Piora da caspa no frio: como evitar?

Quem sofre com o problema sabe o quanto há piora da caspa no frio.

A piora da dermatite seborreica no inverno intensifica os desconfortáveis sintomas da condição, como a coceira, dor, ardência e descamação.

Assim, ao entender as causas do agravamento da caspa no frio, torna-se possível cuidar e evitar esses desconfortos.

Por que há piora da caspa no frio?

A principal causa de caspa é a dermatite seborreica, popular seborreia.

A dermatite seborreica é uma inflamação da pele com localização, sinais e sintomas característicos.

Os locais de maior acometimento da dermatite seborreica são: 

  • couro cabeludo; 
  • atrás e dentro da orelha;
  • sobrancelhas;
  • cantos do nariz e bochechas;
  • barba;
  • peito, seja no meio ou embaixo das mamas;
  • genitais.

Dentre os sinais e sintomas da seborreia estão:

  • caspa, ou seja, descamação;
  • coceira;
  • vermelhidão;
  • sensibilidade ou dor;
  • ardência;
  • pinicação;
  • formigamento;
  • machucados ou feridas.

Hábitos que pioram a caspa no frio

O inverno é uma estação do ano particularmente ruim para controle da seborreia.

O motivo é a participação da oleosidade e a proliferação de fungos no agravamento da condição.

Portanto, alguns hábitos colaboram para a exacerbação da caspa no frio como:

  • menor frequência de lavagens;
  • banho quente;
  • uso de gorro, touca, chapéu ou boné.

As baixas temperaturas do inverno desestimulam as pessoas a lavarem os cabelos.

Por sua vez, a menor frequência de lavagens do cabelo no frio levam ao aumento da oleosidade e da seborreia.

Além disso, a temperatura da água também influencia na oleosidade da pele.

A água quente acentua a remoção de óleos das superfícies do corpo. 

Se por um lado isso aumenta o poder de limpeza, por outro acaba causando efeito rebote, além de prejudicar a integridade da barreira cutânea.

A pele possui uma camada natural de óleos que conferem a ela proteção contra o ressecamento e ação de microorganismos.

Ao retirar demais o sebo da pele, o corpo sinaliza para as glândulas sebáceas produzirem mais óleo para reconstituição da barreira.

Dessa forma, há uma oleosidade rebote secundária ao excesso de remoção de lípides cutâneos.

Além disso, ao remover a barreira, a água quente expõe a superfície cutânea a patógenos como os fungos, gerando uma resposta inflamatória.

O uso de gorros e toucas agrava ainda mais a situação.

Ao abafar o couro cabeludo, esses acessórios criam um ambiente ideal para o crescimento e proliferação dos fungos.

O resultado final não poderia ser outro: a piora da caspa no frio.

Mas nem tudo está perdido.

Uma vez que se entende os motivos para se ter agravamento da caspa no frio, fica mais fácil preveni-la.

A adoção de alguns cuidados com os hábitos e rotina de higiene capilar ajudam nesse sentido.

Cuidados para se evitar a caspa no frio

No inverno, o clima seco e frio pode influenciar mudanças na rotina capilar das pessoas.

Esses hábitos, nem sempre saudáveis do ponto de vista capilar, podem agravar a caspa e irritação do couro.

Por isso, é interessante se tomar alguns cuidados capilares para prevenir o agravamento do quadro.

Escolha de produtos capilares

Assim como o sabonete, o shampoo faz parte do kit de produtos de banho.

A escolha do shampoo geralmente leva em conta seu poder de limpeza, grau de ressecamento, cheiro, textura, dentre outras características.

Com a piora da caspa no frio, no entanto, pode ser necessário se fazer adaptações nos produtos capilares.

Uma delas é o uso de um shampoo anticaspa.

A proposta do produto é conter a proliferação de fungos no couro cabeludo, ajudando, dessa forma, a controlar a dermatite.

Além de possuir agentes antifúngicos, os xampus anticaspa também costumam retirar bem a oleosidade.

Apesar disso ser bom para o controle da seborreia, nem sempre agrada do ponto de vista estético.

O ressecamento dos fios pode deixar os cabelos sem brilho, movimento, forma e com mais volume e frizz.

Isso sem contar com o efeito rebote secundário a sua excessiva ação desengordurante.

Por conta desses fatores, pode ser necessário revezar o shampoo anticaspa com outros xampus mais suaves.

Além disso, é preciso adaptar a rotina de hidratação dos fios, intensificando-se o uso de condicionadores, cremes ou máscaras.

Frequência de lavagem

No inverno é mais difícil encarar o banho, principalmente lavando os cabelos.

Mas a frequência de higienização do couro cabeludo é fundamental no controle da dermatite e da caspa no frio.

Além de permitir o uso mais frequente e ação do agente antifúngico, a lavagem permite melhor controle da oleosidade.

O ideal é lavar a cabeça diariamente, especialmente se houverem sintomas e sinais inflamatórios.

Hábitos de lavagem

Assim como o xampu e frequência de higienização, alguns outros detalhes no banho também influenciam no controle da caspa no frio.

O primeiro deles é a temperatura da água.

Deve-se evitar lavar a cabeça com água quente, pois ela pode remover demais o sebo da pele causando  oleosidade rebote.

Por sua vez, o excesso de óleos agrava ainda mais o problema.

Portanto, recomenda-se diminuir um pouco temperatura na hora de molhar e enxaguar a cabeça.

Outro ponto de atenção na hora da lavagem é a forma de esfregar o couro.

A limpeza do couro cabeludo deve ser feita com a ponta dos dedos, mas sem usar a unha.

Dessa forma, evita-se provocar cortes no ato da limpeza.

O cuidado para não machucar o couro, no entanto, não significa que a lavagem deva ser muito leve.

Pelo contrário, é importante colocar certa pressão na ponta dos dedos para fazer uma boa limpeza do couro.

Por fim, outra questão é o tempo de uso do shampoo anticaspa.

Como o produto precisa de um tempo para agir contra os fungos, é necessário deixar o xampu por alguns minutos no couro cabeludo. 

Tanto o tempo como a frequência de uso do xampu devem seguir as orientações médicas.

Esfoliação do couro cabeludo

Em algumas situações específicas, o xampu pode não ser suficiente para promover uma limpeza adequada da caspa.

Nesses casos, pode ser necessário se complementar a rotina capilar com sessões de esfoliação do couro cabeludo.

A esfoliação ajuda na remoção células mortas, reduzindo a descamação do couro cabeludo, contribuindo, assim, para controle da dermatite seborreica.

Para se fazer a esfoliação pode se usar a escova de couro cabeludo ou produtos com agentes esfoliantes.

Os compostos químicos mais usados para esfoliação são o ácido glicólico, láctico ou salicílico.

Hidratação dos fios

Embora muito úteis para a beleza e saúde capilar, os condicionadores e cremes hidratantes exigem atenção na hora da aplicação.

Ao usar esses produtos, principalmente o leave-in ou creme para cachos, é importante se lembrar de não passar eles próximo à raiz do cabelo.

Isso porque ao reter umidade, eles podem criar um ambiente propício à proliferação de fungos no couro.

Secar o cabelo

Muitas pessoas deixam o cabelo secar naturalmente para preservar a saúde capilar.

Em geral, elas evitam usar o secador por acreditarem que ele faz mal ao cabelo.

Entretanto, se usado corretamente, o secador além de não prejudicar o cabelo, ainda ajuda no controle da caspa no frio.

Isso porque quanto mais tempo o couro cabeludo fica úmido, mais favoráveis são as condições para o crescimento dos fungos.

Assim, ao secar rapidamente o couro com o secador, a tendência é ter menor proliferação de fungos na cabeça.

Pelo mesmo motivo, é aconselhável não usar touca após banho ou deixar ele secar natural dentro de casa.

Controle do estresse

O estresse afeta a saúde de diversas formas; uma delas é colaborando no agravamento da dermatite seborreica.

É comum se observar a piora dos sintomas da dermatite durante períodos estressantes.

Por conta disso, uma das atitudes para controle da caspa no frio é combater o estresse.

Para trabalhar o estresse, procure realizar práticas de lazer, descanso e atividades sociais sempre que possível.

Sem cobrança, torne essa busca um compromisso seu com a sua saúde.

Persistência da caspa no frio: o que fazer?

A dermatite seborreica é uma condição inflamatória crônica, com períodos de melhora e piora.

Dessa forma, pacientes com caspa devem sempre adotar cuidados específicos para controle do quadro.

Caso a adoção das boas práticas não esteja sendo suficiente para controle da caspa, é preciso ter o acompanhamento médico.

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

 

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621


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