os níveis de substâncias como sais minerais, eletrólitos, metais pesados, drogas e toxinas.
Além do cabelo, o mineralograma também pode ser feito a partir de amostras de materiais como sangue e urina.
O exame padrão envolve cerca de 40 compostos, alguns necessários à saúde, outros tóxicos e danosos.
Entre os minerais e eletrólitos geralmente incluídos no exame encontram-se:
- cálcio;
- fósforo;
- magnésio;
- sódio;
- potássio;
- cobre;
- ferro;
- manganês;
- silício;
- enxofre;
- cobalto;
- molibidênio;
- zinco;
- selênio.
Através do exame capilar ainda é possui dosar metais pesados e agentes tóxicos como:
- alumínio;
- antimônio;
- arsênio;
- bário;
- berílio;
- bismuto;
- boro;
- cádmio;
- chumbo;
- estanho;
- germânio;
- lítio;
- mercúrio;
- níquel;
- prata;
- rubídio;
- tálio;
- telúrio;
- titânio;
- tungstênio;
- urânio;
- vanádio;
- zircônio.
Drogas também podem ser detectadas pelo exame do fio de cabelo. Algumas delas incluem:
- maconha;
- cocaína;
- opióides;
- anfetaminas.
Para que serve o mineralograma capilar?
A ideia do mineralograma capilar é fornecer dados sobre nutrientes, metais pesados e tóxicos presentes no organismo.
O teste ainda pode ser usado para avaliar casos de intoxicação, doping, abuso de drogas ilícitas e investigação criminal.
Através de amostras de cabelo, por exemplo, é possível se ter provas sobre envenenamentos ou exposição ocupacional a metais pesados.
Qual a importância de se dosar sais minerais para o cabelo?
Alguns sais minerais, como ferro, selênio e zinco, são essenciais para a saúde do corpo e do cabelo.
Tanto a falta quanto o excesso deles pode levar à queda capilar. Dos 3, talvez o ferro seja o mais conhecido.
Quantidades insuficientes de ferro no organismo resultam em quadros de anemia.
Um dos sinais clássicos da anemia é a alteração da cor e textura dos fios, acompanhada de queda de cabelo.
O excesso de ferro, conhecido como hemocromatose também pode levar a queda e afinamento dos fios.
O selênio é outro mineral importante para os cabelos.
Dentre as principais fontes naturais de selênio encontram-se a castanha do Pará e os frutos do mar.
Níveis elevados desse mineral pode resultar em quadros de intoxicação e queda de cabelo.
O zinco, por sua vez, também contribui em atividades vitais relacionadas a imunidade, visão, funções neurológicas e saúde capilar. Esse mineral pode ser ingerido por meio de ovos, carne e frutos do mar.
Tanto a falta quanto o excesso de zinco podem contribuir para a queda de cabelo.
Assim, como pode ser visto, para se ter cabelos saudáveis é necessário manter um equilíbrio na quantidade de minerais no corpo.
Para isso, portanto, é recomendado dosar os minerais com certa frequência.
Como é feito o mineralograma capilar?
Para realização do mineralograma capilar é necessário se extrair 30 a 80 gramas de fios de cabelos.
Alguns locais propõem a coleta de cabelos cortados próximo ao couro cabeludo.
Em outros, a coleta é feita arrancando-se um tufo de cabelo com a raiz após anestesia local.
A amostra de cabelo é então enviada ao laboratório para análise.
Ao chegar no laboratório, os fios são preparados através de uma lavagem com solventes especiais.
Depois a amostra é inserida em uma máquina chamado espectrômetro.
O aparelho faz a dosagem computadorizada dos elementos presentes no fio, soltando um relatório com suas concentrações.
Quais os cuidados prévios ao exame?
Diversos aspectos como xampus, química e até o cloro da piscina podem interferir no resultado do exame do fio de cabelo.
Antes da realização do mineralograma capilar, portanto, o paciente deve ter alguns cuidados para não prejudicar a qualidade da amostra, como:
- ficar entre um e dois meses sem a realização de tratamentos químicos no cabelo como alisamento, tinturas, permanentes ou descoloração;
- na semana do exame não lavar o cabelo com xampu anticaspa, dando preferência para xampu neutro e sem uso do condicionador por 5 dias;
- não lavar o cabelo no dia da coleta do exame;
- evitar frequentar piscinas com frequência;
- não usar gel ou outros produtos para finalização do cabelo pelo menos 24 horas antes da coleta.
Quais as vantagens e desvantagens do mineralograma capilar?
Assim como outros exames, o mineralograma capilar também apresenta vantagens e desvantagens a serem consideradas.
Algumas possíveis vantagens do exame incluem:
- fornece dados sobre os elementos em um período mais longo;
- no caso de análises forenses, pode ser realizado mesmo após a morte.
Entre as desvantagens do mineralograma capilar, encontram-se:
- falta de padronização;
- custo;
- confiabilidade.
Dados de médio prazo
Em geral, os exames de sangue e de urina mostram a quantidade dos elementos no corpo no momento da coleta.
Sendo assim, nos casos de doping, drogas ou de envenenamentos, por exemplo, a substância pode não ser detectada pouco tempo depois do uso.
Por outro lado, essas substâncias assim como minerais, toxinas e metais pesados vão se acumulando no fio de cabelo.
Como o fio cresce 1 cm por mês, ele acaba sendo uma máquina registradora do que se passa no corpo.
Com isso, um dos benefícios do mineralograma capilar é permitir avaliar os níveis de compostos no organismo a médio prazo.
Confiabilidade
A análise do fio de cabelo fornece boa evidência nos campos de toxicologia, doping, medicina forense e ocupacional.
Entretanto, não há consenso na literatura médica sobre sua validade como screening em termos de saúde geral.
Nesse sentido, um dos estudos a apontar inconsistências do mineralograma capilar foi realizado por pesquisadores coreanos e publicado no Annals of Dermatology.
No estudo, comparou-se os resultados de uma mesma amostra de cabelo enviada a três laboratórios diferentes, dois na Coreia e um nos Estados Unidos.
Além da grande variação dos valores de referência, os três laboratórios apresentaram resultados incongruentes entre si.
Os três exames de mineralograma capilar realizados apontaram deficiência de minerais.
Cada um deles, entretanto, mostrou um painel diferente sobre a falta de elementos.
Com isso, cada laboratório sugeriu tipos diversos de problemas de saúde associados à falta daqueles minerais, além de diferentes recomendações quanto à suplementação nutricional.
Como se não bastasse essa inconsistência de resultados, há ainda um detalhe muito importante.
Antes de enviar o cabelo aos 3 laboratórios, os pesquisadores fizeram um check-up geral no voluntário.
Os exames de sangue, eletrocardiograma e raio-X não detectaram qualquer alteração.
Ou seja, o paciente não tinha nenhuma deficiência de minerais, sintoma ou qualquer um dos problemas de saúde apontados pela análise dos aparelhos.
Mineralograma capilar: informações sobre o exame do fio de cabelo
O mineralograma capilar é um teste de medição de elementos químicos no cabelo.
Como mostram os estudos científicos, os valores de referência do teste sofrem a interferência de muitos fatores e, por isso, são bem variáveis.
Tais divergências sobre as referências, aparelhos e o próprio método em si depõem contra a credibilidade do exame.
Além disso, é importante destacar que exames de minerais, sejam eles no sangue ou no cabelo, não identificam doenças sozinho.
Eles apenas mostram os níveis de diferentes substâncias no fio ou sangue e, paralelamente, no corpo.
Tanto níveis elevados como baixos de determinados sais minerais demandam atenção médica.
Dessa forma, mais do que a dosagem em si, a interpretação dos resultados é essencial para avaliação da saúde do paciente.
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Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621
Desejo saber sobre procedimentos para coleta e envios de material como cabelo para realização do mineralograma, assim também formas de postagem e valores.
fico no aguardo,
meus agradecimentos
Olá, João
Não realizamos esse exame na clínica.
O artigo tem mais um caráter informativo do que de divulgação de serviços.
Não faz no Brasil, só nos USA, o meu terei que enviar para Santa Catarina, pagar um total U$179,00+US$79,59, e caso não tenha cartão internacional +US$40,00=US$298,59; convertido em reais=R$1.469,00. O seu médico(a) quando requisitar tal exame, tem que colocar o e-mail pessoal dele, nunca da clínica/hospital em que trabalha, caso contrário, você não conseguirá encaminhar o pedido de exame para Santa Catarina
Olá
Desejo informações sobre mineralograma
Olá, Leonardo
Não realizamos o exame mineralograma, pois esse não tem valor na análise de problemas capilares, sendo seu uso mais voltado para investigações de abuso de drogas ou motivos forenses (suspeita de envenenamento, por exemplo)
qual o nome da sua profissão??
Olá, Vitória
Todos os profissionais da saúde que trabalham na área de tricologia devem ser médicos dermatologistas, especialistas credenciados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Acabo de tomar conhecimento da existência do exame de mineralograma feito no OLIGOSCAN (Oligocheck), de alta tecnologia e realizado em poucos minutos, por meio da palma das mãos. Da (pouca) literatura que li a respeito do OLIGOSCAN), ele seria mais preciso, barato e muito mais rapido (sai em poucos minutos) que o mineralograma de cabelo. Procede?
Olá, Milton
Existem muitos aparelhos e testes que prometem quantificar vitaminas, minerais e metais no corpo, sejam eles pelo fio de cabelo ou scanner, como o aparelho citado. Entretanto, na prática clínica esses exames têm pouco ou nenhum valor para aferição desses parâmetros.
O mineralograma é usado somente para fins forenses, em casos de envenenamento ou uso de drogas.