Terapeuta capilar, tricologista e médico especialista: qual a diferença?

Existem diversos termos para denominar os profissionais que lidam com problemas no cabelo ou couro cabeludo. Esse é o caso, por exemplo, do terapeuta capilar, tricologista e médico especialista em cabelo.

Embora haja diferença entre as designações, muitas vezes essa diversidade de nomes acaba gerando confusão entre os pacientes.

Por isso, vale a pena entender mais sobre a formação e atuação de cada uma dessas profissões.

Terapeuta capilar x tricologista x médico especialista

A tricologia é área da medicina voltada ao estudo de doenças do cabelo e couro cabeludo.

Logo se subentende que o tricologista seja o médico especialista em patologias capilares.

Apesar de parecer lógico, no entanto, esse raciocínio não está correto.

Os termos tricologista ou terapeuta capilar não são reconhecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Esse órgão rege as atividades médicas determinando e fiscalizando as regras de atuação dos profissionais da medicina no Brasil.

De acordo com o CFM, o médico especialista em cabelos é o dermatologista.

Mas, sendo assim, o que são e como atuam o terapeuta capilar e o tricologista?

Terapeuta capilar

Uma das categorias de profissionais da área tricológica é a do terapeuta capilar.

O curso para terapeuta capilar não exige formação prévia, ou seja,  qualquer um pode se candidatar.

O objetivo é capacitar e treinar as pessoas para realização de procedimentos no cabelo e couro cabeludo.

Após uma introdução básica sobre tricologia, o terapeuta capilar passa então a aprender como aplicar técnicas de tratamento.

O conteúdo envolve procedimentos como, por exemplo, massagem capilar, fototerapia, ozonioterapia e outras aplicações estéticas dos fios.

Em geral, o público-alvo dessa especialização são cabeleireiros ou pessoas que já trabalham em salão de beleza.

Nesse caso, a ideia costuma ser a de ampliar o conhecimento e a oferta de serviços para seus clientes.

Entretanto, mesmo aprendendo alguma teoria sobre patologias, o curso não qualifica o terapeuta capilar a fazer diagnóstico ou indicar tratamentos.

Desse modo, o papel do terapeuta capilar se limita a executar alguns procedimentos menos invasivos.

Na prática, contudo, o que se vê é um pouco diferente.

A fim de convencer seus clientes a realizarem tais procedimentos, o terapeuta capilar acaba sugerindo o diagnóstico e seus tratamentos.

Alguns salões até fazem propaganda de suas próprias técnicas para tratar problemas capilares como alopecia, queda de cabelo, dermatite e outros. Muitas delas, aliás, são altamente duvidosas e sem uma comprovação científica de eficácia e segurança.

Tricologistas

Assim como o terapeuta capilar, o tricologista tem uma função mais executiva.

Dessa forma, é ele quem aplica os produtos e realiza boa parte dos procedimentos no couro cabeludo do paciente.

Mas, diferentemente do terapeuta capilar, o tricologista não costuma atuar sozinho. Geralmente eles fazem parte de equipes lideradas por um médico especialista.

A proximidade do tricologista com o médico, aliás, faz com que frequentemente se confundam esses termos.

Alguns médicos até erroneamente se autodenominam tricologistas, talvez por não saberem que isso fere o código de ética do CFM.

A formação do tricologista pode ser por meio de cursos e pós-graduação, assim como o terapeuta capilar.

Contudo, como fazem parte de equipes médicas, muitas vezes o tricologista é treinado e aprende com o próprio médico especialista.

Esse contato direto com o médico e o paciente proporciona uma boa experiência no ramo da tricologia.

Entretanto, mesmo aprendendo sobre doenças capilares, a falta de formação médica impossibilita tricologistas a darem diagnóstico e prescreverem tratamentos medicamentosos.

Portanto, o tricologista atua no cuidado e tratamento do couro cabeludo, mas sempre sob orientação médica.

Ele faz parte de um time, ao contrário do terapeuta capilar, que geralmente trabalha sozinho.

Médico especialista em cabelo

O pré-requisito básico para fazer um diagnóstico, prescrever medicamentos e realizar procedimentos invasivos ou injetáveis é ser médico.

Mas para se tornar um médico especialista em cabelo não basta se formar em medicina. Depois de finalizar a graduação, ainda é preciso fazer residência médica em dermatologia.

O Ministério da Educação (MEC) oferece um número limitado de vagas em poucas instituições acadêmicas na área dermatológica.

Assim, muitos médicos que não conseguem entrar nessas vagas acabam fazendo pós-graduação em dermatologia.

Como o MEC não rege e nem reconhece esses cursos, o médico não pode se proclamar dermatologista ao finalizá-los. Em geral, nesse caso, o carimbo deles consta apenas dermatologia ao invés de dermatologista.

Concluindo a residência, o médico dermatologista então presta uma outra prova, a do título de especialista.

Se aprovado, ele passa a fazer parte da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Depois desse longo percurso de estudos e concursos, o médico pode, enfim, se especializar na área capilar.

Assim, ao contrário do terapeuta capilar e do tricologista, o médico especialista tem uma série de pré-requisitos para se formar.

Mas uma vez formado, o dermatologista se torna apto a diagnosticar, conduzir e tratar patologias como:

  • alopecia androgenética;
  • queda de cabelo por eflúvio;
  • alopecia areata;
  • foliculite;
  • alopecias cicatriciais;
  • verrugas, pintas e câncer de pele;
  • dermatite seborreica e outras.

Além do cabelo, a especialização em dermatologia também qualifica o profissional para diagnosticar e tratar patologias  de pele e unhas.

Como se chama o dermatologista especialista em cabelo?

Atualmente, há propostas internacionais para designar o dermatologista especialista em cabelos.

O termo dermatotricologista, por exemplo, seria uma delas. Outra opção seria o termo “triquiatra”, cujo significado seria “médico do cabelo”.

Embora pareça um detalhe, essa questão é relevante, pois muitos pacientes confundem-se na busca por profissionais da área capilar.

Terapeuta capilar, tricologista ou médico especialista: quem procurar?

O dermatologista é o único profissional apto a fazer diagnósticos e indicar tratamentos para queda de cabelo ou calvície.

Além disso, só ele pode emitir laudos de tricoscopia, solicitar exames de sangue, fazer o tricograma ou a biópsia cutânea.

Portanto, o terapeuta capilar e o tricologista podem atuar, mas não diagnosticar ou conduzir sozinhos pacientes com problemas tricológicos.

Como muitas dessas condições são progressivas, o atraso na busca pelo profissional correto pode agravar o quadro e gerar complicações.

Além disso, essa demora pode dificultar o tratamento correto e, dessa maneira, vir a tornar alguns casos irreversíveis.

Portanto, com todo respeito aos outros profissionais, cabe somente ao médico especialista conduzir as doenças capilares.

Para isso, esses deve se comprometer ao exercício de uma prática rigorosa, ética e cientificamente embasada. Tudo em prol do bem-estar e preservação da saúde do paciente.

Está com problemas capilares ou no couro cabeludo e precisa de ajuda?

Então faça-nos uma visita!

A Clínica Doppio  possui uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície. Além disso, contamos ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema na busca de um bom resultado.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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