Queda de cabelo após dengue: como evitar?

A queixa de queda de cabelo após dengue faz parte dos efeitos tardios da infecção.

Para saber como ela ocorre é preciso antes entender um pouco mais da doença.

Dengue

Os casos de dengue no Brasil em 2022 aumentaram 189% em relação a 2021.  De acordo com o Ministério da Saúde, houve mais de 1,3 milhão de notificações, resultando em quase mil óbitos.

O alto índice de casos e gravidade da patologia explicam, em parte, o aumento da queda de cabelo após dengue.

Transmissão: dengue é transmissível?

A dengue é uma doença causada por um vírus da família dos flavivírus.

A transmissão ocorre através da picada de pernilongos fêmeas das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus, comuns em regiões tropicais.

Essas fêmeas são mais ativas durante o dia, transmitindo o vírus quando se alimentam do sangue humano.

Entretanto, para transmitir a dengue, o mosquito precisa antes sugar o sangue de uma pessoa com o vírus. 

Dessa forma, o mosquito é apenas um vetor, ou seja, ele só carrega o vírus de uma pessoa para outra.

Portanto, a principal forma de transmissão da dengue é entre mosquito e humano. A dengue não é transmissível pelo ar ou contato com pessoas contaminadas.

Há, porém, relatos de transmissão durante o parto, por transfusões de sangue, leite materno e transplante de órgãos.

Evolução

Um dos problemas de combate da dengue é a dificuldade de mapear e restringir as áreas com o vírus.

Isso porque há um intervalo entre a picada do mosquito e o início dos sintomas. Esse período se chama tempo de incubação.

Na dengue, o período de incubação do vírus varia de 4 a 7 dias.

Assim, uma pessoa pode se infectar em uma localidade, viajar e começar a apresentar sintomas em outro lugar.

Além disso, nem sempre os sintomas são presentes, sendo alguns pacientes assintomáticos.

Entretanto, quando presentes, os sintomas podem ser graves e, inclusive, levar a óbito.

Subtipos da dengue

O vírus da dengue possui quatro sorotipos (DENV).

Após uma infecção, o paciente torna-se imune àquele sorotipo, mas não aos demais.

Geralmente quadros mais graves da doença, como a dengue hemorrágica, ocorrem em pacientes após nova infecção com subtipos diferentes.

Calcula-se que 0,5 e 5% dos casos evoluem para manifestações graves.

Além da reinfecção, a evolução para formas mais severas também parece depender de fatores virais, autoimunes e ambientais.

Queda de cabelo após dengue e outros sinais e sintomas

Os sintomas da dengue surgem após o período de incubação, ou seja, 4 a 7 dias após a picada.

Em pacientes sintomáticos, eles incluem:

  • febre alta repentina com duração de dois a sete dias;
  • vermelhidão facial;
  • erupção com manchas vermelhas ou brancas na pele;
  • dores musculares e articulares;
  • dor de cabeça;
  • lentidão e falta de força,
  • dor de garganta;
  • perda do apetite
  • dor e desconforto ocular que pode evoluir para conjuntivite;
  • náuseas, vômitos e dor abdominal.
  • Além desses sintomas, a dengue faz cair cabelo também, mas não durante a fase aguda da doença.

É mais comum ter queda de cabelo após dengue, por vezes meses depois.

Nas formas graves da doença, como a dengue hemorrágica, há perda intensa de plasma, hemorragia e disfunção de órgãos.

O sangramento da dengue pode ser decorrente de alguns fatores como:

  • infecção prévia por outro sorotipo do vírus;
  • uso concomitante de medicamentos, que afinam o sangue  como o  ácido acetilsalicílico (AAS), dentre outros.

Além da hemorragia, o uso de AAS em pacientes com dengue pode desencadear a síndrome de Reye.

Outras complicações possíveis em casos graves incluem: 

  • lesão hepática; 
  • cardiopatias;
  • pneumonia; 
  • orquite ou ooforite: infecção dos testículos ou dos óvulos;
  • convulsões e encefalopatias.

Exames de sangue

A dengue, de acordo com a gravidade, também pode resultar em alterações no sangue como:

  • diminuição do número de plaquetas, responsáveis pela coagulação;
  • redução dos leucócitos, glóbulos brancos ou células de defesa do organismo;
  • elevação das enzimas do fígado.
  • Mudanças significativas dos exames laboratoriais são, aliás, indicativos da forma grave da dengue.

Diagnóstico

O diagnóstico da dengue pode ser feito por cultura, detecção do vírus por ELISA ou PCR e sorologia.

Prevenção da queda de cabelo após dengue

A dengue é transmissível pela picada do pernilongo Aedes infectado pelo sangue de uma pessoa com o vírus.

Sendo assim, uma das formas de prevenção da doença é o combate ao mosquito.

A proliferação desses insetos ocorre na água limpa, onde as fêmeas depositam seus ovos.

Dessa forma, para controle da doença, é preciso evitar deixar água parada, como em pneus, entulhos e vasos, por exemplo.

Tratamento

Não há um remédio para matar o vírus da dengue.

Portanto, o tratamento da doença é sintomático e de suporte, variando de acordo com exames e a evolução da doença.

O paracetamol é usado para dor, febre e demais desconfortos físicos, sendo a reposição de soro reservada para a desidratação.

Nos casos de dengue grave ou pacientes vulneráveis (como crianças, gestantes, lactantes, diabéticos e idosos) a internação hospitalar é necessária.

Hemorragias intensas podem demandar transfusão de sangue e/ou de plaquetas.

Com acompanhamento correto, estudos apontam uma mortalidade da dengue de 1%, podendo chegar a 20% sem suporte médico.

Queda de cabelo após dengue

A dengue faz cair cabelo. 

Em geral, a queda se inicia cerca de 1 a 3 meses após o início dos sintomas da doença.

De acordo com um estudo brasileiro, a queda de cabelo após dengue ocorre em 19,5 dos pacientes, aumentando para 34 naqueles com outras sequelas tardias da infecção.

A queda de cabelo após dengue se deve ao eflúvio telógeno, condição na qual há uma desregulação do ciclo capilar.

Segundo estudos, a presença do vírus nas células da papila dérmica altera o ciclo de desenvolvimento do folículo piloso.

Assim, a queda de cabelo após dengue seria consequência de um aceleração do ciclo de renovação dos fios pelo vírus.

Esse tipo de queda ocorre após dengue, mas também por outras infecções, inflamações, estresse, cirurgia, alimentação, hormônios e medicamentos.

Apesar de intensa, a queda de cabelo após dengue tende a melhorar espontaneamente em cerca de 6 meses.

Entretanto, dependendo do contexto, o cabelo pode continuar caindo de  forma crônica e prolongada.

Queda de cabelo após dengue: o que fazer?

A melhor forma de tratar a queda de cabelo após dengue ainda é a prevenção.

Assim, algumas medidas epidemiológicas importantes incluem a notificação de casos, busca ativa por focos e campanhas de conscientização.

Uma vez que a pessoa contraiu dengue, não há muito a fazer com relação à queda.

Como não há remédios para matar o vírus, é preciso esperar o organismo eliminá-lo.

Também não há nada a ser feito para impedir a queda de cabelo após dengue.

Entretanto, se o cabelo continuar a cair por longos períodos, é interessante procurar uma assistência especializada.

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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16 Responses

  1. meus cabelos está caindo muito depois que tive dengue já estou muito preocupada pois cada lavada cai um monte por favor me ajuda

    1. Olá, Durcelina

      Para te ajudar é preciso examinar seu cabelo, couro e pedir exames de sangue.
      Entre em contato conosco pelo número (11) 38539175 para agendar uma consulta.
      Estamos à disposição para ajudá-la.

    2. Depois que tive denque a mais ou menos um mês e meio meu cabelo venhe caindo demasiadamente estou muito triste com tdu issso…. Meu cabelo era lindo, hj quade nao tá dando nem pra fazer um Coke,

      1. Desesperadamente passo pelo mesmo processo
        Tive dengue em maio, e agora uma queda incomum, que me fez cortar o cabelo que eu mantinha grande, lindo e saudável
        Tristeza consumidora

      2. Infelizmente eu também estou passando por isso, é muito ruim, mexe muito com a gente. Eu estou desesperada. Espero que o seu cabelo melhore, assim como eu espero que o meu melhore.

  2. Dr Nilton depois de 3 meses o meu cabelo começou a cair, porém com uma leve coceira
    Existe um exame de sangue que posso fazer

    1. Olá, Maria Bernardina

      Existem diversos exames que podem ajudar na avaliação da queda de cabelo.
      Entretanto, para saber quais exames fazer, é preciso fazer uma anamnese bem detalhada, ou seja, é necessário antes passar por um consulta.
      Caso queira mais informações, entre em contato conosco pelo número (11) 38539175.
      Estamos à disposição para ajudá-la.

    1. Tive dengue fiquei muito mal, sentia dores até no couro cabeludo, depois de três meses meu cabelo está caindo horrores, já chorei 😭😭😭😭 demais. Já fui ao médico, meus exames estão ótimos. É proveniente desse vírus😡 Realmente é muito triste. Meus cabelos estão pela metade.

  3. Tive dengue na primeira quinzena de maio, quando já estava com uma leve queda de cabelo. No entanto, após um mês mais ou menos, a queda aumentou assustadoramente. Passei a tomar umas cápsulas manipuladas, com nutricolin 300mg, zinco Quel 30mg, Biotina 10mg, ácido pantotênico 500mg, Exicip V qsp. Gostaria de saber se adianta tomar essa receita por 90 dias, sendo que já fazem 12 dias que estou tomando e parece que a queda se agrava cada vez mais.

    1. Olá, Maria Ivone

      A indicação de medicamentos e outras formas de tratamento depende de uma prévia avaliação médica completa (https://clinicadoppio.com.br/diagnostico-e-exames-para-queda-de-cabelo/), com análise do fio de cabelo, couro cabeludo e exames de sangue.
      Portanto, sugiro que agende uma consulta para que possamos discutir possibilidades terapêuticas.
      Caso queira mais informações, entre em contato conosco pelo número (11) 38539175.
      Estamos à disposição para ajudá-la.

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