Eletroestimulação capilar para tratamento da calvície
Existem diversas áreas de pesquisa envolvendo terapias emergentes para tratamento da alopecia. Uma delas é sobre eletroestimulação capilar.
A proposta desse método é ampliar o leque de opções e potencializar o efeito de outros tratamentos já vigentes.
Para saber se e como isso é possível, vale a pena explorar um pouco mais o assunto.
O que é eletroestimulação capilar?
A eletroestimulação capilar é uma técnica que se dispõe a promover o crescimento do cabelo através de estímulos elétricos.
O tratamento visa aumentar a atividade e proliferação das células foliculares pela aplicação de correntes elétricas de baixa voltagem.
Como funciona a eletroestimulação capilar?
O mecanismo de ação da eletroestimulação capilar não está totalmente claro, mas já existem alguns indícios sobre como ela atua.
Os cientistas acreditam que a corrente elétrica abra canais iônicos voltagem-dependentes do bulbo capilar. Ao ativar esses canais, eles passam a permitir a entrada do íon cálcio para dentro da célula.
Por sua vez, o aumento dos níveis intracelulares de cálcio desencadeia a ativação de proteínas-quinases e síntese de ATP mitocondrial. Esse processo gera energia, estimula a divisão celular e a síntese de proteínas, etapas essenciais para o crescimento capilar.
Além disso, a eletroestimulação capilar eleva os níveis de proteínas como a Wnt e fatores de crescimento. Essas moléculas são necessárias para o desenvolvimento e regeneração do folículo piloso, melhorando a densidade e o comprimento dos fios.
Para que serve a eletroestimulação capilar?
A capacidade de potencializar a atividade das células foliculares e promover sua multiplicação é fundamental para o tratamento capilar.
Isso porque tanto a calvície quanto a queda de cabelo afetam essas propriedades dos fios.
Na alopecia androgênica, os cabelos vão se tornando mais finos e curtos devido à miniaturização.
Por esse processo, hormônios masculinos promovem a redução progressiva dos folículos, responsáveis pela produção dos fios.
Por sua vez, o principal mecanismo de queda capilar envolve a diminuição gradual da atividade das células do folículo.
Ao interromper a proliferação de suas células, o bulbo para de produzir novos fios, sendo então substituído.
Quanto mais intensa é a troca de fios, maior é a queda de cabelo.
O processo, conhecido como eflúvio capilar, pode ou não estar relacionado à alopecia androgenética. Quando há essa associação, cada vez que o fio cai, ele volta mais fino e curto até sumir completamente.
Por outro lado, por promover uma maior atividade e proliferação folicular, os impulsos elétricos agem no sentido oposto.
Ao aumentar a atividade das células do bulbo, a eletroestimulação capilar sinaliza que o fio ainda não precisa ser substituído.
Além disso, a multiplicação das células foliculares promove a regeneração capilar, permitindo reverter o processo de miniaturização da alopecia androgenética.
Portanto, a principal indicação da eletroestimulação capilar é para tratamento da calvície e queda de cabelo.
Como é feita a aplicação?
Os aparelhos de eletroestimulação agem através de manípulos ou eletrodos que emitem corrente elétrica e a transfere à pele.
Essa transmissão ocorre de forma direta através do contato da ponteira com o couro cabeludo. Não há necessidade de aplicar gel ou de usar algum outro elemento condutor.
Para funcionar, no entanto, alguns equipamentos exigem a colocação de placas ou pulseiras a fim de fechar o circuito.
Cada máquina tem suas características, mas em geral, elas permitem controlar a intensidade e tempo entre os estímulos. Essas propriedades acabam determinando a duração, intervalo e quantidade de sessões necessárias para se atingir o resultado esperado.
Benefícios e riscos
A eletroestimulação capilar é um método seguro, não invasivo, bem tolerado e de relativa fácil utilização.
Por não haver cortes ou uso de agulhas, não há sangramentos ou riscos de infecção.
Em geral, quando presente, a única queixa é um leve formigamento ou pinicação pela passagem da corrente.
O local pode ficar levemente vermelho e sensível após a sessão, com melhora rápida.
Alguns pacientes também apresentam parestesias ou dor de cabeça por um curto período.
A principal contraindicação à eletroestimulação capilar é o uso de marcapasso. Isso porque a passagem da corrente elétrica pode desregular o aparelho, provocando arritmias.
A eletroestimulação capilar funciona?
Pesquisadores vêm promovendo testes de eficácia e segurança para o tratamento capilar com correntes elétricas.
Um dos experimentos pioneiros sobre o assunto foi feito com ratos de laboratório.
Cientistas desenvolveram um dispositivo (m-ESD) ajustável ao corpo do rato capaz de converter movimentos corporais aleatórios em pulsos elétricos suaves.
No estudo, o dispositivo aumentou a densidade capilar em 76% na primeira semana e em 96% após três semanas.
Mas não foi só isso.
Com relação à taxa de crescimento capilar, os resultados foram o seguinte:
- m-ESD: 0,73 mm ao dia;
- minoxidil: 0,41 mm/dia;
- vitamina D: 0,33 mm/dia.
Assim, o comprimento do fio com m-ESD foi 1,8 e 2,2 vezes maior do que com minoxidil e Vitamina D, respectivamente.
Eletroestimulação capilar para calvície
Outro estudo sobre o assunto focou justamente na aplicação da eletroestimulação para pacientes com alopecia androgenética.
Assim como no experimento anterior, resultados desse trabalho foram igualmente promissores.
Pelos testes, houve indícios de que os sinais elétricos aumentam a proliferação dos folículos capilares, reduzindo a morte celular. Desse modo, ela promoveria a renovação dos folículos e o fortalecimento da estrutura capilar, contribuindo para redução da queda.
Além disso, a pesquisa resultou em uma melhor conservação da cor original do cabelo.
O problema desse estudo, assim como do anterior, foi ser ex vivo, ou seja, sem testes em humanos.
Embora esse modelo seja útil, a resposta em humanos pode ser diferente.
É possível tratar calvície com correntes elétricas?
Os estudos indicam caminhos promissores para terapias como a eletroestimulação capilar.
Além de eficaz, o método parece ser seguro e de fácil manejo.
Já existem diversos aparelhos para realizar esse tipo de tratamento para calvície e queda de cabelo.
Entretanto, cada máquina tem os seus parâmetros e potências.
Talvez seja interessante ter mais estudos para padronização de protocolos e condutas dessa terapia.
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