Por que algumas pessoas apresentam calvície precoce?

Uma das preocupações de pais calvos é saber se seus filhos vão apresentar calvície precoce.

E não é para menos.

A alopecia androgenética, principal causa de perda de cabelo na população acomete até 80% dos homens e 40% das mulheres.

A calvície é um problema comum e estressante, com impacto significativo na qualidade de vida.

Como cabelos vistosos representam juventude e atratividade, sua perda precoce pode ter importantes consequências negativas na autoestima.

Em se tratando de jovens, ainda em fase de formação da personalidade, o problema pode ser ainda maior.

O que é calvície precoce?

A calvície precoce é quando os sintomas da alopecia androgenética têm início antes dos 30 anos de idade.

Como se trata de uma condição com participação de hormônios masculinos, ela pode ocorrer em qualquer época após a puberdade.

Apesar de mais incomum, a manifestação da calvície precoce pode ter início ainda na adolescência devido às mudanças hormonais do período.

Assim, a alopecia pode acometer meninas a partir da primeira menstruação ou menarca e meninos após aparecimento de pelos genitais.

Em uma pesquisa com 1507 estudantes masculinos de 18 a 30 anos, por exemplo, verificou-se calvície em 19,2% deles.

Devido a essa relativa alta frequência entre jovens e suas possíveis consequências danosas, torna-se importante reconhecê-la o quanto antes.

Quais são os sinais de calvície precoce?

A mudança da textura, formato, cor ou aparência dos fios costuma ser o primeiro sinal da alopecia androgenética.

Depois disso, os fios então passam a ficar cada vez mais finos e curtos, com perda progressiva do volume capilar.

A percepção de couro cabeludo aparente geralmente só ocorre após os fios já estarem diferentes, finos e ralos.

Nessa fase, começam-se a observar falhas nas entradas e na coroa em homens, laterais e risca central nas mulheres.

Todas essas mudanças no cabelo pela alopecia androgenética se devem à miniaturização do fio.

Esse processo consiste na diminuição gradual do folículo pela di-hidrotestosterona (DHT), hormônio masculino derivado da testosterona.

Além de afinar o fio, em pacientes com predisposição genética, o DHT também leva à redução do ciclo capilar.

Dessa forma, os cabelos dos pacientes com alopecia androgenética tendem a cair mais e, a cada novo ciclo, ficarem mais finos.

Como se trata de uma condição progressiva, quanto antes se iniciam os sintomas, maiores as chances de ficar careca cedo.

Quais as causas da calvície precoce?

Diversos fatores podem contribuir para o início precoce da calvície, bem como para sua rápida evolução. 

Alguns deles são imutáveis como, por exemplo, a hereditariedade. 

Entretanto, existem algumas outras situações passíveis de maior controle, como no caso de uso de esteroides anabolizantes.

Conhecer o impacto desses fatores na calvície precoce ajuda a pessoa a tomar decisões mais conscientes.

Predisposição genética

O fator genético é o principal responsável pela ocorrência de calvície precoce.

Sozinho, ele responde por até 70% das chances de uma pessoa desenvolver alopecia androgenética e ficar careca.

Portanto, filhos de pais calvos, seja pai ou mãe, têm grandes chances de também apresentar calvície precoce.

Embora não se consiga mudar o código genético, sabendo-se desse histórico familiar, torna-se possível iniciar o tratamento mais cedo.

Dessa forma, evita-se não só a evolução para a calvície completa, mas até mesmo o aparecimento dos seus primeiros sinais.

Disfunções hormonais

A questão hormonal é, sem dúvida, o segundo fator mais importante para o desenvolvimento da calvície precoce.

Não é à toa que a condição se chama androgenética.

Hormônios andrógenos, ou seja, masculinos, como o DHT e a testosterona, contribuem diretamente na redução gradual do folículo capilar.

Entretanto, apesar deles terem essa ação, os níveis hormonais dos pacientes com alopecia costumam ser normais ou até baixos.

No caso, o problema não está na quantidade de hormônios, mas na sensibilidade dos fios a esses andrógenos.

Pacientes com histórico de calvície na família tem cabelos extremamente sensíveis a hormônios masculinos. 

Se eles já são mais propensos a ficarem calvos mesmo com hormônio baixo, imagina com distúrbios hormonais.

Por isso, pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou hiperplasia adrenal congênita apresentam mais calvície precoce.

O mesmo ocorre com pessoas em uso de anabolizantes, reposição com gel de testosterona ou hormônios bioidênticos.

Nesses casos, além da antecipação e intensificação da calvície em pacientes com predisposição, é possível se ter calvície precoce mesmo sem antecedentes familiares.

Hábitos de vida

Além do fator genético e hormonal, outros agentes também parecem contribuir para o desenvolvimento da calvície precoce.

Um deles é o estresse.

Apesar de isoladamente não ser capaz de induzir a miniaturização do fio, o estresse colabora para acelerar o processo.

Dessa forma, em pessoas com predisposição à calvície, o estresse seria capaz de antecipar e intensificar o quadro.

Por estresse entende-se não somente o sofrimento emocional, mas tudo aquilo capaz de pressionar o organismo além dos seus limites.

Assim, cigarro, poluição, exercícios físicos excessivos, dietas restritivas, cansaço físico ou falta de sono podem ajudar a desenvolver calvície precoce.

Doenças capilares associadas

Pacientes com outras doenças capilares também podem observar um comprometimento maior e mais precoce da densidade capilar.

Em casos de queda de cabelo por eflúvio telógeno, por exemplo, costuma haver maior progressão da calvície.

O eflúvio é uma condição na qual há um encurtamento do ciclo capilar.

Nessa situação, há interrupção precoce do crescimento do fio e antecipação da queda.

Diferentes fatores contribuem para o eflúvio como déficit nutricional, distúrbios hormonais, remédios, cirurgias, estresse, infecções e seborreia, por exemplo. 

Todos esses agravos sinalizam para o corpo reduzir a duração do ciclo capilar.

Com mais ciclos em menos tempo devido ao eflúvio telógeno, a miniaturização do fio pode acelerar, agravando o quadro.

Calvície precoce: o que fazer?

A calvície tende a se agravar com os anos.

Por isso, ela é mais comum em homens a partir dos 40 anos e mulheres após a menopausa.

Por ter uma forte contribuição genética, é possível prever quem tem mais risco de apresentar calvície precoce.

Assim, existindo antecedentes de problemas capilares na família, não se deve esperar perder os cabelos para então procurar um médico especialista.

Atualmente existem exames específicos que permitem ao médico detectar sinais de calvície muito antes dela ficar evidente. 

Além disso, se antes o diagnóstico era quase um fardo, hoje em dia é muito diferente.

Em estágios até certo ponto avançados, ainda é possível recuperar completamente o cabelo sem cirurgia.

Mas claro, quanto antes se detecta o afinamento dos fios, mais fácil, eficaz e barato fica o tratamento. 

Portanto, não perca tempo!

Se você suspeita de estar apresentando calvície precoce, faça-nos uma visita!

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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2 Responses

  1. Olá doutor eu tenho 14 anos e tenho um cabelo bem tratado mas muitas pessoas ficam me chamando de calvo por meio que o meu cabelo acaba em v sou calvo?

    1. Olá, Rodrigo

      Existem várias formas e estágios de calvície no homem (https://clinicadoppio.com.br/estagios-e-sinais-de-calvicie-masculina/).
      O V que você se refere é também chamado de bico da viúva, podendo ser uma característica sua e não um sinal de calvície (https://clinicadoppio.com.br/entrada-no-cabelo-masculino-e-feminino/).
      Para diferenciar as duas situações, é preciso examinar o seu cabelo.
      Caso queira mais informações, entre em contato conosco pelo número (11) 38539175.
      Estamos à disposição para ajudá-lo.

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