O que esperar da terapia gênica capilar?
Diversas frentes de pesquisa vêm tentando viabilizar formas de se aplicar a terapia gênica capilar.
A proposta é criar uma alternativa para o tratamento medicamentoso e o transplante capilar cirúrgico.
Essa busca não ocorre só pela alta frequência da alopecia na população, mas também pelo seu impacto físico e emocional.
Alopecia androgênica
A alopecia androgenética, ou popular calvície, é a causa mais comum de perda capilar em homens e mulheres.
Nesses pacientes geneticamente predispostos, hormônios masculinos como a testosterona e a di-hidrotestosterona (DHT) levam à atrofia folicular progressiva.
O processo, conhecido como miniaturização, é responsável pelo afinamento e encurtamento gradual do fio até sua extinção.
Além da questão genética e hormonal, há também a participação de fatores como inflamação local, estresse oxidativo e envelhecimento.
Todos esses agentes em conjunto contribuem para a perda capilar e redução da capacidade regenerativa do folículo.
O que é terapia gênica capilar?
Quando se fala sobre terapia gênica, logo se pensa em uma estratégia terapêutica que atue nos genes da pessoa.
Entretanto, no caso da alopecia, não é possível mudar ou corrigir o DNA de cada um dos 150 mil folículos capilares.
Por isso, a proposta aqui é outra.
Diferentemente dos tratamentos tradicionais, essa abordagem visa não apenas retardar a progressão do quadro, mas também promover a regeneração folicular.
Desse modo, a ideia seria fazer uma “reforma” nos folículos miniaturizados permitindo a eles começarem a crescer de novo.
Para isso, seria necessário levar até os bulbos capilares os materiais necessários para recuperá-los.
No caso da calvície, os tijolos da reforma seriam as células-tronco, responsáveis pela formação de novos folículos.
Já o restante do material seriam moléculas muito pequenas como citocinas e fatores de crescimento.
Para fazer esse transportar ao nível celular, utilizaria-se estruturas como os exossomos e a nanotecnologia.
Portanto, a terapia gênica capilar consiste em um conjunto de técnicas celulares voltadas a regeneração do folículo piloso.
Como é feito o procedimento?
A principal linha de pesquisa sobre terapia gênica capilar é com células-tronco.
Graças a sua capacidade de diferenciação em outros tecidos, as células pluripotentes têm grande valor terapêutico para alopecia.
Afinal de contas, conforme a pessoa vai ficando careca, ela vai perdendo as células-tronco dos folículos capilares.
Então, um dos objetivos da terapia gênica capilar para calvície é repor essas células.
Os principais locais de coleta das células-tronco para aplicação no couro são o tecido adiposo e a medula óssea.
Após se retirar o material dessas áreas, processam-se as amostras para isolar somente as células progenitoras.
A seguir, prepara-se a solução contendo as células estaminais para aplicar diretamente no couro cabeludo por meio de injeção.
Na pele, teoricamente, elas teriam a capacidade de se diferenciar em células da papila dérmica, responsáveis pelo crescimento do cabelo.
Além das células-tronco, há outras moléculas necessárias para sinalizar o caminho da diferenciação e proliferação das células do bulbo.
Esse trabalho fica a cargo dos fatores de crescimento e citocinas.
Para que essas e outras moléculas bioativas cheguem até os folículos, no entanto, é preciso ter micro-transportadores. Nesse sentido, estudam-se recursos como exossomos e nanopartículas.
Dessa forma, seria possível orientar, organizar e potencializar os efeitos regenerativos das células pluripotentes.
Terapia gênica capilar para calvície funciona?
Alguns estudos científicos vêm tentando avaliar a aplicação de células-tronco no tratamento da alopecia androgênica.
Um desses estudos, por exemplo mostrou melhora significativa da densidade capilar, de 105,4 para 122,7 fios/cm², após 12 semanas de tratamento.
Outra pesquisa com células-tronco também revelou um aumento de 29% na contagem dos fios após duas sessões de injeções subcutâneas. Como comparação, a área de controle que recebeu placebo nesse trabalho teve menos de 1% de melhora.
Além do ganho em densidade capilar, a terapia gênica capilar tem apresentado resultados positivos em outros quesitos. Dentre eles estão, por exemplo, aumento da espessura do fio, redução da queda e preservação da cor dos cabelos.
Riscos e limitações
Embora existam dados promissores sobre a terapia gênica capilar, é preciso conter a euforia e ter cautela.
Atualmente, as terapias com células-tronco para alopecia ainda não são viáveis.
Primeiro porque ainda não se conhecem todas as vias e mecanismos envolvidos no processo de regeneração do folículo capilar.
Outro entrave é a falta de protocolos de tratamento para padronizar o procedimento, assegurando sua eficiência, confiabilidade e segurança.
Mais um limitante é a falta de dados sobre resultados e riscos desses tratamentos no médio e longo prazo.
Não se sabe, por exemplo, se essas células, citocinas e fatores de crescimento poderiam favorecer o surgimento de câncer futuramente.
Por isso, é bom ter cuidado e prudência com a análise dos resultados preliminares, mesmo eles sendo promissores.
Além disso, claro, é preciso ter mais estudos a longo prazo para viabilizar a terapia gênica como tratamento na prática.
Terapia gênica capilar: perspectivas
Não há uma data para se concluir os estudos sobre eficácia e segurança do tratamento com células-tronco.
Podem ser necessários vários anos até que a terapia gênica capilar possa ser regularizada e amplamente difundida.
Entretanto, devido ao caráter progressivo da alopecia androgenética, essa demora para iniciar o tratamento pode enterrar as chances de melhora.
Dessa forma, pacientes com calvície devem buscar ajuda especializada o quanto antes.
Então, caso você esteja percebendo mudança nos fios, queda ou diminuição de cabelo, não perca tempo!
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Dr. Nilton de Ávila Reis
CRM: 115852/SP | RQE 32621