Nevo sebáceo: conheça esse sinal no couro cabeludo

Existem algumas lesões dermatológicas mais frequentes de se encontrar no couro cabeludo. Uma delas é o nevo sebáceo.

Embora nem sempre seja visível por conta do cabelo, ele acomete cerca de 0,3% da população.

O que é nevo sebáceo?

O nevo sebáceo de Jadassohn ou nevo organoide é um tumor cutâneo benigno geralmente presente desde o nascimento.

Ele acomete igualmente homens e mulheres de todos os grupos étnicos.

Não existem causas claras para seu o surgimento. Porém, estudos recentes apontam possível associação com mutações dos genes HRAS, NRAS e KRAS.

A lesão se origina a partir de uma proliferação anormal de células da unidade pilossebácea.

Como reconhecer o nevo sebáceo?

Na infância, o nevo sebáceo se apresenta como uma placa oval ou linear solitária, lisa, amarela, com bordas regulares.

O principal local de acometimento é o couro cabeludo, mas ele também pode aparecer na testa, face ou pescoço.

No couro, pode haver perda parcial de cabelo na região da lesão.

Por se tratar de uma mancha amarela discreta, muitas vezes, os pais nem sempre notam sua presença na infância.

Entretanto, com as mudanças hormonais da puberdade, a lesão tende a ficar diferente.

Assim, na adolescência e vida adulta, o nevo sebáceo cresce e fica parecendo uma verruga, áspero e com relevo.

O nevo sebáceo não é contagioso e não causa dor nem coça.

Contudo, a lesão pode gerar desconforto estético e emocional, principalmente quando ele fica em áreas mais expostas do corpo.

Riscos e complicações

Embora o nevo de Jadassohn seja benigno, ele pode ser sede de outros tumores benignos e malignos.

De acordo com estudos, a chance de se desenvolver outros tumores no nevo organoide varia entre 10 a 20%. Porém, na grande maioria dos casos, essas lesões também são benignas, com apenas 1 a 3% de neoplasias.

Geralmente, o aparecimento das lesões secundárias ocorre a partir dos 40 anos de idade.

Entre os tumores benignos mais comuns de surgirem a partir do nevo sebáceo tem-se:

  • tricoblastoma; 
  • siringocistadenoma papilífero;
  • tricolemoma;
  • adenoma sebáceo;
  • poroma;
  • adenoma apócrino.

Já dentre os cânceres malignos com origem no nevo sebáceo encontram-se:

  • carcinoma basocelular;
  • melanoma;
  • carcinoma espinocelular;
  • triquilemoma desmoplásico;
  • carcinoma sebáceo.

Além de ser sede para desenvolvimento de outras lesões, o nevo sebáceo também pode acompanhar outros problemas de saúde. É o caso, por exemplo de alterações neurológicas, oftalmológicas, ortopédicas, cardiovasculares, musculares e urogenitais, dentre outras.

Dessa forma, ao se diagnosticar o nevo organoide, deve-se solicitar avaliação do médico oftalmologista, ortopedista e neurologista para o paciente.

Como se faz o diagnóstico do nevo sebáceo?

O diagnóstico do nevo sebáceo é feito através do exame clínico realizado por um médico dermatologista.

Para chegar ao diagnóstico, o médico tem como base a aparência e características da lesão cutânea.

Após um exame físico cuidadoso para avaliar a mancha ou nódulo, o médico então passa a buscar outras alterações suspeitas.

Exames complementares, como a dermatoscopia, podem ajudar na determinação das características do nevo organoide. 

Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma biópsia para diferenciar esse nevo de outras condições de pele.

A biópsia cutânea é um procedimento simples no qual se remove uma pequena amostra de tecido para análise laboratorial.

Entretanto, embora útil em casos duvidosos, a biópsia geralmente não é necessária para o diagnóstico do nevo sebáceo.

Tratamento

Não há consenso quanto à conduta após confirmação do diagnóstico de nevo sebáceo.

Portanto, as decisões vão depender da avaliação individual e das especificidades do caso.

Alguns especialistas recomendam a observação e acompanhamento da lesão cutânea, sem intervenções se não houver alteração do quadro.

Outros profissionais preferem uma abordagem mais incisiva, com a remoção cirúrgica precoce do nevo de Jadassohn.

Além do caráter preventivo, a cirurgia também pode ter motivos estéticos quando o sinal incomoda o paciente.

A objetivo da cirurgia deve ser sempre retirar completamente a lesão quando possível, levando à cura do nevo sebáceo.

A indicação de tratamento, no entanto, pode variar de caso para caso.

Graças à baixa mobilidade dos tecidos do couro cabeludo, por exemplo, muitas vezes a excisão de lesões grandes é inviável.

Acompanhamento dermatológico

Nos casos sem indicação para remoção cirúrgica do nevo organoide, o paciente deve fazer um acompanhamento dermatológico.

As consultas periódicas são importantes para reduzir as chances de complicações mais sérias.

Qualquer alteração no nevo sebáceo, seja no tamanho, forma, cor, textura ou sintomas deve ser monitorada.

Portanto, é importante orientar o paciente e acompanhantes para procurarem o dermatologista assim que notarem algo diferente.

Entretanto, não há razão para preocupação excessiva, pois esse tipo de nevo costuma apresentar um curso bem favorável.

Nevo sebáceo: o que fazer?

O nevo sebáceo é um sinal de nascença no couro cabeludo. Trata-se de uma lesão benigna, não-contagiosa e de lenta evolução.

Mesmo sendo assintomático, contudo, é importante se fazer o seu diagnóstico correto para melhor programar seu monitoramento.

É preciso ficar alerta para qualquer mudança no nevo sebáceo, como crescimento rápido, alteração na aparência, sangramento ou coceira. 

Além disso, o diagnóstico da lesão leva à investigação de diversas outras condições de saúde associadas.

Portanto, se você ou seu parente tiver uma mancha ou verruga na cabeça, procure um médico especialista! 

A Clínica Doppio  possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621


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