Queda de cabelos e calvície em atletas

Há diversas razões para se ter aumento da queda de cabelo e calvície no esporte.

A prática regular e equilibrada de atividades físicas pode manter corpo e cabelos saudáveis. Por outro lado, uma carga excessiva de exercícios, principalmente quando não acompanhada de uma alimentação adequada, pode causar aumento da queda de cabelo.

Outros fatores relacionados à queda de cabelo e calvície no esporte são o uso de suplementos ou anabolizantes, falta de cuidado com os cabelos e com o couro cabeludo.

Causas de queda de cabelo e calvície no esporte

 Dieta

Uma dieta adequada é necessária para uma boa performance.

A nutrição otimizada é um recurso que pode fazer a diferença nos resultados alcançados em uma competição.

Para se obter benefícios mais significativos através da dieta, no entanto, é necessário se instituir bons hábitos alimentares e não somente fazer dietas especiais por alguns dias ou consumir um determinado alimento ou suplemento de maneira isolada.

Um dos fatores a serem considerados na determinação da dieta mais apropriada para a atividade física, seja recreativa ou profissional, é avaliar os gastos e as necessidades específicas de cada modalidade.

O treino regular pode resultar em adaptações bioquímicas musculares que aumentam a demanda por nutrientes.

Além disso, o exercício físico muitas vezes sobrecarrega vias metabólicas, aumentando o uso ou perda de nutrientes pelo organismo.

Como resultado, quantidades mais elevadas de nutrientes podem ser requeridas para suprir as necessidades aumentadas para construção, reparo e manutenção da massa muscular em atletas.

A demanda aumentada somada a possíveis falhas na dieta provocadas pela rotina de treinamentos fazem com os atletas sejam mais susceptíveis à queda de cabelos secundária a carências alimentares.

Além de um aporte adequado de carboidratos, proteínas e gorduras, o atleta deve se atentar para os níveis de vitaminas e minerais.

Esses nutrientes são importantes para a produção de energia, manutenção da imunidade, da saúde dos ossos e cabelos. Além disso, auxiliam na síntese e reparação de tecidos musculares após períodos de treino ou lesão muscular, constantes no esporte.

Deficiências nutricionais em atletas

Os principais micronutrientes que são usados em maiores quantidades são: vitaminas do complexo B, D, cálcio, ferro, zinco e magnésio. Além dessas, vitamina C, vitamina E, beta-caroteno e selênio também devem estar presentes, por serem importantes antioxidantes.

Quase todos esses elementos, quando em falta, estão relacionados ao aumento da queda. Portanto, para se evitar o comprometimento capilar por carências nutricionais, o esportista deve ter uma dieta equilibrada, suplementando quando necessário.

A suplementação pode ajudar a corrigir carências nutricionais por aumento da demanda pelo exercício físico em atletas.

Entretanto, é importante destacar que o uso de polivitamínicos e suplementos não melhora a performance em indivíduos com dietas adequadas.

Suplementos para esporte e queda de cabelo

Existem shakes e outros suplementos que podem causar aumento da queda e perda de cabelos em homens e mulheres.

Mas nem toda suplementação usada em esportes de alto rendimento é problemática ou faz mal à saúde.

O problema é que certos shakes e suplementos contêm aditivos ou contaminantes com potencial de afetar o balanço hormonal.

Compostos como “os suplementos naturais de testosterona” e creatina, usados para ganho muscular e melhora de performance por atletas e praticantes de musculação, por exemplo, podem aumentar os níveis dos hormônios masculinos, ou andrógenos.

Inicialmente essas substâncias aditivadas podem não ser provocar danos aparentes, mas em homens e mulheres com predisposição à calvície, a perda pode ser acelerada.

Assim, esses compostos pode ser um dos motivos de aumento da queda de cabelo e calvície no esporte.

Anabolizantes e calvície

Os anabolizantes são considerados grandes vilões para aumento da queda de cabelo e calvície no esporte.

O uso de anabolizantes e dos”hormônios bioidênticos” podem acelerar o processo de calvície de forma definitiva.

Por aumentarem a ação ou quantidade de hormônios masculinos, esses compostos podem acelerar a  alopecia androgenética. Nessa condição, também conhecida como calvície, há afinamento e rarefação dos fios por ação de hormônios masculinos.

Em casos extremamente raros, a prática de exercícios de forma muito intensa também pode aumentar os níveis de testosterona e acelerar a calvície.

Anemia

Mulheres atletas têm alto risco de desenvolverem anemia por deficiência de ferro. Tanto para a saúde geral como para a perfomance no esporte, o aporte adequando de ferro é fundamental.

A anemia crônica pode levar não só ao aumento da queda, como também afinamento difuso dos cabelos e alterações de características dos fios como cor, brilho e resistência, tornando-os frágeis e mais propensos à quebra.

Estresse

Exercícios físicos excessivos por longos períodos fazem com que o corpo seja submetido ao estresse crônico, uma das principais causas de eflúvio telógeno. Nessa condição, os fios de cabelo entram prematuramente na fase de repouso, chamada de fase telógena, aumentando a quantidade de fios que caem.

Além disso, estudos apontam que o estresse também pode acelerar o início e a evolução da calvície em pessoas predispostas.

Apesar da atividade física ajudar a reduzir o estresse, o esporte de alto rendimento costuma exigir esforços físicos muito elevados. Dessa forma, a sobrecarga de exercício passa então a aumentar estresse.

Suor

O suor excessivo frequente em atividades físicas associadas à diversos esportes pode acelerar quadros inflamatórios do couro cabeludo, como a dermatite seborréica.

As dermatites do couro podem ser percebidas por sintomas como coceira, sensibilidade, ardência ou caspa.

Pessoas que não lavam os cabelos após exercícios físicos ou as que têm hábito de manter cabelos suados presos, com boné ou capacete têm maior propensão a desenvolverem quadros crônicos de queda por dermatites mais refratárias. O uso de gel para afirmar o penteado é outro fator de piora do quadro.

Para esses atletas, além de tratamento com xampus e tópicos apropriados, é fundamental que ocorram mudanças comportamentais para melhorar a saúde do couro cabeludo.

Cloro das piscinas

O uso de altos níveis de substâncias químicas como o cloro nas piscinas, faz com a natação seja um dos esportes com maior prejuízo à qualidade dos fios.

O cloro pode alterar a cor dos cabelos, bem como provocar ressecamento e fragilidade capilar. Algumas medidas podem ser tomadas para minimizar esse efeito:

  • Procure molhar os cabelos na ducha antes do entrar na piscina;
  • Use toucas de proteção;
  • Se possível, enxágue os cabelos em água corrente a cada hora de atividade na piscina
  • Após terminar o treino, lave os cabelos com água morna;
  • Prefira xampus sem resíduos ,de ph neutro e use produtos para reparação dos fios;
  • Deixe-os secar naturalmente, de preferência soltos;
  • Evite uso rotineiro de secadores, pranchas ou modeladores para não acentuar ainda mais os prejuízos ao fios;
  • Da mesma forma, tinturas e outras químicas como escova progressiva ou similares devem ser evitadas.

Mecanismos de queda de cabelo e calvície no esporte

Alopecia de tração

Até mesmo penteados podem levar ao aumento da queda de cabelo e calvície no esporte.

Para que os cabelos não atrapalhem no desempenho, é comum que esportistas os mantenham presos.

Com o passar do tempo, no entanto, dependendo da tensão do penteado pode ocorrer uma perda de fios pela tração.

Assim, atletas de alto rendimento devem evitar penteados muito apertados ou uso de apliques.

Calvície

A calvície, também conhecida como alopecia androgenética, é resultado da ação de hormônios masculinos sobre os fios de pessoas predispostas.

Uma das medicações aprovadas para o tratamento da calvície em homens é a finasterida.

A finasterida foi incluída na lista de medicamentos proibidos pela agência internacional de combate ao doping WADA (World Anti-Doping Agency) de 2005 a 2009, sendo liberada desde então.

O seu uso deve ser acompanhado com exames periódicos, uma vez que ela pode aumentar a testosterona em até 20%.

Em mulheres, o controle hormonal também faz parte do tratamento da alopecia. Apesar de não serem proibidas pelas agências de doping, as medicações devem ser informadas e monitoradas.

Queda de cabelo e calvície no esporte: o que fazer?

A busca pelos próprios limites faz parte da vida de um atleta.

Para melhorar a performance, muitos deles acabam tomando decisões que até podem trazer benefícios temporários, mas que geralmente também geram problemas futuros.

Os resultados mais satisfatórios são obtidos quando se atinge um equilíbrio entre saúde, corpo e mente.

O controle dessas variáveis permite ao atleta manter o foco somente nos seus objetivos esportivos.

Uma orientação e acompanhamento corretos ajudam a otimizar o tempo, o trabalho e a minimizar os danos provocados pela rotina de treinamentos e pelo sacrifício exigido pela atividade física intensa.

A queda de cabelo e calvície no esporte podem ser um grande oponente.

Assim, quando o assunto é cabelo, seja para prevenção, controle da queda ou calvície, é importante selecionar corretamente o time.

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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