Tratamentos para alopecia em estudo ou não liberados

Existem muitos tratamentos para alopecia que vêm sendo apresentados.

Muitas dessas terapias parecem promissoras, outras nem tanto. Entretanto, o que elas têm em comum é o fato de que carecem de mais estudos para que se estabeleça um consenso quanto aos seus riscos e benefícios.

Além de medicações em estudo, também será comentado sobre medicações não aprovadas para o uso em tratamentos capilares.

Seguem abaixo as principais considerações.

Tratamentos para alopecia: medicações ainda em estudo

Latanoprost

Análogo da prostaglandina F2- alfa, a latanoprosta é um colírio usado para tratamento de glaucoma.

Após se observar que ele tinha como efeitos colaterais o crescimento de pelos e escurecimento da pele, iniciaram-se estudos para avaliar a possibilidade de seu uso para tratamento das alopecias androgenética e areata.

Apesar de promissor, até o momento existem poucos estudos publicados, sem repostas conclusivas sobre indicações, formas de uso, eficácia e principalmente, segurança.

Tofacitinibe

O Tofacitinibe é uma medicação oral comercializada no Brasil como Xeljanz.

Seu princípio ativo, o citrato de tofacitinibe é um inibidor das citocinas JAK 1 e 3 (Janus kinase).

As citocinas são substâncias que permitem a comunicação celular, determinando funções vitais como respostas inflamatórias ou imunes.

Ao bloquear algumas vias dessas respostas, esse medicamento permite a modulação e controle de doenças inflamatórias ou auto-imunes, como a artrite reumatóide.

O tofacitinib ganhou em notoriedade em 2014 após reverter o quadro de alopecia areata universal em um paciente tratado na Universidade de Yale, nos EUA.

A alopecia areata universal é uma doença auto-imune em que o organismo “rejeita” e elimina todos os pelos do corpo.

No caso do paciente relatado, o tofacitinib foi usado para tratamento de psoríase, doença inflamatória crônica da pele. Durante o tratamento, observou-se a completa recuperação dos cabelos do paciente. Isso levantou a possibilidade do uso dessa medicação como “cura milagrosa” da alopecia areata.

Em estudos posteriores, ele também se mostrou eficaz em tratar casos de vitiligo.

A partir dos relatos, diversos estudos têm mostrado resultados promissores como um dos possíveis tratamentos para alopecia.

Uma das dificuldades encontradas é o fato de não haver sustentação da resposta após a suspensão do tratamento, ou seja, os cabelos voltam a cair quando se interrompe o uso.

Como não pode ser usado continuamente, pelo risco de predispor infecções graves, tuberculose e câncer, seu uso ainda é limitado.

Outras limitações são o alto custo da medicação e liberação da ANVISA para tratar alopecia areata e, portanto, não inclusão da medicação na lista de tratamentos para alopecia disponíveis pelo SUS.

Tratamentos para alopecia: técnicas envolvendo agulhas e injeções

Microagulhamento capilar: Derma roller, Derma pen

O microagulhamento capilar é um procedimento feito com um rolo de microagulhas que variam entre 0,5 a 3 mm.

Quem defende seu uso, acredita que o trauma provocado pelas microagulhas liberaria fatores de crescimento no couro cabeludo, o que colaboraria para estimular o crescimento dos fios. Além disso, esse procedimento facilitaria a absorção de formulações tópicas usadas no tratamento.

Por outro lado, contra o procedimento, defende-se que o trauma provocado pelo microagulhamento poderia aumentar a queda dos fios.

Apesar das propostas, faltam estudos que comprovem benefícios ou prejuízos com a técnica.

Mesoterapia, MMP ou Intradermoterpia

A mesoterapia, MMP ou intradermoterapia é um procedimento de infusão de ativos diretamente na área a ser tratada, através de aplicações periódicas com dispositivos variados.

O método de infusão assim como as formulações a serem usadas variam de acordo com a prescrição do médico.

Além de não haver consenso entre que ativos poderiam ser benéficos, o próprio método carece de mais embasamento científico.

Plasma rico em plaquetas (PRP)

O PRP consiste na retirada de sangue do paciente, seguido de centrifugação e separação de solução contendo plaquetas e plasma, ou seja, do líquido do sangue.

As plaquetas são elementos do sangue responsáveis pela coagulação. Além disso, elas também carregam diversos fatores de crescimento  que poderiam ser benéficos para o crescimento e desenvolvimento capilar.

Apesar de parecer promissor, o método ainda precisa de mais comprovação científica.

Tratamentos para alopecia com implante de células-tronco

Técnica que procura recuperar os fios através de aplicações de células embrionárias retiradas do próprio paciente.

Essas células indiferenciadas, chamadas células-tronco, são capazes de originar diferentes tipos de célula tecidual, como de músculo, pele ou cabelo.

A diferenciação é feita por mecanismos e substâncias ainda não esclarecidos.

Devido à dificuldade de se conseguir a diferenciação correta e segura em fios de cabelo, esse promissor e revolucionário método ainda está em estudo.

Tratamenos para alopecia: Medicações não liberadas

Flutamida

Não é mais usada como um dos tratamentos para alopecia desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) relatou casos de óbito por hepatite fulminante causada pela medicação.

Dutasterida

Assim como a finasterida, a dutasterida atua bloqueando a enzima 5-alfaredutase, responsável pela conversão da testosterona em dihidrotestosterona (DHT).

O DHT é o principal agente da calvície masculina.

Por bloquear tanto a enzima 5-alfaredutase tipo I quanto a tipo II, teoricamente ela teria uma ação mais potente do que a finasterida para o tratamento da calvície.

Entretanto, seu uso não foi aprovado pela ANVISA para tratamentospara alopecia, mantendo sua indicação apenas para problemas prostáticos.

Tratamentos para alopecia em estudo ou não liberados: considerações finais

A calvície é um quadro progressivo e há tratamentos para alopecia efetivos disponíveis.

Assim, enquanto se aguarda o avançar das pesquisas, o melhor é procurar por avaliação médica para início do tratamento.

A calvície pode ser controlada, quanto antes for reconhecida e tratada.

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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