Plica polônica: causas e tratamento

A plica polônica é uma condição capilar incomum, mas extremamente embaraçosa.
Em parte dos casos, o agravamento do quadro se deve ao atraso dos pacientes em buscar auxílio de um especialista.
O que é plica polônica?
A plica polônica é um embaraçamento súbito dos fios resultando em uma massa compacta de cabelo bem dura.
Nessa condição, os fios passam a se retorcer, encolher e embaraçar intensamente, assumindo um aspecto de ninho de passarinho.
Ao tentar pentear os cabelos e desfazer os nós, eles voltam a retrair e se embaraçar.
A ligação entre os fios passa a ser tão forte que a bola maciça de cabelo se torna quase impenetrável.
O aspecto dos fios na trança polonesa ou plica neuropática também se modifica.
As hastes parecem mais crespas e cimentadas entre si por um material amorfo. Em alguns casos, há uma mistura de sujeira e exsudatos formando um tipo de cola entre os fios.
Na tricoscopia, observam-se hastes com fraturas, tricorrexe nodosa e fios soltos com a raiz no meio do bolo de cabelos.
Por que o cabelo embaraça tanto nessa situação?
O mecanismo exato de formação da plica polônica não está claro.
Algumas teorias envolvem desde fatores mecânicos até uma maior atração eletrostática dos fios, gerando seu encolhimento, torção e compactação.
Os agentes mecânicos seriam responsáveis por danos à cutícula, camada mais superficial do fio.
Ao fraturar as escamas protetoras da superfície, o córtex, ou seja, a parte do fio logo abaixo da cutícula, ficaria mais exposto.
Por sua vez, essa exposição tornaria os fios mais pegajosos e grudentos, gerando a plica polônica.
Outro suposto mecanismo responsável por essa atração exagerada dos fios seria uma mudança na força eletrostática do cabelo.
Em geral, as hastes capilares têm carga elétrica negativa. Quanto mais negativos, mais os fios se repelem, gerando frizz.
Entretanto, dependendo das condições, pode haver mudanças súbitas e intensas das cargas elétricas dos fios, acarretando o seu embaraçamento.
Quais são as causas da plica polônica?
A primeira descrição da plica polônica foi em 1884, em uma jovem de 17 anos portadora de histeria.
Na sequência, surgiram mais relatos de outros pacientes com transtornos mentais, sugerindo uma possível associação causal entre eles. Daí o nome plica neuropática.
Além disso, a partir da observação desses casos, traçou-se alguns fatores de risco para a condição, como por exemplo:
- hábito de mexer no cabelo de forma compulsiva e repetitiva;
- realização de movimentos com fricção mais vigorosa dos fios;
- negligência nos cuidados e higiene capilar;
- acúmulo de resíduos, sujeira, suor e outras secreções na cabeça;
- cabelos longos;
- infecções e infestações parasitárias, como foliculite e piolhos.
Além dos distúrbios psiquiátricos, posteriormente outras situações também foram sendo relacionadas ao aparecimento da plica polônica.
Aliás, o nome foi justamente uma referência a maior frequência inicial dessa condição em mulheres na Polônia.
Isso porque naquela época, era costume das mulheres polonesas ter cabelos mais longos, presos e sem os devidos cuidados.
Mas nem sempre é assim.
A plica polônica pode ocorrer mesmo em quem lava e cuida muito bem do cabelo.
Inclusive, o desgaste dos fios pelo excesso de lavagens, química e uso de xampus fortes também podem causar o problema.
Xampus iônicos, herbais ou com óleos essênciais, cabelos desfiados e certos medicamentos imunossupressores são outros fatores predisponentes.
Dentre os remédios, há relatos com azatioprina, metotrexate, paclitaxel, docetaxel, carboplatina, doxorubicina, ciclofosfamida e cisplatina.
Esquizofrenia, autismo, histeria, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), ansiedade e depressão severa são as doenças psiquiátricas mais prevalentes.
Como desembaraçar o cabelo?
Uma vez que se forma a massa sólida de cabelos na plica polônica, fica difícil desfazê-la.
Embora trabalhoso, em estágios iniciais o quadro pode ser reversível através do uso de técnicas e produtos corretos.
Entretanto, isso só é viável em casos brandos.
Por outro lado, conforme o paciente lava e seca os fios ou faz tentativas de desembaraçá-los, aumenta a fricção, podendo piorar o embaraçamento.
Como é comum a pessoa apavorar e tentar resolver o problema imediatamente em casa, geralmente é isso que ocorre.
Então, na maior parte dos casos, quando ele decide procurar um profissional já é tarde.
Nessa fase, o corte acaba sendo a medida mais comum e efetiva.
Isso porque dependendo do quão embaraçado os fios estão, eles não voltam mais, restando apenas o corte como opção.
Como prevenir a plica polônica?
A prevenção do embaraçamento do cabelo se faz através da identificação e correção de seus fatores causais.
Dessa forma, é preciso se ter uma rotina capilar saudável, com uso de produtos corretos para cada tipo de fio.
Sempre que possível, também é bom evitar fazer muita química ou usar produtos fortes no cabelo.
Estabelecer um cronograma capilar ajuda a planejar melhor como cuidar dos fios.
Além disso, cortes periódicos e tratamento de possíveis infecções e infestações nos cabelos também são fundamentais.
Em pessoas com transtornos mentais, o acompanhamento do psiquiatra se faz necessário para manter estabilidade psicoemocional do paciente.
Ao médico especialista cabe a tarefa de manejar a plica polônica e decidir como resolver essa situação embaraçante.
O objetivo é desfazer os nós e preservar o máximo possível o comprimento dos fios.
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