Serenoa repens: remédio natural para a calvície funciona?
A Serenoa repens é um dos remédios naturais mais lembrados quanto o assunto é calvície.
Serenoa repens
A Serenoa repens, também chamada de Saw palmetto ou Serenoa serrulata, é uma palmeira baixa nativa da América do Norte.
De nome botânico Sabal serrulatum, seus extratos são usados para tratar problemas urinários desde o início do século passado.
Existe alguma evidência científica sobre seu uso e uma possível melhora discreta nos sintomas da hiperplasia benigna prostática.
A hiperplasia benigna prostática é o crescimento da próstata que ocorre com o passar dos anos, geralmente causando sintomas urinários.
O mecanismo de ação do Saw palmento não é conhecido, mas pesquisadores acreditam que ele possa ser similar ao da finasterida.
A finasterida é uma medicação comprovadamente eficaz para o tratamento da hiperplasia prostática e da calvície ou alopecia androgenética masculina.
Alopecia androgenética
A alopecia androgenética é uma condição que afeta a maior parte da população masculina em alguma fase da vida.
Mulheres também são frequentemente acometidas, sendo presente em até 40% das mulheres após a menopausa.
A alopecia androgenética caracteriza-se pela rarefação capilar secundária ao processo de miniaturização dos fios.
A miniaturização é o afinamento e encurtamento progressivo dos fios causados pelo hormônio masculino diidrotestosterona (DHT).
O DHT é formado a partir do hormônio testosterona, por ação da enzima 5-alfa redutase.
O bloqueio dessa enzima é o principal mecanismo de ação do medicamento finasterida.
Serenoa repens e alopecia androgenética
A possível semelhança com a finasterida no tratamento da hiperplasia prostática motivou a investigação do uso da Serenoa repens na calvície.
A justificativa para tal possível associação é simples.
O mecanismo de ação da Serenoa repens na próstata é desconhecido.
Uma das possibilidades é o bloqueio da formação de DHT pelo bloqueio da enzima 5-alfa redutase.
Como a enzima 5-alfa redutase está presente na próstata e no couro cabeludo, acredita-se que medicações que bloqueiem a enzima da próstata também possam agir nos cabelos.
Dessa forma, assim como a finasterida, a Serenoa repens também poderia ser usada para tratar a alopecia.
Além do bloqueio do DHT, a Serenoa repens ainda teria uma vantagem adicional no tratamento da calvície.
Ainda de significado incerto, a inflamação parece ter algum papel no desenvolvimento e evolução da alopecia.
Graças a sua ação anti-inflamatória, a Serenoa repens poderia ser ainda mais eficiente por também atuar nesse aspecto.
Serenoa funciona para calvície?
Existem poucos estudos sobre o uso da Serenoa repens para tratamento da alopecia androgenética.
Um dos primeiros foi publicado em 2002 no Journal of Alternative and Complementary Medicine.
O estudo piloto avaliou homens saudáveis entre 23 e 64 anos, com alopecia leve à moderada.
Dos 10 homens avaliados, 6 parecem ter tido melhora da rarefação.
Entretanto, o baixo número de participantes e a subjetividade dos parâmetros avaliados não permitem conclusões mais definitivas.
Outro estudo, dessa vez publicado em 2012, comparou os resultados entre finasterida e Serenoa repens após 2 anos de tratamento.
Foram avaliados 100 homens com alopecia leve ou moderada.
Um grupo usou Serenoa repens 320mg ao dia enquanto o outro fez uso de finasterida 1 mg ao dia.
Os resultados mostraram que a finasterida foi mais eficiente em todos os parâmetros terapêuticos avaliados.
Efeitos colaterais da Serenoa repens
A maior procura por tratamentos naturais se deve em parte, por eles serem conceitualmente associados a menos efeitos colaterais.
O fato de ser um produto derivado de uma planta, no entanto, não significa que ele seja isento de efeitos adversos.
Apesar de geralmente ser segura quando usada da forma correta, a Serenoa repens pode causar efeitos colaterais mesmo que raramente.
Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça, náusea, diarreia e tontura.
Há ainda relatos de hemorragia durante a cirurgia, sendo a Serenoa repens a possível causa.
Ela também pode afetar alguns hormônios, devendo ser evitada por crianças e mulheres grávidas, amamentando ou com câncer hormônio dependente.
Por conter taninos, o Saw palmetto pode limitar a absorção de ferro.
Seu uso concomitante com determinados princípios ativos também deve ser evitado por risco de interação medicamentosa.
As possíveis interações ocorrem com:
- Finasterida;
- Dutasterida;
- Estrogênios;
- Terapia de reposição hormonal;
- Antinflamatórios não esteroidais;
- Warfarin;
- Clopidogrel;
- Aspirina.
Aspectos legais
O registro da Serenoa repens, Serenoa serrulata ou Saw Palmetto na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é como fitoterápico.
Seu uso para o tratamento da queda de cabelo ou calvície, seja na forma oral ou tópica, não é comprovado nem regulamentado por esse agência ou pela agência americana FDA (Food and Drug Administration).
A única medicação oral aprovada para tratamento da calvície é a finasterida.
Essa autorização, inclusive, é restrita à alopecia androgenética masculina.
Serenoa repens: considerações finais
A Serenoa repens vem sendo usada em diversas fórmulas de manipulação e produtos voltados para os cabelos.
No entanto, sem estudos e resultados que comprovem sua ação e eficácia no tratamento da alopecia androgenética, sua indicação fica comprometida.
O uso de medicações naturais, porém sem efeitos comprovados, pode retardar o correto tratamento e recuperação capilar.
Existem tratamentos cientificamente eficazes e seguros para a queda de cabelos e calvície.
Com o diagnóstico e indicação corretos, eles podem trazer excelentes resultados.
A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.
Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.
Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621
Gostei da informação estou usando para oleosidade do couro cabeludo e muita queda tive no começofot d barriga e náuses a médica que me passou