Terapia com células estaminais para calvície
A alopecia androgenética, popular calvície, pode ter na terapia com células estaminais a resposta que faltava para solucionar o problema.
A calvície acomete até 80% dos homens e 60% das mulheres ao longo da vida. Assim, trata-se da principal causa de perda de cabelo no mundo.
Além da alta prevalência, a alopecia é uma condição com considerável potencial de causar desconfortos emocionais e sociais.
Por isso, a busca por novos tratamentos para calvície é constante. Um deles, no caso, é a terapia com células estaminais.
O que são células estaminais?
As células estaminais são estruturas celulares com alta capacidade de multiplicação e diferenciação.
Dessa forma, elas têm a habilidade única de se transformar em vários tipos de células diferentes do corpo.
Portanto, elas são extremamente adaptativas e funcionais para o organismo.
Considerando-se a sua origem, as células estaminais podem ser divididas em dois grupos:
- embrionárias: presentes no cordão umbilical e nos embriões, elas podem se transformar em qualquer tipo de célula humana;
- adultas: encontradas na medula óssea e no tecido adiposo, possuem capacidade mais limitada, porém ainda passíveis de se diferenciar.
Para que serve a terapia com células estaminais?
As células pluripotentes atuam como um reserva técnica para os diferentes tecidos humanos.
Elas funcionam como uma matéria-prima para o corpo, ou seja, delas se pode construir todos os outros órgãos e estruturas do organismo.
Por isso, as células estaminais desempenham um papel fundamental na formação, reparação e reconstrução de tecidos.
Não por acaso elas são vistas como a chave para solucionar problemas nos quais há perda ou degeneração do órgão.
Na área capilar, a terapia com células estaminais poderia, por exemplo, permitir pacientes totalmente calvos voltarem a ter cabelos.
Embora não influencie nos mecanismos e progressão da calvície, ela possibilitaria a formação de novos fios e reconstrução das áreas sem cabelo.
Desse modo, a terapia com células estaminais poderia ser a cura da calvície.
Alopecia androgenética e células estaminais
Para entender como a terapia com células estaminais capilares agiria na calvície é preciso antes saber mais detalhes sobre essa condição.
A alopecia androgenética é um tipo de perda de cabelo associado a fatores genéticos e hormonais.
Dessa forma em pessoas predispostas, hormônios masculinos vão causando uma atrofia progressiva dos folículos pilosos.
Com isso, os fios vão se tornando mais finos e curtos até desaparecerem por completo.
Esse processo, conhecido como miniaturização, também afeta as células-tronco foliculares, provocando paulatinamente sua extinção.
Por sua vez, a perda de células mesenquimais no folículo piloso restringe diretamente a capacidade do fio se recuperar.
Assim, onde há perda significativa de cabelo e, portanto, de células-tronco, a única opção passa a ser o transplante capilar.
Aliás, o transplante cirúrgico nada mais é do que um tipo de terapia com estaminais. Isso porque o princípio do procedimento não é transferir unidades foliculares de uma área para outra, mas sim suas células-tronco.
Tanto é que os fios do transplante caem logo após a implantação, porém eles voltam meses depois graças à transferência das células primordiais.
Como funciona a terapia com células estaminais?
Existe grande interesse da comunidade médica em pesquisas envolvendo células germinativas.
Afinal de contas, o conhecimento nesse assunto abre múltiplas possibilidades no campo da medicina regenerativa.
Como não poderia deixar ser, a área capilar é um dos focos dos estudos sobre terapia com células estaminais.
Nesse sentido, as iniciativas existentes partem de um ponto comum: a coleta e separação de células-tronco do próprio paciente.
Terapia com células estaminais: onde e como fazer?
Os dois principais reservatórios de células progenitoras no adulto são a medula óssea e o tecido adiposo.
Embora seja uma rica fonte de células pluripotentes, a medula óssea, produtora de células do sangue, possui difícil acesso.
Para conseguir extrair o material desse local é necessário arrancar um pedaço do osso da bacia. O processo é bem doloroso e tecnicamente mais difícil.
Dessa maneira, a fonte preferencial para obtenção de células germinativas humanas vem sendo a gordura subcutânea.
A obtenção do material se dá através de lipoaspiração ou da retirada de um fragmento de pele.
Uma vez retirada, a gordura então passa por um processamento, geralmente através de centrifugação, para separação das estruturas celulares.
Essa etapa, ou seja, a identificação e isolamento das células mesenquimais talvez seja o primeiro ponto crítico do processo.
Os cientistas ainda divergem sobre como achar e separar essas células do restante do tecido gorduroso.
Além desse impasse, uma outra questão da terapia com células estaminais diz respeito a como utilizar essas células.
Enxerto de gordura no couro cabeludo
Algumas linhas de pesquisa investigam a injeção direta das células pluripotentes no couro cabeludo, isoladas ou como enxerto de gordura.
A ideia desses experimentos é aumentar o aporte dessas células em áreas calvas na tentativa de haver uma “pega”. Seria como jogar sementes em um solo seco para ver se de alguma delas desenvolve-se uma planta.
A proposta é boa e inclusive vem sendo oferecida por diversas clínicas tricológicas como método complementar ao transplante cirúrgico.
Os resultados, no entanto, ainda deixam muito a desejar.
Os estudos ainda não mostram um ganho significativo para justificar esse tipo de terapia com células estaminais.
Produção de novos fios para transplante capilar
Outra vertente das pesquisas sobre células-tronco capilares é a de reproduzir novos fios para posterior transplante.
Nesse caso, os cientistas vêm tentando utilizar as células mesenquimais para criar fios de cabelo em laboratórios.
A intenção seria replicar e multiplicar os fios do paciente, permitindo ter mais enxertos para cobrir as áreas calvas.
Essa técnica permitiria, por exemplo, diminuir ou mesmo extinguir a necessidade de retirada dos fios da área doadora.
Isso porque as unidades foliculares a serem implantadas seriam produzidas a partir de poucos folículos ou da gordura do paciente.
Dessa forma, não haveria rejeição nem limitação da área e quantidade de fios a serem implantados na cabeça.
Embora seja uma ideia promissora, na prática, essa possibilidade ainda é remota.
Os cientistas continuam tenta do descobrir como tornar esse tipo de terapia com células estaminais viável.
Por enquanto, esse assunto ainda e muito teórico e hipotético.
Terapia com células estaminais para calvície: realidade ou não?
Apesar do potencial e das pesquisas promissoras sobre a terapia com células estaminais, os estudos ainda estão em fases iniciais.
As células-tronco sem dúvidas abrem novas perspectivas no tratamento da alopecia.
Entretanto, por enquanto, tudo não passa de teoria e experimentos.
O tratamento precoce da alopecia androgenética ainda continua sendo o ponto chave para se obter bons resultados.
Portanto, não perca tempo e se atualize sobre esse e outros assuntos fazendo-nos uma visita!
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Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621