Ritlecitinib: primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes

No dia 26/06/23, o FDA ( Food and Drug Administration) aprovou o primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes.
Trata-se do Litfulo, nome do medicamento da Pfizer cujo princípio ativo é o ritlecitinib.
Ainda durante seu período de testes, o ritlecitinib virou assunto por conta do incidente na premiação do Oscar 2022.
Na ocasião, o ator Will Smith esbofeteou o apresentador do evento, Chris Rock. A atitude seria em resposta ao comentário de Chris a respeito da alopecia de sua esposa Jada Pinkett Smith.
Dentre as diversas teorias da época, uma é de que tudo não se passava de uma encenação. Nesse caso, a ideia seria apenas promover o ritlecitinib, na época, postulante a ser pioneiro no tratamento da alopecia areata.
Embora, esse título agora pertença ao baricitinib, o ritlecitinib ainda conseguiu ser o primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes.
Após obter aprovação, o Litfulo voltou aos holofotes, mas dessa vez de médicos e pais de pacientes jovens com areata.
Alopecia areata em crianças e adolescentes
A alopecia areata acomete cerca de 147 milhões de pessoas no mundo, sendo 20% delas menores de 18 anos.
Trata-se de uma desordem autoimune na qual a queda de cabelo deixa falhas no couro, face ou corpo.
Nessa condição, o folículo sofre um ataque das células de defesa do próprio organismo. A resposta, então, é a interrupção do crescimento, quebra e desprendimento do fio de cabelo.
Tipicamente, formam-se rodelas totalmente lisas no couro cabeludo, mas também pode aparecer buracos na barba, sobrancelha, cílios ou pelos corporais.
O quadro geralmente se inicia com uma ou mais áreas sem cabelos, podendo haver fusão e expansão das falhas.
Denomina-se alopecia total quando a doença atinge todo o cabelo e universal se ela se estende ao restante do corpo.
Essas formas mais extensas de alopecia areata são de difícil manejo terapêutico e psicológico.
A falta de conhecimento da população em relação à alopecia areata cria muitos estigmas e traumas, especialmente em jovens.
Segundo uma revisão sistemática de 2023, os principais problemas psicológicos em adolescentes com areata foram vergonha e falta de confiança.
Além disso, o trabalho ainda destaca o bullying e menor participação em atividades escolares e recreativas.
Diante desse quadro potencialmente danoso em uma fase de desenvolvimento do caráter e personalidade, todo o cuidado é pouco.
Por isso, há um esforço da comunidade científica na busca de alternativas terapêuticas para a doença.
Tratamentos da alopecia areata
Embora não se conheçam totalmente as causas da alopecia areata, sabe-se que o estresse contribui na pior evolução do quadro.
Do ponto de vista terapêutico, há diversas opções para cada grupo etário ou grau de comprometimento da doença.
O corticoide, seja ele tópico, injetável ou oral é um remédio para alopecia areata em adolescentes, adultos e mesmo crianças.
A decisão sobre qual forma de apresentação do corticoide usar depende da experiência pessoal do médico e perfil do paciente.
Em crianças, em geral evita-se o uso das formas injetáveis ou oral.
Além do corticoide, outros métodos de tratamento da alopecia areata incluem a crioterapia e a imunoterapia, por exemplo.
A lista agora conta com mais um remédio: o ritlecitinib.
O Litfulo foi o primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes a obter registro no FDA.
Como funciona o primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes?
O ritlecitinib é um medicamento capaz de modular alguns passos da resposta imune.
Ele atua inibindo as enzimas janus quinase 3 (JAK3) e tirosina quinase expressa na família quinase do carcinoma hepatocelular (TEC).
Ao bloquear esse canal de sinalização molecular, o ritlecitinib modula a resposta imune alterada responsável pela queda de cabelo.
Estudos sobre primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes
O estudo base do FDA para aprovar o Litfulo como remédio para alopecia areata em adolescentes foi o ALLEGRO.
Esse trabalho, publicado na renomada revista Lancet, contou com 718 voluntários de 118 locais em 18 países. O grupo incluía adultos e adolescentes com perda de pelo menos 50% dos cabelos.
Para quantificar a resposta ao tratamento utilizou-se a escala SALT (Severe of Alopecia Tool) como medidor da severidade da alopecia.
A escala vai de 0 até 100, sendo SALT 0 o cabelo cheio, enquanto SALT 100 significa alopecia total.
No estudo, 23% dos pacientes tomando Litfulo 50 mg alcançaram SALT<20, ou seja, tiveram 80% ou mais de cobertura capilar. No mesmo período de 6 meses, a melhora no grupo controle, tomando outra pílula sem efeito terapêutico, foi de 1,6%.
A partir desses dados, o FDA aprovou o ritlecitinib como remédio para alopecia areata em adolescentes e adultos.
Como tomar Litfulo para alopecia areata?
O tratamento para alopecia areata do ritlecitinib é de 1 comprimido de 50 mg ao dia.
A resposta inicial ao tratamento pode levar até 6 meses, sem estabelecimento de uma duração máxima para seu uso.
Para quem está indicado o primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes?
A indicação do ritlecitinib é para tratamento de pacientes maiores de 12 anos com quadros mais severos de alopecia areata. Esse é o caso, por exemplo, da alopecia areata total e a universal.
Outros critérios de seleção seriam refratariedade a demais formas de tratamento e importante comprometimento psicossocial.
Contraindicações ao uso do ritlecitinib
Não se deve utilizar o Litfulo nos casos de:
- infecção ativa aguda ou crônica;
- infecções graves recentes;
- herpes zoster recorrente;
- problemas hepáticos graves;
- história de alergia a qualquer componente do remédio.
Além disso, não se recomenda tomar ritlecitinib junto com outros inibidores de JAK, imunomoduladores ou imunossupressores.
Vacinas de vírus vivos também devem ser evitadas enquanto durante o tratamento.
Não dados suficientes para atestar a segurança do Litfulo para crianças, gestantes e lactantes.
Efeitos colaterais do ritlecitinib
Os efeitos adversos mais comuns do Litfulo foram dor de cabeça, diarreia, acne e lesões cutâneas.
Houve ainda casos de herpes zoster, embolismo pulmonar, nasofaringite, acne, náusea e infecção de vias aéreas superiores.
Na bula, há um alerta sobre a possibilidade de se desenvolver infecções sérias, câncer, trombose, eventos cardiovasculares graves e morte.
As alterações mais comuns nos exames foram diminuição das plaquetas e leucócitos, com aumento das enzimas hepáticas e da CPK.
Vale a pena optar por esse remédio para alopecia areata em adolescentes?
O ritlecitinib é o primeiro remédio para alopecia areata em adolescentes a obter aprovação do FDA.
Após sua liberação e registro, ele se tornou regular para prescrição, venda e propaganda.
A notícia traz novas perspectivas terapêuticas para pacientes com quadros graves da doença.
No entanto, é preciso ter bons critérios na hora de avaliar possíveis candidatos ao medicamento.
Como em todo tratamento, deve-se sempre pesar riscos e benefícios para tomar decisões conscientes e mais assertivas.
Então, caso queira ter mais informações sobre essa ou outras novidades da área, faça-nos uma visita!
A Clínica Doppio possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.
Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621