Ventosaterapia capilar: aplicações na calvície e queda de cabelo

Na medicina chinesa, a ventosaterapia é muito utilizada na recuperação dos tecidos e relaxamento muscular. O uso da ventosa capilar, no entanto, ainda é avaliado pela comunidade médica.

O que é a ventosaterapia?

A ventosaterapia é um técnica de tratamento na qual se usam copos ou ventosas para criar vácuo e sugar a pele.

De acordo com a medicina chinesa, o procedimento ajuda no equilíbrio das forças vitais, cicatrização e recuperação dos tecidos.

O mecanismo de ação da ventosaterapia é bem intuitivo e simples.

Por meio da sucção causada pelas ventosas, há um estímulo à circulação sanguínea na região tratada.

A ventosaterapia tem sido muito usada na recuperação de atletas com o objetivo de promover relaxamento muscular e cicatrização de lesões.

Além do tratamento de problemas musculares, um estudo de 2012 apontou outras possíveis aplicações da ventosaterapia como:

  • herpes zoster ou cobreiro;
  • paralisia facial;
  • tosse e dispneia;
  • acne;
  • hérnia de disco lombar;
  • espondilose cervical.

Apesar de sugerir benefícios das ventosas nessas condições, os próprios pesquisadores reconhecem a necessidade de se realizar mais estudos sobre o tema.

Uma outra pesquisa científica avaliou o uso das ventosas tanto para dores musculares como no tratamento da dor de cabeça.

No estudo, pacientes com crises de enxaqueca foram tratados com ventosaterapia úmida, técnica que combina a aplicação concomitante da sucção e de um remédio tópico.

Já para as dores musculoesqueléticas foram utilizadas as clássicas ventosas secas, apenas com sucção.

O uso da ventosas úmidas promoveu redução de 66% na intensidade da dor de cabeça, além de diminuição na frequência das crises.

Por sua vez, pacientes submetidos à terapia com ventosas secas relataram melhora nas dores e nos quadros inflamatórios.

Ventosaterapia funciona para queda de cabelo e calvície?

As técnicas da medicina chinesa são milenares.

Baseada em métodos mais naturais, essa área da medicina alternativa e complementar tem atraído cada vez mais interesse.

Por conta dos seus possíveis benefícios, alguns profissionais têm optado por incluir a ventosa capilar como opção terapêutica.

Também chamada de vacuoterapia ou endermo sucção, a ventosaterapia capilar consiste na aplicação de ventosas no couro cabeludo com o intuito de tratar problemas como calvície e queda de cabelo.

Apesar de ser adotada por alguns tricologistas, no entanto, a técnica carece de mais embasamento científico.

Considerada um tratamento alternativo, a terapia com ventosa capilar capilar não é um assunto de grande interesse da comunidade médica.

Há uma limitação bem significativa na quantidade de pesquisas sobre o tema.

Um dos poucos estudos sobre o uso da ventosa capilar foi publicado na revista Plos one.

O modelo adotado para se estudar os efeitos da terapia com ventosa capilar foram os porcos.

A comparação da biópsia da pele antes e depois do tratamento permitiu a análise dos resultados.

Além do aumento do número de folículos capilares, houve ainda espessamento da camada superficial da pele e incremento na quantidade de vasos sanguíneos após ventosaterapia.

A angiogênese foi inclusive a justificativa encontrada pelo pesquisadores para a maior densidade de cabelos encontrada.

Segundo os cientistas, a sucção induz o crescimento de novos vasos sanguíneos no couro cabeludo.

Esses, por sua vez, aumentariam a oferta de nutrientes ao cabelo, permitindo melhor desenvolvimento e crescimento capilar.

Apesar de interessante, o estudo ainda diz muito pouco a respeito do uso da ventosa capilar como método de tratamento.

Assim como ocorre com medicamentos ou vacinas, o ventosaterapia precisa passar por testes em humanos em escalas populacionais significativas antes de ser considerado segura e eficaz.

Quais as complicações e efeitos colaterais do uso da ventosa capilar?

Por se tratar de um método não invasivo, ou seja, sem cortes, pouco se espera de efeitos adversos da ventosaterapia.

Quando presentes, os efeitos colaterais costumam ser limitados ao local de aplicação, no caso o couro cabeludo.

Dentre os sintomas e complicações do tratamento com a ventosa capilar estão o desconforto, inchaço, hematomas, queimaduras e infecções de pele.

Entretanto, desde que a técnica seja conduzida por um profissional capacitado, os riscos são mínimos.

Quando usar ventosa capilar para queda de cabelo ou calvície?

O uso da ventosa capilar ou de qualquer outro tratamento para controle da queda necessita de um diagnóstico correto antes.

A queda de cabelo pode ser desencadeada por diferentes fatores como herança genética, resposta autoimune, estresse e ansiedade, medicamentos, alterações hormonais, desnutrição e outros.

Dessa forma, é preciso que um especialista identifique o tipo de queda de cabelo e também as causas do problema.

Só após o diagnóstico, o médico especialista em cabelos é capaz de indicar o o tratamento mais apropriado à condição, considerando-se as particularidades do caso.

Como método terapêutico, a ventosa capilar ainda carece de maior embasamento científico.

Entretanto, existem outras modalidades terapêuticas com alto grau de evidência para tratamento.

Cabe a cada médico optar por abordagens que atendam melhor o seu perfil terapêutico e efetivamente entreguem os resultados almejados pelo paciente.

A cada dia, estudos na área da terapia capilar permitem o desenvolvimento de abordagens confiáveis, com tecnologia, medicamentos por via oral ou tópica, cirurgia, dentre outros.

Quer saber mais sobre o assunto? Faça-nos uma visita!

A Clínica Doppio além de possuir uma estrutura apropriada para avaliação e tratamento de queda de cabelos e calvície, conta ainda com um médico especialista em cabelos e profissionais preparados para ajudar com seu problema.

Faça uma avaliação e obtenha as informações e cuidados para o seu caso.

Dr. Nilton de Ávila Reis

CRM: 115852/SP | RQE 32621

Médico formado pela UNICAMP e dermatologista pela USP, com mais de 10 anos de experiência no tratamento de problemas capilares e do couro cabeludo. Integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein e Sírio-Libanês.


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