Terapia capilar: tipos, indicações, resultados e riscos

O avanço da ciência vem possibilitando o desenvolvimento de novas formas de terapia capilar.

Cada vez mais populares, os métodos visam atender às variáveis demandas da área tricológica.

Entretanto, apesar das muitas opções de terapia capilar, nem todas têm o mesmo grau de comprovação científica.

Por isso, é importante médicos e pacientes ficarem atentos a quais dessas técnicas têm regulamentação.

O que é terapia capilar?

A terapia capilar compreende todas as diferentes modalidades de tratamento para problemas envolvendo os cabelos ou couro cabeludo.

Dentre os principais tipos de terapia capilar, tem-se:

  • laserterapia;
  • infiltração;
  • crioterapia;
  • transplante capilar;
  • microagulhamento;
  • intradermoterapia ou MMP capilar;
  • eletroestimulação;
  • laser fracionado;
  • plasma rico em plaquetas (PRP);
  • reflexologia;
  • acupuntura;
  • ventosaterapia;
  • laserterapia intravenosa (ILIB);
  • ozonioterapia;
  • carboxiterapia;
  • implante capilar.

Para que serve a terapia capilar?

A terapia capilar visa tratar problemas de crescimento e desenvolvimento do cabelo, bem como quadros inflamatórios do couro cabeludo.

Algumas das condições cujo tratamento envolve uma dessas terapias incluem:

  • alopecia androgenética;
  • eflúvio telógeno;
  • alopecia areata;
  • lúpus discoide;
  • foliculite dissecante;
  • líquen planopilar e alopecia frontal fibrosante;
  • foliculite decalvante;
  • dermatite seborreica;
  • lesões pré-câncer;
  • foliculite queloidiana da nuca.

Terapia capilar regulamentada

Os pacientes com queda de cabelo são frequentemente bombardeados com propagandas de diferentes terapias para crescimento e fortalecimento do cabelo.

Apesar disso, poucas são as opções de terapia capilar com comprovação e regulamentação.

Laser capilar

O mecanismo de ação do laser capilar é a fotobiomodulação.

Esse processo utiliza luz vermelha e infravermelha para aumentar a atividade do bulbo responsável pela produção do fio.

evidências de resultados positivos no uso do laser capilar para tratar casos de calvície masculina e alopecia feminina.

Por isso, o laser de baixa frequência ou LED tem aprovação pelas agências de saúde do Brasil e Estados Unidos.

Assim, ele possui registro no Food and Drug Administration (FDA) e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Infiltração no couro cabeludo

A infiltração do couro cabeludo com corticoide é uma forma de terapia capilar voltada para casos bem específicos.

Dentre as condições com possíveis benefícios desse tipo de tratamento encontram-se, por exemplo, a alopecia areata e alopecias cicatriciais.

Assim, a infiltração pode ser feita no líquen planopilar, lúpus crônico, alopecia frontal fibrosante e alguns tipos de foliculite inflamatória.

Desde que o produto e a técnica de aplicação sejam corretas, o índice de efeitos colaterais é bem baixo.

Não se costumam observar efeitos adversos sistêmicos quando se faz infiltração de pequenas doses de corticoides.

Em geral, eles se limitam a uma atrofia da pele no local de aplicação com aparecimento de alguns vasinhos na superfície.

Crioterapia capilar

O resfriamento do couro cabeludo é capaz de proporcionar alguns efeitos terapêuticos.

Existem diferentes modalidades de crioterapia capilar.

Uma delas é a touca gelada.

Através dessa técnica é possível reduzir a queda de cabelo por quimioterapia em boa parte dos casos.

Já a neve carbônica e o nitrogênio líquido são recursos para tratamento das falhas da alopecia areata e lesões pré-câncer.

Em ambos os casos de terapia capilar pelo frio, é fundamental ter acompanhamento médico de perto.

Isso porque ao invés de tratar, o frio excessivo pode provocar queimaduras, bolhas, feridas e até cicatriz no couro cabeludo.

Transplante capilar

O transplante capilar é uma técnica cirúrgica de transferência de cabelo entre diferentes regiões do couro cabeludo.

Geralmente, a área doadora é a nuca ou as laterais da cabeça.

O método de extração dos fios pode variar, sendo as duas principais técnicas:

  • FUE (Folicular Unit Extraction): extração fio a fio;
  • FUT (Folicular Unit Transplantation): retirada de uma faixa de couro cabeludo.

Após se extrair e preparar os fios, eles são então implantados nos locais de interesse, chamados de área receptora.

Com uma boa indicação e execução, esse tipo de terapia capilar produz resultados naturais e satisfatórios.

Terapia capilar em fase de estudos

Assim como existem tratamentos bem estabelecidos, também há diversos tipos de terapia capilar em pesquisa.

Algumas dessas técnicas já estão em fases mais avançadas dos testes; outras, ainda no início.

Os principais métodos de terapia capilar em estudo serão abordados a seguir.

MMP capilar

O MMP capilar, mesoterapia ou intradermoterapia é uma técnica de microinfusão de substâncias no couro cabeludo.

Em geral, utilizam-se ativos diversos como extratos de plantas, vitaminas, vasodilatadores, agentes homeopáticos e medicações como minodixil e finasterida.

Além de tentar provar resultados e estabelecer protocolos de tratamentos, os estudos tentam ainda determinar os riscos do método.

Nesse sentido, se ainda faltam estudos para provar a eficácia do MMP capilar, já aparecem casos de efeitos adversos graves.

Abscessos, necrose e até perda de cabelo definitiva são alguns exemplos de complicações já descritas.

Microagulhamento capilar

O microagulhamento é uma terapia capilar que visa estimular o desenvolvimento dos fios através de pequenas puncturas no couro cabeludo

Utilizando-se um rolo (Dermaroller) ou caneta (Dermapen) com diversas agulhas, o médico perfura a pele das áreas calvas.

A ideia, no caso, é usar as lesões para criar um ambiente favorável ao crescimento capilar.

Isso porque no processo de recuperação tecidual, há liberação de fatores de crescimento importantes para o desenvolvimento do folículo.

Além disso, os furinhos ainda podem servir para facilitar a penetração de ativos, como o minoxidil tópico.

Apesar da teoria parecer ser bem interessante, na prática, esse tipo de terapia capilar ainda demanda mais estudos.

Eletroestimulação capilar

A eletroestimulação capilar ou eletrotricoterapia se baseia nos possíveis efeitos da corrente elétrica no couro cabeludo.

Segundo a teoria, esse tipo de terapia capilar ajudaria na produção energética, síntese de proteínas e divisão celular.

Dessa forma, o intuito da técnica seria reduzir a queda de cabelo e estimular a proliferação dos folículos capilares.

Apesar de animadores, no entanto, seus resultados ainda necessitam de mais embasamento científico.

Laser fracionado

Assim como no microagulhamento capilar, o objetivo do laser fracionado também é melhorar a permeabilidade e absorção dos medicamentos tópicos.

A técnica, conhecida como drug delivery, tem forte apelo comercial graças às inúmeras possibilidades de combinações de ativos.

O uso de uma tecnologia como o laser de CO2 agrega ainda mais sofisticação ao método.

Entretanto, assim como nos casos anteriores, os estudos ainda não apresentam resultados sólidos sobre esse tipo de terapia capilar.

Dessa forma, por enquanto, a abordagem parece apenas encarecer o tratamento e iludir o paciente.

Plasma rico em plaquetas (PRP)

O PRP capilar é uma técnica que envolve a injeção de parte do próprio sangue do paciente no couro cabeludo.

Para realizar essa terapia capilar é preciso retirar um pouco do sangue.

Em seguida, a amostra passa por centrifugação para separar as plaquetas, estruturas responsáveis pela coagulação.

Essa solução então é injetada nas áreas calvas do couro cabeludo.

O intuito da injeção é adicionar fatores de crescimento ligados a plaquetas para promover o desenvolvimento dos folículos.

Das técnicas em estudo, o PRP capilar é talvez a com mais pesquisas e, portanto, maior grau de evidência.

Os estudos existentes parecem sugerir um papel auxiliar no tratamento, não sendo, no entanto, efetivo quando usado isoladamente.

Botox no couro cabeludo

O uso da toxina botulínica no couro cabeludo também está passando por testes.

As principais indicações seriam para hiperidrose, oleosidade excessiva e alopecia androgenética.

Em nenhuma dessas situações o botox é o tratamento de escolha, mas uma alternativa para casos refratários ou com limitações quanto a outras terapias.

Terapia capilar com pouca ou nenhuma evidência científica

Apesar de populares, algumas terapias capilares não têm qualquer tipo de pesquisa ou embasamento científico.

Sua fama, no caso, se deve mais a sua divulgação por empresas e prestadores de serviço à área capilar.

Algumas dessas técnicas serão descritas a seguir.

Ozonioterapia capilar

O uso do ozônio para queda de cabelo não é novo.

Desde a década de 90 já se empregava esse tipo de terapia capilar. 

Mesmo com todo esse tempo, no entanto, o método não conseguiu comprovar seus efeitos terapêuticos através de pesquisa.

Por isso, a ozonioterapia capilar não apresenta aprovação ou regulamentação nos Estados Unidos.

Ao contrário, além de não reconhecer seus benefícios, o FDA ainda alerta para os riscos e toxicidade do ozônio, contraindicando seu uso.

ILIB laser

A ILIB (Intravascular Laser Irradiation of Blood) é um método de irradiação do sangue com luz através de uma pulseira.

Ao passar no punho, o sangue recebe feixes de laser com o intuito de melhorar algumas de suas características.

A tecnologia da ILIB é a mesma do laser capilar, ou seja, o laser de baixa potência.

Apesar de ter comprovação, aprovação e regulamentação para uso no couro  o mesmo não vale para a ILIB capilar.

O método apresenta muito baixo grau de evidência científica para justificar seu uso.

Ventosaterapia capilar

A ventosaterapia capilar ou vacuoterapia utiliza ventosas para promover a sucção dérmica no couro cabeludo.

A ideia é melhorar a circulação e, assim, promover uma maior nutrição para crescimento e fortalecimento dos fios.

Mas da mesma forma que boa parte dos tipos de terapia capilar, o método falha em comprovar resultados.

Carboxiterapia capilar

O objetivo da carboxiterapia é semelhante ao do uso das ventosas, ou seja, otimizar a irrigação do couro cabeludo.

Para isso, na carboxiterapia injeta-se gás carbônico (CO2) na pele através de uma agulha.

O aumento da concentração de CO2 promove a dilatação dos vasos e, dessa forma, incremento do aporte sanguíneo no local.

Apesar das diversas aplicações da carboxiterapia no ramo estético, no entanto, sua eficácia na área tricológica ainda é especulativa.

Terapia capilar alternativa

A medicina tradicional chinesa entende que os problemas de saúde são consequências de desequilíbrios no funcionamento do organismo.

Dessa forma, suas modalidades terapêuticas visam tratar o indivíduo  como um todo e não a doença ou problema em particular.

Como se trata de uma área da medicina oposta ao cientificismo, há poucas informações sobre resultados em dados da literatura médica.

Dentre as terapias capilares da medicina chinesa tem-se, por exemplo, a acupuntura e a reflexologia.

Acupuntura capilar

A acupuntura capilar utiliza de agulhas para estimular pontos específicos do corpo associados às funções vitais para o cabelo.

Ao atingir o local certo, as agulhas desencadeiam respostas orgânicas capazes de influenciar o funcionamento de órgãos em outras áreas corporais.

Por sua vez, ao melhorar funções como circulação sanguínea, produção hormonal, resposta inflamatória e estresse, a acupuntura poderia impactar na saúde capilar.

Reflexologia capilar

Assim como a acupuntura, a reflexologia capilar também trabalha com essa conexão entre diferentes áreas do corpo.

Entretanto, ao contrário da acupuntura, na reflexologia, os pontos se limitam as mãos, cabeça, pés e orelhas. 

Além disso, claro, o estímulo não é feito com agulhas, como na acupuntura. Na reflexologia, a pressão é o agente indutor da resposta corporal.

Essa pressão pode ser feita com técnicas de massagem ou aparelhos específicos como rolo, bola ou bastão, por exemplo.

Terapia capilar: o que vale a pena?

Existem diversos tipos de terapia capilar, uns mais outros menos efetivos.

Diante de tanta informação, muitas vezes parece confuso decidir sobre quais métodos aderir.

Por isso, é fundamental contar com a ajuda de um médico especialista na hora de traçar um plano de tratamento.

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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2 Responses

    1. Olá, Caio

      Muitas delas não têm a ação que prometem.
      Então, melhor ter uma orientação na hora de escolher o que vale a pena no meio de tanta opção.
      Caso queira mais informações, entre em contato conosco pelo número (11) 38539175.
      Estamos à disposição para ajudá-lo.

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