Qual é o papel dos inibidores de 5-alfa-redutase para calvície masculina e feminina?
O uso de inibidores de 5-alfa-redutase para calvície se tornou um dos pilares terapêuticos da condição.
Por isso, é importante os pacientes conhecerem o mecanismo de ação, resultados, efeitos colaterais e riscos desses medicamentos.
O que são os inibidores de 5-alfa-redutase?
A 5-alfa-redutase engloba um grupo de enzimas presentes em diferentes locais como trato reprodutivo, pele e sistema nervoso.
Existem 3 subtipos dessa enzima, chamadas de isoenzimas tipo 1, 2 e 3.
Elas são responsáveis por converter a testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), hormônio masculino com efeitos androgênicos mais potentes em certos tecidos.
Portanto, os inibidores de 5-alfa-redutase são compostos capazes de bloquear a conversão do hormônio testosterona em di-hidrotestosterona.
Ao se ligarem na enzima 5-alfa-redutase, essas moléculas impedem a reação de transformação, reduzindo os níveis do hormônio DHT.
Existem tanto medicamentos como extratos de plantas e ativos de manipulação com essa ação.
Para que servem os inibidores de 5-alfa-redutase?
A função primordial dos inibidores de 5-alfa-redutase é tratar condições sensíveis à ação do hormônio DHT.
Nessas patologias, a ligação do DHT aos receptores celulares andrógenos desencadeia uma série de reações com efeitos indesejados ao organismo.
Dentre os principais exemplos e, portanto, indicações de tratamento com inibidores de 5-alfa-redutase estão a hiperplasia benigna prostática e alopecia androgênica.
A hiperplasia benigna prostática (HPB) consiste em um aumento progressivo da próstata em homens a partir dos 55 anos.
Conforme a próstata cresce, o idoso vai apresentando sintomas urinários como redução do jato, gotejamento e urgência miccional.
Já a alopecia androgenética é a popular calvície.
Como agem os inibidores de 5-alfa-redutase para calvície?
A alopecia androgênica é a principal forma de perda de cabelos em homens e mulheres.
Nessa condição, hormônios masculinos atuam sobre os folículos capilares provocando sua atrofia.
O processo, conhecido como miniaturização, evolui com redução progressiva da espessura do fio até sua completa extinção.
Em homens predispostos geneticamente, o hormônio DHT parece ser um importante agente efetor, ou seja, responsável pela aceleração do processo.
Por sua vez, os inibidores da 5α-redutase reduzem os níveis de DHT no sangue em cerca de 70% a 90%.
Desse modo, por diminuir a concentração da di-hidrotestosterona, justifica-se o emprego de inibidores de 5-alfa-redutase para calvície.
Isso porque ao bloquear a enzima e, por conseguinte, a formação do DHT, os inibidores de 5-alfa-redutase freiam a miniaturização.
No longo prazo, o que se nota é uma desaceleração do processo de afinamento capilar em homens com alopecia androgenética.
Esse passo é fundamental não só para amenizar a progressão do quadro, mas também para facilitar sua recuperação.
Ao associar os inibidores de 5-alfa-redutase para calvície com medicações e métodos de estímulo folicular, torna-se possível reverter o afinamento.
Claro que nem sempre isso é possível, mas em boa parte dos casos essa combinação funciona bem.
Quais são os inibidores de 5-alfa-redutase para calvície?
Existem diversas substâncias sintéticas e naturais capazes de inibir a enzima 5-alfa-redutase.
Cada uma dessas moléculas age nas diferentes formas da enzima em intensidades variáveis.
Além disso, embora até possam ter atividade enzimática inibitória, nem sempre esse efeito se traduz em resposta clínica.
Dessa maneira, na prática muitos deles não funcionam.
Mas, ainda assim, frequentemente encontram-se materiais publicitários sobre alguns extratos vegetais e ativos magistrais com essa promessa.
Alguns exemplos de inibidores de 5-alfa-redutase para calvície incluem a finasterida, dutasterida, Saw Palmetto, Procapil, Bioex, Actrisave, silimarina e eriocitrina.
Dentre todos esses compostos, no entanto, somente a finasterida e dutasterida têm regulamentação como remédios para alopecia androgênica masculina.
Embora as outras moléculas até possam inibir a enzima, elas não têm comprovação de resultados clínicos suficientes para obterem registro como remédios.
Mas isso não quer dizer que não existam estudos científicos sobre esses compostos.
No grupo das plantas, por exemplo, encontram-se trabalhos apontando inibição da 5-alfa-redutase pelo Saw Palmetto, Prunus africana e Cocos nucifera.
Há também pesquisas sugerindo uma potencial ação dos compostos naturais silimarina e eriocitrina.
Já nos ativos de farmácias de manipulação, como Procapil, Bioex e o Actrisave, as pesquisas costumam ser somente internas.
Entretanto, como esses trabalhos são feitos pelos próprios laboratórios, eles acabam tendo pouco valor científico.
Então, em resumo, de todos os possíveis inibidores de 5-alfa-redutase para calvície, sobram somente a finasterida e a dutasterida.
Mas, assim sendo, qual seria a diferença entre essas duas medicações?
Finasterida
A finasterida chegou ao mercado como medicamento para inibição da enzina 5-alfa-redutase ainda em 1992. Sua indicação inicial era somente para tratamento da hiperplasia benigna prostática.
Já em 1997, a agência de saúde dos Estados Unidos FDA aprovou seu uso para tratamento da alopecia androgenética masculina.
No Brasil, a aprovação da finasterida como um dos inibidores de 5-alfa-redutase para calvície pela Anvisa ocorreu em 1998.
Em estudos, a finasterida reduziu a perda capilar em aproximadamente 88% dos homens. Além disso, 66% apresentaram crescimento de cabelo, com aumento de 10% na contagem dos fios após 12 meses de tratamento.
Além de eficaz, a finasterida apresenta um bom perfil de segurança, quase sem interações medicamentosas.
Por tudo isso, a medicação se juntou ao minoxidil, já aprovado pelo FDA desde 1988, como protocolo padrão para alopecia.
Desde então, a associação finasterida e minoxidil se tornou uma receita de tratamento da calvície masculina.
Não é para menos.
Estudos comprovam uma eficácia de 80,5% para a finasterida oral 1mg e de 59% para o minoxidil. Juntos, ou seja, quando se usa finasterida com minoxidil, a taxa de resposta passa a ser de 94,1%.
Dutasterida
Em análises laboratoriais, a dutasterida tem ação mais forte que a finasterida.
Enquanto a dutasterida reduz até 92% dos níveis de DHT no couro cabeludo, na finasterida esse percentual é de 73%.
Essa diferença é porque ela age sobre os três tipos de 5-alfa-redutase e a finasterida somente nos tipos 2 e 3. Na tipo 2, aliás, a dutasterida é aproximadamente três vezes mais potente do que finasterida.
Embora a dutasterida se mostre muito mais eficiente nos testes laboratoriais, essa relação não se transpõe como resultado clínico.
Tanto é que ainda há controvérsias sobre sua regulação como um dos inibidores de 5-alfa-redutase para calvície.
Vamos entender melhor essa questão.
A primeira aprovação da dutasterida ocorreu 2002, como remédio para tratamento da próstata.
Somente em 2022, ela obteve autorização da Anvisa para incluir em bula o tratamento da calvície masculina no Brasil.
Nos Estados Unidos e União Europeia, contudo, ela ainda não obteve essa liberação.
Além da questão legal, o perfil de segurança é outro ponto crítico da dutasterida.
Ela demora muito mais para ser eliminada do corpo do que a finasterida e ainda tem mais interações medicamentosas. A dutasterida, por exemplo, reage com alguns tipos de anti-hipertensivos e antifúngicos. A finasterida praticamente não interage com outros remédios.
Uso de finasterida ou dutasterida em mulheres
Assim como a calvície masculina, a alopecia androgênica também atinge uma grande parcela da população adulta feminina.
Além disso, em ambos os grupos, o mecanismo de perda capilar através da miniaturização também é semelhante.
Porém, quando se busca por indicações dos inibidores de 5-alfa-redutase para calvície feminina na bula dessas medicações, nada se encontra.
Pelo contrário, em todos eles há advertências sobre os riscos do uso desses remédios por mulheres em idade fértil.
O motivo dessa orientação é porque o DHT participa do processo de formação genital e diferenciação sexual do feto.
Diante desse argumento, logo surge a dúvida sobre o uso desses remédios por mulheres pós-menopausa ou sem intenção de engravidar.
Daí vem a segunda e mais importante razão para a finasterida e a dutasterida não terem aprovação para alopecia feminina.
Além do risco fetal, o principal argumento contra o uso de inibidores de 5-alfa-redutase para calvície feminina é sua ineficácia.
Embora até compartilhem diversos aspectos em comum, a alopecia em homens e mulheres responde diferente a essas medicações.
Enquanto na calvície masculina, a finasterida é a base do tratamento, nas mulheres, o efeito é bem inconsistente.
Por isso, não se recomenda utilizar inibidores de 5-alfa-redutase para calvície feminina.
Efeitos colaterais
Além do risco de genitália ambígua, há um outro aspecto que assombra a reputação dos inibidores de 5-alfa-redutase para calvície. Trata-se do medo de ficar impotente.
Os rumores sobre esse risco partiram de informações presentes na bula dessas medicações.
Alguns desses efeitos adversos incluem: impotência, redução do volume ejaculatório e perda da libido.
Embora sejam bem infrequentes, só a possibilidade de vir a desenvolver esses problemas já afasta boa parte do público masculino.
Quando usar os inibidores de 5-alfa redutase para calvície?
A avaliação médica é indispensável para definição do tratamento mais adequado para alopecia androgênica.
Na decisão, além de aspectos técnicos, é crucial considerar as particularidades do caso e necessidades de cada paciente.
Portanto, se você está em dúvida sobre qual remédio tomar, faça-nos uma visita!
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