Remédio para cabelo branco: o que funciona?

A busca por um remédio para cabelo branco é grande.

Embora o aparecimento de fios grisalhos faça parte do processo natural de envelhecimento, há sempre quem tente evitá-los.

Atualmente, o único recurso para combater os fios brancos são as colorações como, por exemplo, henna, tintura ou tonalizante.

Pesquisas científicas, no entanto,  descrevem algumas possibilidades de remédio para cabelo branco.

Boa parte desses medicamentos são relatos isolados nos quais se observou reversão dos cabelos brancos como “efeito colateral”. No caso, os pacientes notaram a volta da cor natural dos fios incidentalmente enquanto tratavam outros problemas de saúde.

Além desses, há ainda descrição de alguns outros compostos com hipotética ação na repigmentação do fio.

Por que nasce fio branco?

O enbranquecimento dos fios resulta de mudanças no complexo sistema de regulação da melanogênese, processo responsável pela produção da melanina.

A melanina é o pigmento responsável pela cor das fibras capilares. Sua produção ocorre nos melanócitos, células especializadas presentes no bulbo capilar.

Com o passar do tempo, os melanócitos vão reduzindo sua atividade, produzindo cada vez menos pigmento.

O ritmo dessa decaída pode ser mais intenso dependendo do grau de estresse oxidativo do organismo.

O estresse oxidativo ocorre por fatores como poluição, cigarro, exposição solar, sobrecarga emocional, privação de sono ou mesmo dieta inadequada.

Nessa situações, há uma maior formação de radicais livres, moléculas instáveis que atacam, danificam e até provocam morte de células do corpo.

Ao atingir o melanócitos, esses compostos reativos dão início ao processo de canície, ou seja, de embranquecimento do cabelo.

Portanto, o fio branco é resultado da interrupção da melanogênese, ou seja, da produção de melanina pelos melanócitos.

Por que  usar um remédio para cabelo branco?

Culturalmente, o cabelo é um símbolo de juventude e saúde, sendo os fios brancos um sinal de envelhecimento.

A canície, termo médico para designar a perda  natural da cor dos cabelos, geralmente ocorre após os 35 anos.

Quando ela se inicia antes dos 20 anos, tem-se o quadro de cabelo branco precoce.

O aparecimento de fios brancos, principalmente em adolescente e jovens pode incomodar bastante.

Tanto que não é incomum as pessoas arrancarem seus primeiros fios brancos, na tentativa de evitar o processo.

A maior parte das soluções capilares para cabelo branco se restringem a métodos de coloração.

Entretanto, existem diversos inconvenientes com a técnica.

Além do aspecto não natural, as tinturas danificam o fio e podem causar irritação ou alergia no couro cabeludo.

Tonalizantes, por sua vez, embora menos agressivos, não cobrem bem os fios e saem logo.

A henna também pode ter diversos contaminantes com ação prejudicial ao fio.

Além disso, todos as colorações são trabalhosas, exigem retoques frequentes e, claro, não recuperam a cor original do fio.

Nesse contexto, cresce a busca por um remédio para cabelo branco capaz de fazer ele voltar a sua cor.

Quais são as opções de remédio para cabelo branco?

Existem diversos produtos no mercado com a promessa de reverter o embranquecimento do fio.

Quase todos eles são substâncias provenientes de extratos de plantas ou compostos sintéticos para farmácia de manipulação.

Entretanto, nenhum deles tem aprovação como remédio para cabelo branco, e sim como cosmético, fitoterápico ou princípio magistral.

Nesse grupo encontram-se compostos como, por exemplo, o Greyverse, Phyto RE 30 e a catalase.

Embora tenham propostas e mecanismos de ação diferentes, em comum, eles compartilham o fato de não terem bom embasamento científico.

Quando se faz uma pesquisa na literatura médica especificamente por um remédio para cabelo branco, quase nada se encontra.

Os poucos dados existentes são de relatos de casos esporádicos nos quais houve reversão do embranquecimento dos fios por acaso.

Desse modo, não há uma relação direta ou consistência entre uso do medicamento e volta da cor original do fio.

Nesses casos, o efeito de fazer o cabelo voltar a ser preto foi aleatório, incomum e não-reprodutível.

Entre as medicações dessa categoria de remédio para cabelo branco incluem-se:

• talidomida;
• lenalidomida;
• adalimumabe;
• acitretina;
• etretinato;
• prednisona;
• ciclosporina;
• cisplatina;
• interferon-α;
• psoraleno;
• erlotinibe;
• imatinibe;
• latanoprosta;
• tamoxifeno;
• levodopa;
• captopril;
• clofazimina.
  

  Vitaminas e minerais

Além dos medicamentos, uma outra classe de compostos com possível ação como remédio para cabelo branco são as vitaminas e minerais.

As principais vitaminas que não deixam o cabelo ficar branco são a vitamina A, vitamina C e vitamina E.

Já dentre os minerais, destacam-se o cobre, selênio e zinco.

Esses nutrientes evitam o aparecimento de fios brancos por atuarem como antioxidante, ou seja, por combaterem os efeitos do estresse.

Ao reagirem com os radicais livres, vitaminas e minerais reduzem os danos e morte de melanócitos, prevenindo o embranquecimento capilar.

Além disso, existem dados na literatura médica descrevendo alguns casos de repigmentação do cabelo com vitaminas do complexo B.

Os principais compostos com esse possível efeito são o pantotenato de cálcio e o ácido para-aminobenzóico (PABA).

O pantotenato de cálcio é a vitamina B5 e o ácido paraminobenzóico está presente no ácido fólico ou vitamina B9.

Em ambos os casos, a reversão dos cabelos brancos ocorreu em alguns pacientes usando altas doses dessas vitaminas.

Como agem os diferentes tipos de remédio para cabelo branco?

A produção da melanina é um complexo processo que envolve múltiplas etapas e depende de diversas citocinas.

As citocinas atuam como sinalizadores entre as células, indicando como e quando cada organela deve agir para produzir o pigmento.

Qualquer defeito ou alteração nesse percurso pode resultar em déficit na produção de melanina e, portanto, aparecimento de fios grisalhos.

Assim, para atuar como remédio para cabelo branco, é preciso ser capaz de evitar ou reparar essas falhas.

Os antioxidantes, por exemplo, atuariam justamente protegendo os melanócitos dos efeitos deletérios dos radicais livres. Esse é o caso por exemplo, das vitaminas A, C, E, selênio, zinco, cobre, catalase, Dimpless, resveratrol, polifenóis, dentre outros.

Além do efeito protetor, existem algumas teorias apontando outros possíveis mecanismos para reversão da canície.

Algumas dessas hipóteses foram descritas por pesquisadores da Universidade da Califórnia em uma revisão sistemática publicada em 2020.

De acordo com os autores, os modos de ação e agentes dos diferentes tipos de remédio para cabelo branco seriam:

• inibição da ação de citocinas pró-inflamatórias que prejudicam a melanogênese: talidomida, lenalidomida, adalimumabe, acitretina, etretinato, prednisona, ciclosporina, cisplatina, interferon-α, psoraleno;
• estímulo à produção de melanina: latanoprost, erlotinibe, imatinibe, tamoxifeno e levodopa;
• suplementação de vitaminas: pantotentato de cálcio e PABA;
• acúmulo nos tecidos: clofazimina;
• mecanismo indeterminado: captopril.

Já no caso do Greyverse e do Phyto RE30, o modo de ação proposto seria mimetizar o hormônio alfa-MSH.

Segundo os desenvolvedores dessas substâncias, elas imitam o hormônio, ativando a síntese da melanina e a transferência dela para o cabelo.

Tem como o cabelo voltar a ser preto?

Existem diversos produtos e cosméticos vendidos como remédio para cabelo branco na internet e até mesmo em farmácias.

Em comum, eles prometem resultados mirabolantes sem, no entanto, apresentarem comprovação científica de eficácia e segurança desses compostos.

Os poucos artigos sobre o assunto descrevem casos isolados em que o cabelo voltou à cor original incidentalmente.

Dessa forma, não há uma explicação razoável de como ou porque os fios deixaram de ser brancos nessas pessoas.

Contudo, existem diversas teorias e propostas de modo de ação para os diferentes tipos de remédio para cabelo.

Na prática, contundo, ainda não é possível reverter os fios brancos.

A quem se incomoda com eles, por enquanto, resta recorrer às colorações.

Mas não percam a esperança, pois a ciência é dinâmica e sempre há novidades sobre o assunto.

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